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Arte Ótica e Cinética da América Latina e do Leste Europeu

Identidade Visual da Exposição: Estúdio Margem
Identidade Visual da Exposição: Estúdio Margem

O Outro Trans-Atlântico: Arte Ótica E Cinética No Leste Europeu e na América Latina Entre os Anos 50 e 70 reúne cerca de 100 obras, de mais de 30 artistas e coletivos do período do pós-guerra, oriundos do Leste Europeu e América Latina, que compartilharam o mesmo entusiasmo por Arte Cinética e Op Art. Idealizada pelo Museu de Arte Moderna de Varsóvia (Polônia) e realizada pelo Sesc em São Paulo em parceria com o Instituto Adam Mickiewicz e da Casa Sanguszko, a exposição, em cartaz no Sesc Pinheiros, tem curadoria da polonesa Marta Dziewanska, pesquisadora e curadora do Museu de Arte Moderna de Varsóvia, em conjunto com Dieter Roelstraete e Abigail Winograd.

A revisão como exercício permanente para expansão de narrativas que constroem a história da arte fundamenta a pesquisa da exposição, organizada pelo museu polonês em 2017 e que, em 2018, esteve em cartaz no Museu de Arte Contemporânea Garage, em Moscou (Rússia). Nesta montagem, traz ao público brasileiro obras originalmente exibidas anteriormente, acrescida de trabalhos latino-americanos, em especial de brasileiros. O conjunto é apresentado, segundo a curadora, em uma narrativa que reflete fatos comuns entre seus interesses e intuição criativa.


Obra Spatial relief v10, 1960 / 2000  - Hélio Oiticica 
 

Boa parte dos registros de História da Arte entre os anos 1950 e 1970 refletem a produção desenvolvida nos principais centros do Atlântico Norte, em cidades como Nova York, Paris e Londres.“Coloca-se, então, a necessidade de olharmos para outras porções do globo – inclusive para a nossa", afirma Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc São Paulo.

Miranda complementa: “Para a ação sociocultural do Sesc São Paulo, esta é uma oportunidade ímpar de contribuir para o adensamento da compreensão da arte brasileira em suas linhas de intercâmbio relativas ao Sul global, vista aqui em perspectiva e em intersecção com seus pares óticos e cinéticos do oriente europeu. É a isso que se dedica a exposição O Outro Trans-Atlântico”.


Obra Houndred of incidents 10x10, 1977 e Houndred of incidents 8x8, 1977  - Ryszard Winiarsk 


Enquanto o Expressionismo abstrato, a Arte Informal e a Abstração lírica reinavam supremos nos centros de arte estabelecidos de Paris, Londres e Nova York, um capítulo distinto da história da arte estava sendo escrito, ligando os pólos de Varsóvia, Budapeste, Zagreb, Bucareste e Moscou com Buenos Aires, Caracas, Rio de Janeiro e São Paulo”, complementam Marta Dziewanska, Dieter Roelstraete e Abigail Winograd, curadores. 

Segundo Dziewanska, o florescimento da Arte Cinética e da Op Art nessas regiões foi, em grande parte, uma manifestação de fascínio pelo movimento, seus efeitos estéticos e as oportunidades dinâmicas que gerou, criando novas possibilidades para o engajamento do público. “Através de um foco em arte que ultrapassou objetos estáticos e definições claras do papel do artista, o caráter de uma obra de arte e o papel do espectador, a exposição tenta reescrever um capítulo marginalizado da história da arte após a Segunda Guerra Mundial através da uma perspectiva geopolítica diferente”, completa.


Obra Pentagona, 1971 / 2015 - Constantin Flondor

Entre os artistas brasileiros estão Helio Oiticica, Abraham Palatnik, Sergio Camargo, Almir Marvignier, Ivan Serpa, Lothar Charoux, Lygia Clark, Sérvulo Esmeraldo, Martha Boto, Mira Schendel e Ubi Bava. Já entre outros latino-americanos estão Julio Le Parc, Carlos Cruz-Diez, Jesus Rafael Soto e Gyula Košice. Por sua vez, no rol dos europeus destacam-se Dvizhenie Group, Wojciech Fangor, Grzegorz Kowalski, Myra Landau, Vjenceslav Richter, Henryk Stazewski, Jerzy Jarnuszkiewicz, Julije Knifer, Nicolas Schoffer; Vera Molnár e Victor Vasarely.


Obra Kinetic Object KK 9a, 1966 / 2009 - Abraham Palatnik

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