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Tela Clássica: O Cinema de Andrei Tarkovski
Nascido em 1932, Andrei Arsenyevich Tarkoviski foi filho de dois grandes “influenciadores culturais”. Seu pai Arseny fora um dos poetas modernos mais cultuados na Rússia e sua mãe Maria Inanova foi atriz consagrada. O diretor ainda jovem estudou música e pintura e morou na cidade de Zavrzhe, atual Bielorrússia. Foi formado em Geologia antes de entrar no mundo do cinema e, após uma expedição atrás de minérios, decide largar a profissão e entrar para o Instituto Estadual de Cinematografia VGIK, onde estudou direção de cinema.
O diretor russo colecionou alguns prêmios ao longo de sua carreira. Seu longa-metragem de estreia “A Infância de Ivan” (1962) levou o Leão de Ouro em Veneza. Em outra obra, Andrei fala de um pintor medieval que produzia afrescos em templos ortodoxos, abordando temas como a fé, a espiritualidade e a sobrevivência das artes em face das circunstâncias históricas. Fez também filmes na linha autobiográfica, onde fala de sua vida, as memórias e a família. Em “Stalker”, longa que ganhou o Prêmio da Crítica do Festival de Cannes, fala da relação intimista e racional dos indivíduos partindo da suposta queda de um meteorito com estranhos poderes.
Durante sua vida, Andrei colecionou polêmicas e desentendimentos com o governo soviético ao expor suas ideias, o que fez com que tivesse de abandonar seu país assim como outros diversos artistas. Ele trazia duras críticas relacionadas às questões da época em seus filmes. No longa “Nostalgia” (1983) o diretor expõe a dor que o cidadão russo sente ao viver longe de sua terra através do protagonista Gorchacov Tarkovski, que interpretava um poeta. Já em “O Sacrifício” (1986), o diretor reflete sobre a esperança e a determinação, sendo consagrado com quatro prêmios em Cannes.
O projeto Tela Clássica, no Sesc Pinheiros, exibirá 8 filmes do diretor russo e ainda contará com um curso ministrado por Raphael Cubakowik, crítico de cinema, produtor e editor.