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Democracia sonora

Kronos Quartet <br> Foto: Jay Blakesberg
Kronos Quartet
Foto: Jay Blakesberg

O Festival Sesc de Música de Câmara acontece entre 26 de novembro e 7 de dezembro nas unidades Belenzinho, Bom Retiro, Consolação, Pinheiros, Vila Mariana, Araraquara, Santo André, São Carlos, Santos e Sorocaba

Diante da constatação do universo imensurável de composições, e com tantos grupos internacionais e nacionais debruçados sobre essa forma de fazer música erudita, o Sesc em São Paulo realiza a partir de 26 de novembro, o Festival Sesc de Música de Câmara. O evento tem curadoria de Cláudia Toni, e traz ao Brasil 44 concertos em 10 unidades do Sesc, tanto da capital quanto do interior e litoral. Serão 12 grupos de 3 países a se apresentarem em 12 dias de programação, além de dois workshops para músicos brasileiros.
 
Os grupos e artistas brasileiros convidados o Festival Sesc de Música de Câmara são Cristian Budu (Brasil/Romênia), Cristina Ortiz (Brasil/Inglaterra), Toninho Ferraguti & Quinteto de Cordas (SP/Brasil), Os Músicos de Capella & Luís Otávio Santos (MG/Brasil), Quarteto Carlos Gomes (SP/Brasil) e Brasil Guitar Duo (Brasil). Da Polônia, vêm os conjuntos Lutoslawski Quartet, Songs of The Goat Theatre e Karbido, dos EUA o Kronos Quartet e o Anonymous 4, e da Holanda vem o Calefax Reed Quintet, com dois programas, um voltado ao público adulto e outro ao infantil.

Songs of The Goat Theater
Foto: K Bielinski

Ao programar um festival desse porte para São Paulo o Sesc busca trazer a música de câmara ao patamar que ela merece: protagonista de concertos que mesclem ousadia com frescor musical, experimentação e qualidade técnica. No campo da música de concerto, a ação do Sesc de formação em iniciação musical instrumental, é desenvolvida permanentemente nos dois Centros de Música, localizados nas unidades Consolação e Vila Mariana, além de outras propostas de ampliação de repertório e referência em pesquisas, que também são desenvolvidas em todas as unidades do Estado de São Paulo.

Para o diretor regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda, “a realização do Festival Sesc de Música de Câmara evidencia uma ação que a instituição desenvolve permanentemente no campo da música, incluindo diversos projetos relacionados à música de câmara. Possui o sentido de promover a desmistificação da música de concerto e a fruição dos vários modos de fazer música e ainda procura contribuir para a aproximação entre o público e as manifestações artísticas.”

A formação de plateia para a música de concerto acontece com a realização de diversos projetos e apresentações, algumas inclusive propondo aproximações com a música popular em arranjos orquestrais.  E neste sentido, há 10 anos o Selo Sesc trabalha com a missão de registrar em CDs e DVDs apresentações que, por sua efemeridade intrínseca, não seriam mais ouvidas. Dessa forma o Sesc pode contribuir para a  democratização do acesso à música, com gravações de compositores nacionais e internacionais, além de oferecer a música de câmara feita por brasileiros ou interpretada por grupos ou solistas nacionais.


Cristina Ortiz

A escolha dos grupos foi feita levando em conta o que de melhor se faz no Brasil e no exterior. Anonymous 4, um grupo vocal feminino cujo repertório está entre os anos 1000 e os séculos 12 e 14. O Kronos Quartet apresenta a música exercida em sua função mais importante, a criação, pois o grupo é catalizador de composições escritas especialmente para ele. Em outros casos, o novo não está no repertório dos programas, mas na forma em que o músico se relaciona com as peças, como com os pianistas Cristian Budu ou a renomada Cristina Ortiz, que criou um programa que mistura compositores pouco conhecidos, como York Bowen, com Schubert e Brahms. Há espaço para a inovação, como no caso da performance do grupo Karbido, que arranca sons de uma mesa ou do Song of The Goat Theatre. O “pequeno” - como a música de câmara é conhecida na grande maioria das vezes - é dotado de uma força de expressão contemporânea que os grandes grupos perderam. Se a ideia de um quarteto de cordas parece restrita a um grupo pequeno de apreciadores, o festival traz conjuntos que rompem fronteiras, articulando com a democracia sonora, palavra de ordem da instituição.


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