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Sesc recebe o futebol de São Mateus que marca gol nos EUA

"Aninha, vem pra casa!". Quando força a memória, Ana Paula Silva Santos ainda lembra as inúmeras vezes em que sua mãe gritava para que ela voltasse, já tarde da noite, durante o período em que jogar futebol era apenas uma brincadeira. Era futebol de segunda à segunda. Sem muitos intervalos, a rotina esportiva da menina, que brincava de bola em meados dos anos 2000 na comunidade de São Mateus, segue até hoje. Agora em outro país, os Estados Unidos.

O processo das conquistas na modalidade, a adaptação da atleta no exterior e como a atividade física é a sua aliada são temas abordados na live do Rotina de Atleta, com a atleta Ana Paula. A atividade acontece na sexta-feira, 2 de outubro, às 18h, no perfil do Sesc Pompeia no Instagram

Uma trajetória de conquistas

Aninha, para uns. Paulinha, para outros. A jovem de 22 anos, que se sente escolhida pelo futebol, iniciou a sua "vida de partidas" ao entrar no São Paulino Futebol Clube, em São Mateus. De lá, seus  passes a levaram para o Programa Estrelas do Esporte do Sesc São Paulo em parceria com o consulado dos EUA que, além das aulas com práticas esportivas, ofereceu curso de Inglês na unidade do Sesc Itaquera. 

Após finalizar o programa, em 2017, Ana Paula foi aceita na William Carey University, nos EUA, com uma bolsa de estudos. Além de realizar as graduações de Educação Física e Psicologia fora do país, ela segue com suas jogadas e faz parte do time da universidade. "O Sesc foi muito importante para a minha vida social, pessoal e profissional; meu processo de amadurecimento. Graças a esta oportunidade que surgiu com o Sesc, tenho acesso a esta educação maravilhosa e à possibilidade de mostrar o meu talento com o futebol fora do Brasil. A gente sabe que as chances de conseguir jogar profissionalmente aumentam muito estando aqui", contou Ana Paula. 

O fascínio e o encanto que sentia pelos EUA desde a infância só aumentou quando ela pôde vivenciar o apoio e o investimento que o país dedica aos atletas. "Dinheiro, estrutura, valorização e visibilidade. Acho que falta muito disso no Brasil, onde muitas modalidades são colocadas para escanteio, sabe? Aqui também não vejo isso de definir esporte pra homem e esporte para mulher como vemos no Brasil", completou a atleta. 

Quando o assunto é a participação das mulheres no esporte, principalmente no Brasil, Ana Paula conta que  já vivenciou experiências nada agradáveis quando mais nova. Para ela a cumplicidade entre as mulheres no esporte, de maneira geral, é diferente da relação entre homens e mulheres. "A gente passa por tanta coisa. Falta de reconhecimento, de investimento, somos negadas dentro do esporte e isso é triste, na moral! E mesmo assim, nós, mulheres, nos unimos como um grande grupo, a favor dos direitos iguais entre os gêneros dentro da modalidade, é como se a gente criasse mesmo esta aliança", acredita. 

Nem a saudade da família, tampouco a do nosso arroz com feijão, farão com que Ana Paula retorne ao Brasil no próximo ano, quando encerrar o programa de bolsa. "Me formo em maio de 2021 e o plano é conseguir entrar em algum clube fora do Brasil. Aqui nos EUA, como só tem uma liga, é mais difícil, mas quem sabe na Europa?", contou Ana Paula. 

Anote na agenda: o Rotina Esportiva - Futebol acontece na sexta, dia 2 de outubro, às 18h, no perfil do Sesc Pompeia no Instagram.