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Um mestre a nos guiar
"A morte não nos chega como um fim, mas como um meio, uma ponte, um facho de luz para atravessarmos o tempo.
Se nos vem a sensação de que tudo se esvai quando perdemos alguém querido, com a mesma força nos toma um sentimento de potência para a continuidade da vida.
Antonio Candido foi um Mestre e como tal permanecerá. Sociólogo, teve como companheira a Literatura a abrir-lhe a mente para os fatos sociais. Sua escrita, afetiva como um poema, flui nas mentes efervescentes que povoam este país e se perpetua: eis a ponte, eis a travessia.
A generosidade de Antonio Candido, elemento essencial do Mestre, parecia indicar-lhe com felicidade o caminho árduo do conhecimento.
Como um filtro, tornava o rebuscado complexo das teorias em linhas simples de pensamentos; parecia querer que a existência fosse sempre facilitada e, então, a poetizava.
Antonio Candido nos deixou na manhã deste dia 12 de maio de 2017. Não há perdas a lamentar; há um legado de honra, ética e amor ao conhecimento humano que deve ser levado adiante; há ainda o exemplo do Mestre a nos guiar."
(Danilo Santos de Miranda, Diretor Regional do Sesc em São Paulo)