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Visibilidade e integração: a hora e a vez dos refugiados
São muitas as razões que podem obrigar uma pessoa a deixar seu país de origem: sua raça, religião, nacionalidade, associação a determinado grupo social, opinião política, entre outros. Também há o agravante desse indivíduo não poder ou não querer regressar ao seu país devido a grave e generalizada violação de sua liberdade de escolha.
A Copa de Integração dos Refugiados foi idealizada e é organizada inteiramente pelos próprios refugiados e solicitantes de refúgio que vivem em São Paulo. Em sua quarta edição, a Copa é apoiada pelo Sesc São Paulo e também é promovida pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR), Caritas Arquidiocesana de São Paulo, ONG África do Coração, Prefeitura Municipal de São Paulo e demais parceiros.
A primeira etapa da Copa ocorreu no Sesc Bom Retiro, que promoveu em Junho um Sarau com músicas típicas, poesias e relatos de vida dos participantes. Após a atividade, ocorreu o sorteio das chaves com os times.
Em Julho, o Sesc Itaquera sediou as finais do evento. Além da diversão, a Copa é sobretudo uma forma de dar visibilidade à causa do refúgio e promover a integração entre os povos de diferentes países.
Jean Katumba, um dos organizadores da Copa, abordou questões como preconceito, diferenças culturais e a importância da integração e confraternização entre povos de diferentes países.
“A Copa é uma conversa no meio de um futebol que não tem religião, não tem país, não tem partido político, é um conjunto de pessoas celebrando”, disse Jean. Ele também enumerou alguns objetivos que norteiam a Copa:
1. Espaço de livre expressão, onde se pode falar, ter vínculo e dar visibilidade à causa;
2. Confraternização;
3. Protagonizar os refugiados.
Miguel Sgarbi Pachioni, representante do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR), ressaltou o papel do esporte como uma ferramenta para integração e socialização. Ele também comentou que através da prática esportiva as pessoas em situação de refúgio acabam atenuando os efeitos negativos de estarem longe de casa, de sua cultura e tendo que reconstruir suas vidas.
Abdulbaset Jarour, da ONG África do Coração, mora no Brasil há 3 anos. Ele é árabe, da Síria, de uma cidade chamada Alepo. Ele vem de uma família com 7 irmãos e teve que deixar tudo em sua cidade natal para tentar uma nova vida por aqui. Atualmente, ele ajuda outras pessoas que passaram por histórias semelhantes à sua e é uma das pessoas que ajudam da organização da Copa. E ele tem um sonho: criar a Copa do Mundo dos Refugiados.
E ao final, Gracia Musunda, jogadora de um dos times da Copa, contou como ficou alegre e satisfeita com a experiência e as amizades que surgiram durante o evento.
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Bom para acompanhar você quando estiver correndo, com saudade do Angeli e do Laerte dos anos 80 e outras cositas más. Chega mais!