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A elegância discreta de Novelli
Responsável pelas inconfundíveis linhas de contrabaixo em gravações de Milton Nascimento e do disco Clube da Esquina, o pernambucano Novelli, nascido Djair Barros e Silva, é uma das figuras mais onipresentes da música brasileira nas décadas de 1970 e 80. Notório pela carreira como side man, iniciada nos anos 1960, Novelli nunca foi somente um músico de estúdio e palco. Desde os primeiros trabalhos mostrou a verve de compositor, como é o caso em Azymuth, assinada com Marcos Valle, uma das clássicas de seu repertório.
Embora seja lembrado (e celebrado) pela sua longa parceria com Milton Nascimento (foram ao todo 13 discos, o primeiro em 1969, o último, em 2002), Novelli tem ramificações em diversas esferas da MPB, seja como músico, seja como compositor; basta ver sua extensa discografia.
Como instrumentista acompanhou a cantora Gal Costa, com quem gravou o irretocável ao vivo Gal a Todo Vapor (1971); participou de álbuns de outros grandes nomes da MPB, como Dori Caymmi, Elis Regina, Joyce, Egberto Gismonti, Tom Jobim, Edu Lobo, João Donato, Raul Seixas, MPB-4, Francis Hime, Chico Buarque (com quem gravou oito discos), Elba Ramalho, Zé Ramalho, Fagner, Djavan, Amelinha, Emilio Santiago, Simone, Gonzaguinha e Airto Moreira; a lista é imensa e é um verdadeiro “quem é quem” do cancioneiro nacional. Colaborou também com artistas internacionais, como o saxofonista argentino Gato Barbieri, o gabonês Pierre Akendengué (uma parceria via Naná Vasconcelos) e a cantora estadunidense de jazz Sarah Vaughan.
Em todos esses registros é notável a versatilidade de estilos, algo que o ajudou a forjar uma sonoridade que hoje é referência de música brasileira dentro e fora do país. Seu trabalho como compositor e produtor talvez seja menos conhecido, mas não por isso menor. Em 1973 gravou com Naná Vasconcelos e Nelson Ângelo um discaço, Nana Nelson Angelo Novelli, com composições dos três instrumentistas. É dele, também as faixas Toshiro e Reis e Rainhas do Maracatu, lançadas em 1978, no álbum duplo Clube de Esquina 2, disco em que também trabalhou como produtor e músico. Ao longo da carreira compôs em parcerias com Marcos Valle, Milton Nascimento, Cacaso e Chico Buarque; e teve canções gravadas por Nana Caymmi, Paulo Moura, Miúcha, Joyce, Luiz Eça, João Nogueira, Simone e Carlinhos Vergueiro.
A música de Novelli sempre funcionou bem por meio de parcerias ou em conjunto. Discreto, editou apenas um disco solo, em 1984, pela gravadora francesa Maracatu, intitulado Canções Brasileiras (infelizmente indisponível nas plataformas de streaming), do qual participaram músicos franceses e brasileiros, além dos letristas Cacaso, Ronaldo Bastos e Márcio Borges.
Aumente o som e preste atenção nestas linhas de contrabaixo; você nunca ouvirá nada igual!
Sobre a Essenciais
A playlist Essenciais apresenta 20 faixas para entender uma determinada figura ligada ao desenvolvimento histórico da música brasileira. Uma série dedicada aos grandes fazedores, instrumentistas, letristas, produtores e arranjadores, que embora tenham seus nomes marcados no imaginário dos aficionados e nas fichas técnicas de grandes discos, estão longe dos holofotes. Além de Novelli, a seleta já homenageou o violonista Dino 7 Cordas, o guitarrista Lanny Gordin e o percussionista Naná Vasconcelos.
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Você pode escolher onde escutar: a mesma playlist está disponível no Spotify, no Deezer e agora também na Apple Music: