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Literatura impressa nos muros

Foto: Julia Parpulov | Grafite: Marcus Vinícius Enivo
Foto: Julia Parpulov | Grafite: Marcus Vinícius Enivo

No dia 30 de julho, a filósofa Marcia Tiburi apresenta teorias e contrateorias das pichações em bate-papo literário no Sesc Bom Retiro

A vida nas metrópoles é repleta de poesia, feita daquilo que vemos e vivemos - mesmo quando a realidade deseja nos provar o contrário. O projeto Literatura da Cidade, que acontece há mais de um ano no Sesc Bom Retiro, traz à tona a produção literária que trata, de alguma maneira, o cenário urbano. A apresentação das obras e a mediação das conversas são feitas, todos os meses, por autores convidados, com o intuito de refletir sobre as diversas formas com que a cidade se relaciona profundamente com a literatura – mesmo a não escrita - sobretudo na cidade de São Paulo e na região central, onde está localizada a unidade Bom Retiro.

Em julho, a responsável por conduzir o bate-papo sobre Direito Visual à Cidade é Marcia Tiburi, graduada em filosofia e artes, Mestre e Doutora em filosofia. A autora concorreu ao prêmio Jabuti de melhor romance com Magnólia e publicou uma série de outros livros, entre eles As Mulheres e a Filosofia, O Corpo Torturado, Seis Leituras sobre a Dialética do Esclarecimento, Filosofia em Comum – para ler junto, Olho de Vidro, a televisão e o estado de exceção da imagem, e outros. É professora de pós-graduação e colunista da Revista Cult, além carregar no currículo experiências em programas de TV.

Durante o encontro, ela abordará as relações e diferenças entre a literatura, o grafite e a “pixação” (trazida por Marcia propositalmente com a grafia equivocada, para aproximar-se da proposta dos pichadores). Aliás, segundo ela, o grafite e a pichação também integram o direito à escrita e à leitura de qualquer cidadão que vive em sociedade.

Para a autora, os muros e as fachadas presentes nas cidades são as plataformas onde são impressas diversas publicações. Ao mesmo tempo, são também reflexos do que está escondido atrás delas.
E então, os muros são vítimas nesse violento processo? Ou são grandes mídias que quebram os paradigmas sociais responsáveis pela padronização das formas?
A "pixação" (sic) é vandalismo ou pode ser considerada arte? Os "pixadores" (sic) são filósofos, escritores ou criminosos?

Segundo Marcia, “a 'pixação' é a estética contra o 'todo', enquanto ao mesmo tempo se faz diálogo com quem não quer diálogo algum". "Por incrível que possa parecer", continua a filósofa,  "a 'pixação' dialoga com a cidade, é um desejo de conversa que a anima. A 'pixação' acorda a cidade de seu silêncio visual. Abre os olhos contra a cegueira nossa de cada dia”.

O bate-papo, que terá algumas de suas falas simultaneamente publicadas no twitter @sescbomretiro, é gratuito e acontece na Biblioteca da unidade, sem necessidade de inscrição.

o que: Direito Visual à Cidade
quando:

Dia 30/07/2014

onde:

Sesc Bom Retiro