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Os discos da vida de Humberto Gessinger

Que Humberto Gessinger é um cantor e intérprete multi-instrumentista não é novidade. Desde sua época de Engenheiros do Hawaii, a banda de rock dos anos 80 que tinha ele como frontman, é possível resgatar filmagens e gravações que mostram o cantor tocando guitarra, violão, teclado, baixo, piano, viola caipira, gaita e o bandolim - nosso objeto de curiosidade.

Você sabia, inclusive, que o único instrumento que ele aprendeu, formalmente, foi o bandolim?
E que sua grande referência musical é o disco “Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim e Época de Ouro - Ao Vivo”, um dos álbuns mais relevantes para a vida e obra de Humberto.

Em entrevista com o cantor, estendemos ainda mais o curso da conversa:
E se você pudesse elencar cinco discos de música brasileira (ou não) que te marcaram?
As respostas você confere abaixo:
 

1. Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim e Época de Ouro ao Vivo (1968)

Elizeth Cardoso se junta a Jacob do Bandolim neste disco de 1968.

Esse disco me fez comprar um bandolim e procurar um professor”, comenta. De acordo com Humberto Gessinger, a publicação, que traz a voz marcante de Elizeth Cardoso e os arranjos de Jacob do Bandolim, gerou sua primeira experiência em grupo. Depois de ouvir o álbum, e realizar quatro meses de aulas, o artista montou um grupo regional com três colegas de escola.

2. Pink Floyd – Animals (1977)

“Animals” foi o primeiro de Pink Floyd que Humberto adquiriu logo após de lançado

Referências do Rock para um cantor do gênero, não poderiam faltar. Os integrantes da britânica Pink Floyd são citados por ele como “ídolos”. O álbum em questão é “Animals” de 1977, que não era o primeiro de Pink Floyd no acervo de Gessinger, mas foi o primeiro que ele comprou assim que lançado. “Isso me dava a sensação de estar entrando em sincronia com a timeline dos meus ídolos”, justifica.

3. Zé Ramalho - Antologia Acústica (1997)

Antologia Acústica reúne canções de Zé Ramalho com novos arranjos.

Neste disco, Zé Ramalho fez releituras acústicas de canções históricas como “Avôhai” e “Chão de Giz”. O ex-frontman do Engenheiros diz que “projetos como este podem ser tão autorais quanto um disco de inéditas”, ressaltando o caráter das novas roupagens e arranjos que uma mesma canção pode ter com o passar dos anos.

4. Joni Mitchell - Shadows and Light (1980)

Joni Mitchell é grande referência do Jazz e compositora favorita de Humberto

Joni Mitchell, a força artística por traz do disco “Blue” (1971), é a compositora preferida de Humberto Gessinger. No entanto, o álbum “Shadows and Light” é mencionado pelo cantor como sendo seu favorito. Nele, acompanhada por Jaco Pastorius, Pat Metheny, Lyle Mays, Don Alias e Michael Brecker, Mitchell mistura folk, jazz e rock.

5. Doces Bárbaros - Caetano, Gil, Bethânia e Gal (1976)

Doces Bárbaros reúne quatro vozes gigantes: Gal, Caetano, Gil e Bethânia.

Humberto finaliza sua lista com “Doces Bárbaros” de Caetano, Gil, Bethânia e Gal. Quando questionado sobre a razão pela qual “Doces Bárbaros” faz parte das grandes referências de sua vida, o cantor diz que este disco é “das coisas que nos fazem acreditar no Brasil”. 

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As referências de Humberto Gessinger são diversas e estão presentes na sonoridade e poética de sua trajetória musical. A partir de suas percepções, vemos a presença de músicos e intérpretes atemporais. Assim também são os trabalhos de Humberto para toda uma geração. O cantor faz uma série de apresentações com o show “Ao Vivo Pra Caramba”, em que será possível reviver algumas músicas do disco A Revolta dos Dândis, que completou 30 anos em 2017, e se mantém atemporal no imaginário e memória dos fãs do Engenheiros do Hawaii e, claro, de Gessinger.
Os ingressos estão esgotados para os shows em Presidente Prudente (25/jul), Jundiaí (26/jul) e Sorocaba (26/jul); mas o músico se apresenta no sábado (27/jul), no Sesc Parque Dom Pedro II, com entrada livre.