Sesc SP

Por Carlos Calado

Ouvir jazz e blues ao vivo, com os músicos à sua frente, proporciona sempre uma experiência mais completa ao ouvinte-espectador do que os discos. Por isso recomendo aos fãs de qualquer gênero musical, em Taubaté, que não percam as quatro atrações do Sesc Jazz & Blues. Elas compõem um saboroso panorama do jazz e do blues na atualidade. 

Com pé na tradição de cantoras clássicas do blues, como a grande Bessie Smith, a norte-americana Diunna Greenleaf combina influencias mais recentes do gospel e da soul music. Como outras intérpretes do blues, ela revela algo mais em suas performances: um quê de atriz.

Nas últimas décadas, o jazz europeu tem conquistado destaque crescente na cena internacional, com uma concepção original que valoriza elementos da música clássica e da vanguarda. Talentoso representante dessa vertente, o saxofonista norueguês David Binney vai se encontrar com o quarteto Sinequanon, que reúne alguns dos melhores instrumentistas de São Paulo.

Outra vertente que tem brilhado na cena desse gênero musical, no mundo, é o chamado jazz latino.  A versátil cantora e violinista cubana Yilian Canizares mostra que a preciosa tradição rítmica de seu país contribuiu bastante para enriquecer o jazz contemporâneo. 

Formação tipicamente jazzística, que não pode faltar em qualquer festival do gênero, a big band está bem representada pela paulistana Banda Urbana, que combina influencias de grandes bandas brasileiras e norte-americanas. Entre seus 13 integrantes destacam-se músicos da nova geração, como o trombonista Jorginho Neto e o trompetista Sidmar Vieira.

Mas se você ainda é um daqueles que pensam que o jazz é música que só pode ser apreciada por iniciados ou músicos profissionais, eu o convido a participar comigo do bate-papo “Como Ouvir Jazz Sem Medo”. Prometo que você vai começar a encarar o jazz de outra maneira.

Carlos Calado é mestre em Artes pela USP. Como jornalista e crítico de música, escreve para a “Folha de S. Paulo”  desde 1986, além de colaborar com outros veículos de imprensa. É autor da “Coleção Folha Clássicos do Jazz”  (2008) e dos livros “O Jazz Como Espetáculo” (1990) e “Jazz ao Vivo” (1989), entre outros. Já acompanhou dezenas  de festivais de jazz, em diversos países.

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