Sesc SP

No Sesc Taubaté de 22/agosto de 2013 até 4/março de 2014, a exposição "Na Outra Margem: O Rio Paraíba do Sul", retrata de maneira lúdica o rio e a cultura que se estabeleceu em torno dele

Qual foi a última vez que você olhou ou pensou no rio que corta sua cidade? A exposição Na Outra Margem: O Rio Paraíba do Sul tem como proposta reconectar as pessoas ao ambiente natural que as cercam.

Idealizada pela equipe técnica do Sesc Taubaté, a mostra apresenta uma caracterização socioambiental do Rio Paraíba do Sul e de tudo o que ocorre em seu percurso, principalmente para as pessoas que vivem na região da paisagem valeparaibana. “A exposição busca um resgate cultural, das memórias e da afetividade das pessoas com o rio”, afirma Lucas Marques, agente de educação ambiental do Sesc Taubaté.

A seguir, você pode assisir a um vídeo com algumas das imagens usadas na exposição:

Piraquara

O Piraquara é o morador que vive e sobrevive às margens do Paraíba do Sul. De certa forma, é o personagem que nos conduz a esta viagem pela nascente, percurso e foz do rio: momentos geográficos que, carregados de simbologia, também norteiam o formato da exposição.

“A nave foi dividia em seis partes e é a representação da casa do Piraquara, uma pessoa que tem uma ligação com a natureza muito mais próxima que a nossa, e seu universo fantástico. É como se ele estivesse na casa dele e cada espacinho fosse a visão que ele tem”, ilustra Julio Dojcsar, um dos criadores da cenografia da exposição.

Esta visão é materializada de uma maneira muito lúdica. Animações representam a visão que o Piraquara tem do fundo do rio e criaturas confeccionadas com materiais reaproveitados representam a fauna local.

Pontes

A ponte é um elemento muito marcante na narrativa da exposição. Além de um patrimônio arquitetônico distribuído entre os trechos do rio, a sua característica funcional de levar à outra margem inspira o nome da exposição.

“Existe também um aspecto simbólico e reflexivo nas pontes, sugerindo uma relação sobre o que foi o Rio Paraíba do Sul para os nossos antepassados até a visão que temos dele hoje. Depois disso, vem a reflexão sobre como podemos nos relacionar com ele a partir de agora”, exemplifica Sonia M. Gabriel, representante do Instituto Ecocultura, que realizou a pesquisa de patrimônio cultural da região.

Mediadores

Um grupo de mediadores foi preparado com conteúdos teóricos e práticos, com a proposta de trazer à tona experiências e afetos do público e de sua relação com o rio. O educador ambiental especialista em ecologia humana Sando Tonso, foi um dos condutores da formação desta equipe.

“Como é uma exposição sobre um território e um território não existe sem gente, é muito bacana por que as pessoas que estão visitando também fazem parte da exposição; elas estão visitando uma exposição sobre elas mesmas, sobre o território delas”, explica Tonso.

Para possibilitar a acessibilidade de pessoas com deficiência visual foi desenvolvido um audioguia, com audiodescrição, disponibilizado em mp3 players, que podem ser solicitados aos monitores da exposição. O audioguia também pode ser utilizado por pessoas que desejem fazer uma visita autoguiada pelos espaços.

Todo o trabalho é pautado no conceito do pertencimento e na discussão das relações de interdependência entre natureza, cultura e sociedade, buscando um sentimento de corresponsabilidade.

“Estamos falando de um pertencimento físico: eu ocupo um espaço aqui onde eu vivo, onde eu moro, mas principalmente de um pertencimento afetivo. Como eu afeto e sou afetado por este ambiente que eu vivo”, esclarece Fábio Luiz Vasconcelos, assistente técnico da Gerência de Programas Socioeducativos do Sesc SP.