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Coco: A resistência da tradição nordestina

Grupo Coco do Iguape. Foto: Jr. Panela
Grupo Coco do Iguape. Foto: Jr. Panela

Em sua 21ª edição, o Sonora Brasil, considerado o maior projeto de circulação musical do país, chega em São Paulo. O circuito, nascido no Sesc há 20 anos, veio para provocar o olhar crítico sobre a produção e os meios de difusão da música nacional.

Dividido por duas temáticas, a primeira percorreu a região norte e nordeste explorando o tema "Na Pisada dos cocos", enquanto "Bandas de música: formações e repertórios" passava pela região centro-oeste, sudeste e sul.  Depois de todas as apresentações, os grupos agora se invertem para que juntos concluam o circuito nacional.

As apresentações do Sonora Brasil, de caráter essencialmente acústico, possibilitam o contato com a diversidade musical e artística brasileira.

Seja na folia de reis que se mantém viva em vários estados brasileiros do sudeste, nas danças gaúchas no Sul, ou ainda na batalha anual dos bois no folclore de Parintins na região Norte, a pluralidade cultural e riqueza das tradições brasileiras estão em circulação com o Sonora Brasil.

O coco, ritmo abordado nessa edição, vem do nordeste brasileiro, mas não se sabe ao certo seu berço. Sendo uma mistura da cultura negra com os povos indígenas, há quem diga que nasceu em Pernambuco, outros na Paraíba, ou ainda em Alagoas. 

Grupo Coco de Zambe - Foto: Pablo Pinheiro 

Sua origem não é o item mais importante quando nos deparamos com a festa (ou quase ritual) que o Coco propicia: Entre as rodas de cantos e folias, sons dos instrumentos de percussão guiam as palmas e batidas dos pés ritmadas que simulam a pisada que prepara o chão batido, atividade muito praticada nos grupos a qual se atribui essa característica da dança.

Essas peculiaridades embalam as rodas de dança e as toadas do ritmo, presentes nos terreiros, nas festas populares e em ritos religiosos, sempre lideradas pelo famoso “cantadô".

Grupo Samba de Pareia da Mussuca - Foto: SNAPIC

Quatro bandas do Nordeste têm andado por todo país apresentando as diversas variações do ritmo, e, a partir do dia 02 de Outubro, apresentam seus trabalhos nas unidades do Sesc em Registro, São Carlos, Jundiaí e Piracicaba. São elas: Coco de Iguape (CE), Coco de Zambê (RN), Samba de Pareia da Mussuca (SE) e Coco de Tebei (PE).

Juntas, as apresentações manifestam parte da diversidade musical encontrada no Brasil, a peculiaridade de cada região, e a preservação às tradições e histórias de um povo que luta para de mantê-las vivas.

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