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Que cor toca a sua sensibilidade?

Obra Menino com Lagartixas, de Lasar Segall - Foto: Jorge Bastos
Obra Menino com Lagartixas, de Lasar Segall - Foto: Jorge Bastos

Com 87 pinturas, seis desenhos pintados pelo artista e uma escultura, a mostra “Lasar Segall: Ensaio Sobre a Cor” inicia temporada no Sesc 24 de Maio em 26 de outubro de 2018 e fica em cartaz até o dia 5 de março de 2019. A exposição das obras do lituano naturalizado brasileiro foi planejada em parceria com o Museu Lasar Segall e exibe, ainda, uma série de fotografia, documentos e informações pessoais que retratam seu trajeto histórico.

Segall chegou ao Brasil em 1912 e trouxe consigo ampla bagagem expressionista, adquirida durante a vivência e os estudos na Alemanha. O conhecimento acumulado lhe permitiu a liberdade de usar a cor conforme desejava, sem necessariamente retratar a natureza com fidelidade, e, assim, influenciou na arte brasileira.

Obra Autorretrato II, de Lasar Segall - Foto: Jorge Bastos

 

É justamente com base nas cores usadas pelo artista que a exposição foi planejada. Maria Alice Milliet, crítica, historiadora de arte e curadora da mostra, deu foco inédito à questão cromática na produção do artista. A estudiosa, que analisou diferentes paletas em períodos da vida do pintor, afirma que a conquista da liberdade cromática é da maior importância para Segall em todas as fases de sua pintura.


 
Obra Favela, de Lasar Segall - Foto: Jorge Bastos

 

“A cor é fundamental para o pintor. Ela é emoção, que não pode ser captada de forma racional. Ela toca a nossa sensibilidade”, diz Milliet. Por tal motivo, os diferentes esquemas cromáticos adotados pelo pintor determinam o agrupamento das obras na exposição.

A mostra está dividida em quatro núcleos cronológicos: Angústia: a cor emoção; Sob o signo dos trópicos: a paleta nacional; Compaixão: a não cor; e Introspecção: a “cor Segall”. Em diálogo com a respectiva fase de Segall, a curadora inclui, ainda, obras de outros brasileiros de destaque – uma por setor.


Obra Pogrom, de Lasar Segall - Foto: Jorge Bastos

 

Desenhado por Pedro Mendes da Rocha – arquiteto que também projetou a última grande exposição do artista, realizada há dez anos, na Galeria SESI-FIESP, o espaço dedicado à mostra tem 1300m². Instalada no Centro de São Paulo, a exposição dialoga com a região e demonstra a atualidade da obra de Lasar Segall, pintor que retratou o drama de populações desterradas.

Peças provenientes de coleções particulares e de instituições, como Pinacoteca do Estado de São Paulo, MASP, Instituto de Estudos Brasileiros (USP), Fundação Edson Queiroz, Fundação José e Paulina Nemirovsky complementam o acervo exibido ao público.