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Hei, Brasil. Vamos pimbar!

Livro Sex 1992  Foto: Steven Meisel.
Livro Sex 1992 Foto: Steven Meisel.

* Por Harlen Félix

"Hei, Brasil. Vamos pimbar!"
Era isso que Madonna falava ao microfone enquanto descia no palco, minimamente vestida, sentada sobre um enorme globo de espelhos, na turnê The Girlie Show, que marcou sua primeira passagem pelo Brasil, em 1993. Eu, um adolescente de 16 anos, assisti à cena pela TV com um misto de choque e excitação diante de tanta ousadia.

Ousadia. Talvez esta seja uma das palavras que melhor definem Madonna, a mulher que fez história na música pop exaltando a liberdade sexual, questionando dogmas religiosos e levantando bandeiras políticas. Uma provocadora por excelência.

The Girlie Show era baseada em Erotica (1992), álbum cujo lançamento foi acompanhado do livro Sex, em que a cantora aparecia nua em diversas situações, tocando em tabus como homossexualidade e sadomasoquismo. Era um momento em que as liberdades individuais começavam a aflorar e Madonna escancarava com a hipocrisia ao mostrar a sexualidade como algo genuinamente humano.

Três anos antes de Erotica, ela causava alvoroço no Vaticano com Like a Prayer (1989), seu quarto álbum de estúdio. O videoclipe da música-título trazia a cantora dentro de uma igreja, depois de ser atacada por um grupo de homens, reverenciando a imagem de um santo negro.

Do Vaticano aos Estados Unidos, American Life (2003) trouxe críticas ao modo de vida norte-americano, e também ao materialismo que ela fez de marca nos anos 1980, com o álbum Like a Virgin (1984).

Apesar de não ser a diva da geração millennium, Madonna é referendada a todo instante, mesmo que involuntariamente. Ao longo de sua trajetória, ela soube fazer de cada álbum um acontecimento para além da música, e isso sem contar com a ajuda do efeito viralizante das redes sociais.

* Harlen Félix é ator e jornalista

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Quatro personalidades distintas descrevem a influência do ícone Madonna em sua vida profissional e pessoal. A produção textual resulta em um ebook que integra a programação do especial "Madonna, Sexagenária".

Leia também:

Bitch, She’s Madonna!, por Murilo Gussi, ator e diretor Teatral

> O lado negro da força, por Anna Claudia Magalhães, artista visual e escritora

Sentindo-se uma estrela!, por Dulce Ferreira, contadora de causos

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