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O campo é delas: 10 fatos sobre futebol feminino

Foto: Thaís Fero
Foto: Thaís Fero

A Copa do Mundo de futebol feminino começa no próximo dia 7 de junho. A disputa acontecerá na França e envolve seleções de 24 países, inclusive o Brasil. Mas para chegar lá, as mulheres tiveram que suar a camisa.

Conheça dez fatos sobre a presença delas no campo:

1. Até 1979, vigorou uma lei no Brasil que limitava o acesso de mulheres ao esporte.  O artigo 54 do Decreto-Lei n º 3.199 , de 1941, não permitia que as mulheres praticassem “desportos incompatíveis com as condições de sua natureza”.

 

2.  Um time de mulheres da cidade de Araguari, no interior de Minas Gerais, no entanto, ignorou a proibição. Em 1958, foi criada a equipe feminina do Araguari Futebol Clube, considerada pioneira no Brasil. O time era formado por 22 jogadoras que disputavam partidas entre si em diversas cidades mineiras. Elas ganharam notoriedade na mídia e foram convidadas para participar de jogos no México, mas foram impedidas de participar pelo Conselho Nacional de Desportos.

3. Asaléa de Campos Micheli, mais conhecida por Léa Campos, achou uma brecha no decreto-lei para entrar em campo. Em vez de ser jogadora, se tornou árbitra. Em 1965, ela foi a primeira mulher a concluir um curso de arbitragem no Brasil. No entanto, foi impedida de receber o diploma por ser mulher. Após quatro anos de luta, ela finalmente obteve reconhecimento.

4. Mesmo após o fim da proibição, as mulheres ainda tinham dificuldade praticar o esporte. Em 1982, por exemplo, foi organizado uma partida entre times femininos do Rio de Janeiro e São Paulo. O jogo seria disputado antes do clássico entre São Paulo e Corinthians, no Morumbi.  A federação paulista barrou a participação das mulheres pouco antes do início do jogo. Após críticas, a partida foi liberada, mas sua duração reduzida: foram apenas dois tempos de 20 minutos.

5. A seleção feminina disputou sua primeira partida oficial em 1986 contra os Estados Unidos. Já a primeira escalação ocorreu dois anos mais tarde. A equipe foi formada para disputar um torneio realizado na Espanha. Das 18 convocadas, 16 faziam parte do Esporte Clube Radar do Rio de Janeiro.

6. A primeira Copa do Mundo de futebol feminino aconteceu na China em 1991. Na edição, os Estados Unidos foram campeões em cima da Noruega. Atualmente, a equipe estadunidense é a maior vencedora do torneio, com três conquistas. Seguida pela Alemanha, com duas, e Japão e Noruega, com um título para cada.

7.  A seleção feminina utilizou as sobras dos uniformes do time masculino após a Copa de 1994 porque elas não tinham camisas e calções próprios.

8.  Mesmo com a falta de incentivos,  a seleção foi vice-campeã da Copa do Mundo em 2007 e ficou com terceiro lugar em 1999. Marta foi eleita a melhor jogadora do mundo pela Fifa seis vezes.

9.  A seleção feminina teve apenas uma técnica mulher: Emily Lima, que comandou a equipe entre 2016 e 2017. Atualmente, ela é técnica da equipe do Santos, que também são conhecidas como sereias da vila.

Emily Lima

10.  Neste ano, começou a valer uma nova regra para os times participantes da série A do campeonato brasileiro masculino. Todos os clubes devem manter um time de futebol feminino profissional e de base.

Jogadoras vibrando

Fato bônus: A jogadora Formiga irá disputar sua sétima edição de Copa neste ano. Com isso, ela se tornará a pessoa com maior número de partipações na história da competição em ambos os gêneros.

Durante a Copa do mundo feminina de futebol, que começa no dia 7 de junho, diversas unidades do Sesc São Paulo promovem atividades para fomentar e dar visibilidade à modalidade. 

No Sesc Itaquera, além da transmissão dos jogos, haverá bate-papo com jornalistas sobre futebol feminino e mostra de curtas-metragens sobre o tema.