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Quarto Poder em xeque

Os jornalistas viveram séculos muito mal acostumados a não serem contestados. É o que acredita o escritor e jornalista Xico Sá, que trabalhou em diversas redações, grandes e pequenas, em cidades como Recife (PE), Brasília (DF) e São Paulo (SP). Para ele, essa característica marcou, até tempos recentes, a história do jornalismo mundial, e só vem se transformando pelo fato de o público ter conquistado o direito a uma resposta imediata.

“A imprensa já teve mais poder no passado. Hoje a gente vive uma época em que esse poder continua forte mas, de alguma maneira, foi diluído”, afirma, em referência à ascensão da internet, na virada do milênio, e das mídias sociais, nos últimos anos. E mesmo que esse contraponto permanente do público muitas vezes surja por meio de comentários cheios de ódio ou reações ideológicas, para o escritor,  ainda é preferível a ter veículos ditando informações sem contestação alguma.

De acordo com ele, com o tempo, os jornalistas e a imprensa se acostumarão ao novo papel exercido pelos leitores, ouvintes e espectadores, e isso se tornará uma nova cultura. “É muito importante termos uma sociedade em que todo mundo é ombudsman”, diz, em referência ao profissional que tem a função de avaliar criticamente os meios de comunicação.

Xico Sá é um dos convidados do Seminário Jornalismo: as novas configurações do quarto poder, que acontece entre os dias 15 e 17 de setembro, no Sesc Vila Mariana, em parceria com a revista Cult. Ele debaterá o poder da imprensa na atualidade, com a psicanalista e escritora Maria Rita Kehl, sob a mediação de Robinson Borges, editor do caderno “EU&Fim de Semana”, do jornal Valor Econômico.
Para conferir a programação completa, acesse sescsp.org.br/seminariojornalismo