Postado em
Novos artistas ocupam espaços no programa de exposições 'Em processo'
Em Processo é um programa de exibições de artes visuais que busca incentivar a produção de novos artistas, criando diálogos entre as produções contemporâneas e os espaços do Sesc Osasco. As obras são criadas a partir do diálogo e da vivência do artista com o contexto social, político, econômico e filosófico em que está inserido. Sendo assim, características que se fazem presentes no mundo contemporâneo se refletem na arte, seja na postura do artista, no conceito da obra e/ou nas características apresentadas nas diferentes linguagens artísticas.
A primeira artista convidada foi Danna Durãez, natural de São Caetano, São Paulo. A artista, formada em Artes Visuais pela UTP – Universidade Tuiuti do Paraná e com especialização em Antropologia Visual (PUC – SP), desenvolve trabalhos que trafegam entre o objeto e a fotografia, a memória e o tempo.
A convite da Eonline, Danna Durãez falou sobre a produção das obras e do seu processo criativo:
O início e o processo criativo
“Encontrei o vestido numa caixa de papelão e descobri que foi meu primeiro vestido, que minha mãe fez quando eu tinha seis meses. Uni esse aspecto com as lembranças, a memória latente, a questão da referência do Gaston Bachelard sobre minha obra”.
“Desde o início me preocupei com a construção dessa poética para que as imagens fossem abertas a várias interpretações. Por isso, a questão da dupla exposição. Porque a imagem não é apenas uma imagem, é algo que através da dupla exposição você pode olhar além. Quando o espectador olhar para a imagem, ele pode interpretar de diversas formas, isso depende da bagagem de cada pessoa. Meu trabalho permeia no universo imaginário da infância e são vários desdobramentos, da memória inconsciente , do passado e do presente”.
A dupla exposição
“A primeira série do vestido colorido foi concebida na conclusão do curso em que utilizei a fotografia para me expressar. Usei o recurso da dupla exposição para que ressaltasse o devaneio, a memória, as questões da infância. E há elementos simbólicos que estão muito presentes na minha infância, como a nuvem, o quintal, e a natureza que tem a ver com o meu trabalho. A construção do corpo ausente é um corpo que não está lá, algo que vivi no passado e não me lembro. Um cheiro, por exemplo, remonta a algo que você viveu mas não se lembra de detalhes”.
A instalação da cômoda e a representação
“Essa instalação representa a intimidade que está relacionada às memórias. Cada gaveta tem uma imagem, e é a metáfora da memória da qual Gaston Bachelard fala muito, sobre essa memória e sobre a poética do espaço. Essa cômoda está recheada de lembranças. A ideia é que o espectador manipule as gavetas e, ao abrir, também remonte a alguma memória pessoal, alguma lembrança. Na terceira gaveta, tem uma miniatura, um objeto pessoal meu que tem a ver com um jogo de extensão que, mesmo na miniatura, tem algo infinito guardado nele”.
Você está convidado para caminhar pelo Sesc Osasco e conhecer as obras de Danna Durãez, que permanecem no espaço até o dia 31/8.
o que: | Danna Durãez |
quando: |
até 31/ago |
onde: | |