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O encanto do Circos está de volta!
Prepare-se para abraçar a fantasia, mergulhar na ilusão, sorrir e se deslumbrar, vem aí o Circos - Festival Internacional Sesc de Circo. Em sua 5ª edição, ele acontece entre 13 e 23 de junho, em 14 unidades do Sesc na capital e em Guarulhos.
Serão 23 espetáculos de 20 países, como Alemanha, Marrocos, Quênia, Rússia e Reino Unido, incluindo o Brasil, que traz representantes de diferentes Estados. Acrobacia, malabarismo, equilibrismo, palhaçaria e ilusionismo, assim como a integração entre a linguagem circense e a música, a dança e o teatro, por exemplo, serão exploradas nas apresentações.
A abertura do festival traz o espetáculo Smashed, da companhia britânica Gandini Juggling, inédito no Brasil. Inspirado nos movimentos da coreógrafa alemã Pina Bausch, o enredo trabalha a sincronia entre técnicas tipicamente circenses – como o malabarismo – e elementos do universo coreográfico, para discutir os conflitos gerados pelos jogos de poder nos relacionamentos humanos. Outro destaque é a estreia mundial de Ex-libris (Os livros) da Cia Voël, da Espanha, em que o universo da leitura ganha um olhar poético, em números de dança e acrobacia.
As atrações são para todas as idades, como Bubuia, do Coletivo Antônia de Brasília (DF), indicado para a primeira infância, que instiga a imaginação e a percepção sensorial a partir do conto “A terceira margem do rio”, de Guimarães Rosa. Saiba mais sobre a programação nos destaques abaixo.
Inéditos no Brasil
Uma série de espetáculos que compõe o festival são inéditos por aqui, como Naufragata, da companhia Circo Zoé, da Itália/França, que traça um paralelo entre a natureza itinerante dos antigos corsários e das companhias circenses, com números na lira, na corda bamba, acrobacias e música.
Já em Vincles, da Circ Bover, da Espanha/França, os artistas exploram as possibilidades do bambu para realizar suspensões aéreas, saltos, malabarismos e números de acrobacia – além de palhaçadas –, embalados por uma trilha sonora que evoca a natureza.
O bambu é um recurso utilizado também no equatoriano Guadual (que significa bambuzal), do Teatro Sánchez Aguilar. Na trama, uma companhia de circo internacional é abandonada numa estrada à beira de um rio, no Equador, e acolhida por uma comunidade rural, com quem passa a conviver e dividir conhecimentos. Além da utilização da planta, que simboliza o encontro da arte com a natureza, elementos do dia a dia dos camponeses são incorporados à dramaturgia, como as sacas de palha que viram base para saltos.
Do Marrocos, Halka (A Energia do Círculo), do Grupo Acrobático do Tanger, será apresentado pela primeira vez nas Américas. Em referência ao modo como as antigas performances de rua eram apresentadas, aqui os números seguem formas circulares, que desafiam, valorizam e atualizam a tradição acrobática.
Por sua vez, Strach, a Fear Song (Strach, canção do medo), do Théâtre d’un Jour, da França/Bélgica, questiona o público como conviver com nossos temores. Três acrobatas, uma cantora lírica e um pianista dividem o palco em números nos quais a interação com a plateia é essencial, por exemplo, para ajudar a soprano Julie Calbete não cair no chão enquanto canta “Dance me to the end of love”, de Leonard Cohen.
Outras estreias
Uma estreia aguardada no festival é Cabaré Mágico, que reúne artistas da Alemanha, do Brasil e do Peru. O espetáculo valoriza o papel das mulheres num meio predominantemente masculino, com a alemã Alana Möhlmann, primeira mulher a conquistar o German Champion of Magic, e a peruana Gisell, que mistura tradição e contemporaneidade por meio de cartas e aros chineses, clássicos do repertório mágico.
Já em âmbito nacional, a montagem Leões, Vodka e um Sapato 23, da Cia de 2, de São José dos Campos (SP) faz uma releitura ficcional da tragédia ocorrida no Circo Vostok, em Pernambuco, quando um garoto do público foi atacado e devorado por um dos cinco leões mantidos pelo circo. O espetáculo retrata o cotidiano de quatro artistas miseráveis na busca pela sobrevivência, assombrados pelos fantasmas dos leões, em uma narrativa tragicômica, que inclui técnicas de palhaçaria.
O humor crítico é o tom do espetáculo Das Cinzas Coração, de Jéferson Rachewsky, de Porto Alegre (RS), que narra um dia na vida de uma dona de casa oprimida pelo marido. O charme do cinema mudo se une a técnicas de palhaçaria nos esquetes baseadas em situações domésticas.
Em Risco, estreia nacional da Cia do Relativo, de São Paulo (SP), mais de 3 mil folhas são utilizadas em cena para retratar a batalha de um homem para transpor seus pensamentos para o papel. Trata-se da primeira montagem da companhia a utilizar recursos do ilusionismo, baseada na “magie nouvelle”, movimento surgido na França nos anos 2000, que combina a magia tradicional com outras formas de arte, como a dança.
Pela primeira vez em São Paulo, O Vazio É Cheio de Coisa, da Cia Nós No Bambu, de Brasília (DF), utiliza o bambu como instrumento acrobático. Em seu primeiro espetáculo solo, Poema Mühlemberg se inspira no conceito budista da impermanência e da imperfeição. Também inédito em São Paulo, Maiador, da Cia Delá Praká, produção brasileira e francesa, traz números de acrobacia, equilíbrio e capoeira ao som de samba de roda e baião.
Intervenções gratuitas
Os Pássaros do Lido, da Le Lido reúne 15 artistas de oito países que usam técnicas da dança contemporânea, acrobacias aéreas e malabarismo para abordar as relações sociopolíticas e a importância da coletividade no mundo atual. A Cia Las Martas, da Argentina/Brasil/Chile, quer provocar uma reflexão sobre o papel das mulheres na sociedade contemporânea. Em Cortejo das Martas, seis artistas mulheres apresentam números de equilíbrio, malabarismo e dança, enquanto tocam uma trilha sonora composta por ritmos como salsa, cumbia e forró. Elas se revezam entre saxofone, trompete, pratos, bumbo, clarinete e outros instrumentos.
O modo de vida das abelhas é apresentado de forma alegórica, em Enxame, do Circo Enxame, de São Paulo. São utilizadas diferentes técnicas como dândi acrobático, corda-bamba, malabarismo, parada de mão e palhaçaria, para tratar de temas como sustentabilidade e individualidade.
Em African Show, dos Sarakasi Warrior Acrobats, cinco artistas apresentam acrobacias no estilo tipicamente queniano, com saltos e pirâmides humanas num ritmo muito rápido. Já na intervenção Somos Eu, do grupo homônimo carioca, o corpo é o veículo da criação da dupla de artistas, com movimentações dinâmicas que mesclam acrobacia, contorcionismo e dança.
Informações sobre outros espetáculos, ingressos e horários das apresentações no site do festival. Programe-se!