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Animação na tela e nos rostos: famílias em situação de refúgio visitam o CineSesc

Crianças assistem a filme com óculos 3D<br> Fotos: Aline Arruda
Crianças assistem a filme com óculos 3D
Fotos: Aline Arruda

O filme "Viva - A vida é uma festa" animou a manhã de sábado de diversas crianças e famílias em situação de refúgio no CineSesc, marcando mais uma atividade do trabalho sociocultural com refugiados do Sesc São Paulo.

A sala do cinema estava cheia, crianças ocupando as cadeiras, circulando nos corredores. Uma ou outra mais miúda, no carrinho, e as maiores ajudando a passar as almofadas para que todas conseguissem enxergar a tela. O filme logo começaria e a movimentação era intensa. Garotas conversavam sobre assistir a um filme em 3D pela primeira vez, cada uma com os óculos nas mãos. Algumas crianças explicavam para as mães, traduzindo do português para sua língua materna, o que estavam falando ali na frente.

Não é novidade que o Sesc São Paulo produz diversos trabalhos com refugiados. Firmado em 1995, um convênio entre Senac, Caritas e ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) foi o ponto de partida para o desenvolvimento do  Trabalho Social com Refugiados. A novidade dessa vez foi a recepção de grupos da ONG IKMR no CineSesc, com exibição do filme “Viva – A vida é uma festa” para famílias e crianças em situação de refúgio.

Quando terminou a vinheta que anuncia o começo da sessão, os rostos na plateia se iluminaram: não só por causa da projeção que refletia da tela mas porque a animação tomava conta do pessoal. A história que o personagem Miguel Rivera, de 12 anos, conta sobre sua visita ao mundo dos mortos em busca da música e da família sempre emociona. Impedido por seus familiares a seguir seu sonho de cantar, Miguel procura ajuda no intramundo, no feriado de Dia dos Mortos.  

O cinema, assim como outras linguagens artísticas, parece ter esse poder quase transcedental de aproximar sentimentos. Afinal, as diferentes origens do público não foram um empecilho para entender a força dos alebrijes (animais imaginários, da tradição mexicana) e a beleza das canções de "Viva". No final da sessão, o mesmo grupo de meninas do primeiro parágrafo conversava sobre o filme. Perguntadas se foi emocionante a história, a resposta veio rápido: "só chorei um pouco".