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Somos todos finitos
Como falar de um tema tão delicado e ao mesmo tempo inescapável como a morte?
Uma das maneiras é por meio da arte. Trazendo literatura, mostra de cinema, teatro, música, dança, sarau, performances, bate papos, rodas de reflexões, exposições e oficinas, o Ciclo Finitudes acontece no Sesc Ipiranga até 19 de dezembro.
A motivação do Sesc em trazer o tema da morte por meio dessa perspectiva nasce da crença de que é o distanciamento do assunto que intensifica a sensação de desamparo, especialmente na velhice. Ao nos conhecermos finitos a vida pode ganhar intensidade, o tempo presente pode passar a ser celebrado, pode ocorrer um aumento de expectativas e a vontade de aprender, e então, podemos começar a planejar a permanência do nosso legado.
Autora de três livros ligados ao tema, Heloisa Seixas*, participou de um bate papo na abertura do ciclo, onde falou sobre o medo e fascínio que sente por esse grande desconhecido que é a morte, e destacou a importância de falar sobre o assunto para todas as idades.
“Abordar esse assunto através da arte é uma coisa fantástica. É uma maneira da gente encarar de uma forma mais suave, colorida e bonita”
“Desde o início, eu comecei a escrever para ancorar no papel as coisas que me davam medo, então é por isso que eu acabo escrevendo muito sobre a morte [...] é como se eu quebrasse um encanto, uma vez escrito, não vai acontecer mais”
*Heloisa Seixas é autora de mais de vinte livros, entre romances e volumes de contos e crônicas. Foi quatro vezes finalista do Prêmio Jabuti e uma vez finalista do Prêmio São Paulo. É também autora do livro O lugar escuro, sobre a doença de Alzheimer.
Veja mais sobre o tema aqui.
Por meio do Programa Trabalho Social com Idosos, o Sesc São Paulo desenvolve atividades socioculturais e educativas, voltadas ao cidadão acima de 60 anos, o programa visa promover, principalmente, a sociabilização, a reflexão sobre o envelhecimento, o desenvolvimento de novas habilidades e a integração com as demais gerações.