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Clássicos da Periferia na 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo

 

Clássico:  "É tudo que resiste ao tempo. Obra artística que pode servir de modelo, cujo valor é universalmente reconhecido geralmente ligado as primeiras manifestações de tais obras."

Periferia: "É o redor de um centro."

Para estes dois substantivos, que também são adjetivos, o Sesc em São Paulo trouxe grandes nomes na 23ª Bienal Internacional do Livro para compor o projeto "Clássicos da Periferia".
São eles: Ellen Oléria, Gog, Rael da Rima, Rappin Hood, Ogi, Marcello Gugu, Xis e Nega Gizza.
A proposta consiste na reinvenção de clássicos da literatura com a força da linguagem musical da periferia.


Cantora desde os 16 anos. Ellen Oléria ficou conhecida depois de participar e ganhar o programa The Voice Brasil, da Rede Globo. Ellen é cantora, compositora e atriz. Ela reiventou o romance "Vidas Secas", de Graciliano Ramos.

Ellen Oléria deu início às apresentações na noite de sábado, dia 23/ago. A leitura, feita com poesia e música, trouxe uma nova voz para o clássico "Vidas Secas" de Graciliano Ramos, obra de 1930.
Ellen contou para a Eonline como foi participar da 23ª Bienal do Livro e recontar esta história.
"Como compositora eu acabei recorrendo a uma escrita mais poética, mais livre. Ora rimando, ora não. Achei a iniciativa super interessante. Foi muito legal recontar e recriar as imagens do jeito que elas impregnaram em mim. Achei a experiência bem fantástica. Toda a equipe da 23ª Bienal do Livro de São Paulo está de parabéns." - Ellen Oléria.

Para quem não pôde participar, fica um trechinho desta obra.

https://soundcloud.com/sescsp/ellen-oleria-classicos-da-periferia


 


Um dos pioneiros do movimento rap em Brasília, Genival de Oliveira Gonçalves, o GOG, fez uma releitura do romance "Vidas Secas", de Graciliano Ramos. O rapper é autor do livro "A Rima Denuncia", que reúne 48 letras de rap de diversas fases de sua carreira.


 


Utilizando-se de elementos do rap, do reggae e do samba, Rael desenvolve um dos trabalhos mais inovadores da cena hip-hop atual. Ele é parceiro de Emicida e também fez participação no primeiro disco de Criolo. É considerado presença marcante nos melhores shows de rap da cidade.


Antônio Luiz Júnior, mais conhecido como Rappin Hood, é um dos mais importantes rappers nacionais, com sucessos como "Sou Negão" e "Rap du Bom". Ele recria, em sua linguagem, o clássico da filosofia "O Príncipe", de Nicolau Maquiavel.

Assista a um trecho da apresentação dele, no dia 26/ago:


Rodrigo Hayashi, mais conhecido como Ogi, é rapper, pichador e integrante do grupo Contrafluxo. Lançou seu primeiro álbum, "Crônica da Cidade Cinza", em 2011. Ele vai recriar "A Revolução dos Bichos", de George Orwell.


Integrante do coletivo Afrika Kidz Crew e responsável pela Batalha de Santa Cruz, o rapper Marcello Gugu, autor do disco solo "Até que Enfim GuGu", vai recriar o romance brasileiro "Capitães da Areia", de Jorge Amado.


Na cultura hip-hop desde o final dos anos 1980, Xis já levou sua arte para vários países. Seu primeiro disco solo, "Seja como For", vendeu mais de 80 mil cópias. E fez sucesso com "Us Mano e as Minas".


Entre 1999 e 2000, Giselle Gomes Souza, a Nega Gizza, foi a primeira e única locutora de uma rádio rap, no programa Hip-Hop Brasil. Destacou-se com o rap "Prostituta", gravado depois no álbum "Na Humildade". Na Bienal, fez uma releitura de "O Cortiço".

O projeto "Clássicos da Periferia" continua no Sesc Bom Retiro ainda compondo a programação Itinerante da Bienal do Livro, com a participação de Nega Gizza, Ogi e Marcello Gugu.

 

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Histórias por trás das histórias conta um pouco da trajetória de alguns dos autores das Edições Sesc. Luiz Nadal, com suas pequenas epopeias, Cris Lisboa e Marília Pozzobom, com perfis jornalísticos, revelam os perfis dos escritores. Acompanhe!

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