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Roberto Rossellini: inovações narrativas e assuntos urgentes na obra do cineasta italiano
Entre 31 de maio e 5 de junho, o CineSesc recebe a Mostra Roberto Rossellini, com seis filmes em duas sessões diárias. Precursor do Neorrealismo italiano, tinha um interesse latente por inovações narrativas ao mesmo tempo em que privilegiava assuntos urgentes de seu tempo.
Rossellini nasceu em 1906 e ocupa um espaço na história do cinema junto com outros grandes cineastas italianos de sua geração: Fellini, Antonioni, Visconti, De Santis e De Sica.
A mostra, com filmes apresentados às 19h e às 21h, é composta por cinco ficções e um documentário. A trilogia neorrealista, como é chamado o conjunto de filmes que lançam olhar para a Europa no pós-Segunda Guerra Mundial, estará completa na programação. “Roma Cidade Aberta”, de 1945, se passa na capital italiana ocupada por tropas da Alemanha nazista em 1944 e foca sua história em Giorgio Manfredi, líder da resistência anti-fascista na cidade. “Paisà”, de 1946, é um filme dividido em seis episódios que tratam do período em que os Aliados impunham derrotas militares à Alemanha, apresentando as dificuldades de comunicação entre falantes de diferentes línguas e dialetos. O terceiro filme, produzido em 1948, “Alemanha, Ano Zero” sai da Itália rumo a Berlim, cidade destruída no conflito bélico.
A partir daí, a obra de Rossellini foi questionada por alguns críticos sobre seu aspecto neorrealista. Críticos de envergadura se puseram em debate, e Rossellini tinha a seu favor a defesa apaixonada de André Bazin que em carta enviada ao chefe de redação de uma importante revista cinematográfica italiana apoiava o amor do diretor à seus personagens e ao real. E, assim, segundo o crítico francês, era a realidade que unia personagens e cenários, de maneira indissociável, nos filmes de Roberto Rossellini.
O panorama da obra de Rossellini no CineSesc é completado com outras três obras: “Stromboli” (1950), “O medo” (1954) e “Índia: Matri Bhumi” (1959). Os dois primeiros trazem a atriz Ingrid Bergman em dramas em que a vida amorosa da personagem move a narrativa, mas não fica por aí, trazendo o estilo do diretor à tela. Já “Índia: Matri Bhumi”, é um filme que entrelaça sequências documentais e contos de ficção curtos, representando vários personagens masculinos em diferentes estágios de suas vidas.
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