Sesc SP

Iorubrá: protagonismo negro

A sociedade brasileira é palco de intensas transformações sociais e culturais. Populações marginalizadas, cujas histórias foram e são subtraídas, reivindicam seu espaço propondo e assumindo seu lugar de fala em diferentes espaços sociais, agindo, reivindicando e ressignificando as artes, as mídias, as comunidades e as cidades.

Em novembro, o Sesc Sorocaba apresenta uma programação especial para tratar do protagonismo, da potência e da riqueza cultural afro-brasileira. A programação conta com curso, oficinas, espetáculos, sarau, manifestações da cultura popular, literatura e ações que privilegiam a diversidade cultural, formas de pensar, sentir e agir.

Além da rica programação, o público será instigado a refletir sobre o tema por meio de frases de pensadores negros espalhadas pela unidade. Mas quem são eles? Preparamos uma breve biografia para você conhecer melhor quem são estas pessoas que se destacaram e fazem história no mundo todo.  

Angela Davis é filósofa, ativista, marxista, lutadora, educadora e professora americana. Figura símbolo da causa negra na década de 1960 nos EUA, Angela voltou recentemente ao centro das atenções da mídia americana após seu contundente discurso na Marcha das Mulheres, em Washington, D.C., nos EUA – no dia seguinte à posse de Donald Trump.

A escritora Carolina Maria de Jesus foi a grande revelação da literatura brasileira em 1960. Nascida no sudoeste de Minas Gerais, ela morava na favela do Canindé (em São Paulo), quando foi descoberta pelo jornalista Audálio Dantas e publicou seu primeiro livro: “Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada”. Carolina era catadora de papel na época, mas mantinha um diário e foi ele que deu origem ao livro que faria história. A obra tornou-se best seller rapidamente, foi traduzida em 16 idiomas e vendido em mais de 40 países.

A professora aposentada Diva Guimarães virou celebridade durante a Flip 2017, em Paraty, após dar um emocionante depoimento sobre racismo. Alfabetizadora e professora de educação física aposentada após 40 anos de trabalho, ex-velocista e ex-jogadora de basquete, Diva é neta de escrava com português, filha de uma lavadeira, que trabalhava em troca de material escolar para que a filha pudesse estudar. 

Uma das principais referências no movimento feminista negro atual, Djamila Ribeiro é filósofa, pesquisadora na área de Filosofia Política e feminista. É mestre em Filosofia Política e autora dos livros “O que é lugar de fala?” e “Quem tem medo do feminismo negro?”.

Jacob Sam-La Rose é um poeta e educador norte-americano, que, atualmente, vive em Londres. Jacob conduz workshops em escolas e outras instituições educacionais, centros de artes, espaços culturais e ambientes comunitários, e desenvolveu programas de escrita e performance criativos para todas as idades.

Jessé Souza é doutor em sociologia pela Universidade de Heidelberg, na Alemanha, escreveu o livro "A Elite do Atraso: da Escravidão à Lava Jato" (Leya, 2017), um dos mais vendidos da atualidade, com mais de 100 mil cópias. É autor também de "A Ralé Brasileira: quem é e como vive" (UFMG, 2009), em que examina a vida dos pobres no Brasil.

Talvez um dos nomes mais conhecidos atualmente, Marielle Franco era socióloga, com mestrado em Administração Pública. Foi eleita Vereadora da Câmara do Rio de Janeiro e presidente da Comissão da Mulher da Câmara. No dia 14/03/2018 foi assassinada em um atentado ao carro onde estava.

Milton Santos foi um geógrafo brasileiro, considerado por muitos como o maior pensador da história da Geografia no Brasil e um dos maiores do mundo. Conquistou, em 1994, o Prêmio Vautrin Lud, o Nobel de Geografia, sendo o único brasileiro a conquistar esse prêmio e o primeiro geógrafo fora do mundo Anglo-Saxão a realizar tal feito. Além dessa premiação, destaca-se também o prêmio Jabuti de 1997 para o melhor livro de ciências humanas, com “A Natureza do Espaço”.