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A cultura da desinformação na era digital

Foto: Creative Commons
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Notícias falsas, boatos e fatos fabricados com a intenção de destruir reputações são práticas que sempre existiram na mídia, no entanto, com a internet e as redes sociais, ganharam velocidade de difusão e se tornaram automatizadas e massificadas. Essa é a opinião de Ivana Bentes, professora e diretora da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-URFJ), que chama essa realidade de “cultura da desinformação”.

Para ela, criminalizar as tecnologias, as plataformas e os aplicativos não é a saída para a questão, que já transbordou o campo do jornalismo e deve ser discutida pela sociedade em geral, por exemplo, dentro das escolas e universidades. “É necessário investir em uma formação para as mídias e pelas mídias, uma nova alfabetização midiática que explicite como funciona a fabricação e a simulação de fatos e notícias”, defende.

 
A professora Ivana Bentes, diretora da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO- URFJ)
(Foto: Ricardo Borges)


Sobre as iniciativas recentes das agências e da grande imprensa para a checagem de fatos, a professora ressalta que é um risco de associar as “fake news” com o jornalismo cidadão, independente ou ativista. “A chamada grande mídia é o maior campo de produção de fake news”, afirma, “mais do que carimbar o que é fato ou fake, precisamos discutir os efeitos do que é disseminado”.

E qual o maior culpado: quem cria ou quem compartilha as notícias falsas? Para ela, toda a “cadeia produtiva” deve ser responsabilizada, inclusive judicialmente, desde quem produz, passando por quem financia, quem faz disso um negócio lucrativo e depois compartilha.

Ivana discutirá mais sobre o assunto no seminário Jornalismo: as novas configurações do Quarto Poder, que acontece entre os dias 15 e 17 de agosto no Sesc Vila Mariana. Ao seu lado, participam Massimo Di Felice, professor da Universidade de São Paulo, Rodrigo Flores, jornalista e diretor geral de conteúdo do UOL, sob a mediação de Rovilson Britto, professor da FAPCOM. Saiba mais aqui