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O especial Noites de Cabaré, nos dias 24 e 25/agosto, transforma a Lona do Sesc Santo André em um reduto de boemia e arte. Espetáculo homenageia o músico, cantor e compositor francês, Serge Gainsbourg
O Sesc Santo André resolveu ocupar a Lona, instalada no gramado da Unidade, para a segunda edição do especial Tem Circo no Sesc!, para uma representação no clima de um cabaré francês. O especial Noites de Cabaré, que acontece dias 24 e 25/agosto, transforma o Sesc em um reduto de boemia e arte e a Lona ganha um clima francês, livremente inspirado no bairro parisiense Montmartre, onde os cabarés como Moulin Rouge e Le Chat Noir – eternizadas pelo cinema – são locais consagrados para a reunião de inúmeros artistas.
O homenageado da noite, que neste ano completaria 85 anos, o músico, cantor e compositor francês, Serge Gainsbourg terá sua obra revisitada por uma série de artistas em um espetáculo que contempla várias linguagens, relembrando assim a pluralidade do homenageado.
Um cardápio especial (com sanduíche de carne louca, batata noisete, taça de vinho e porção de queijo e cerveja) para servir o público, enquanto a noite é preenchida por várias participações especiais, que complementam o espetáculo: Thiago Pethit, que estudou canto e composição em Buenos Aires e Paris, além de ter formação em artes cênicas, interpretará algumas canções, mostrando a influência que os cabarés exercem sob seu trabalho, aproximando-o da da obra de Serge Gainsbourg.
O músico Edgar Scandurra resolveu, em 2008, comemorar os 80 do nascimento de Serge Gainsbourg. Para tanto, chamou alguns amigos para apresentar versões semiacústicas de grandes sucessos do compositor francês. Do grupo original de amigos (Edgard, sua esposa Andréa Merkel, Arnaldo Antunes, a cantora Bárbara Eugênia, os jornalistas e compositores Alex Antunes e Rodrigo Carneiro, além do cantor francês Chris Hidalgo), outros nomes se somaram à empreitada e surgiu então o grupo Les Provocateurs. Para o projeto, foram escolhidas as mais representativas canções de Gainsbourg, algumas inclusive cantadas em português, com versões que transitam por várias vertentes musicais. Tal mistura também contempla as participações especiais, além de um vasto repertório imagético produzido pelo VJ e produtor cultural Eduardo Beu, que também explora o ícone francês. A lembrança representada por Scandurra e os Provocateurs não é apenas dedicada ao personagem ícone, mas se estende a grandes representantes do universo grainsbourgiano: suas intérpretes e musas.
A bailarina e coreógrafa Mariana Duarte, integrante do núcleo artístico Trixmix, será a responsável por unir no palco circo, teatro e dança – linguagens que intregram seu trabalho de pesquisa corporal. O francês Bruno Rudolf é mais um que se junta na apresentação; radicado no Brasil há 12 anos, é bailarino formado por um conservatório francês e dedica-se ao treino e pesquisa de aparelhos aéreos e acrobacias aliados à dança e ao teatro, apresentando-se frequentemente pela Europa com seu grupo, o Solas de Vento.
Fascinada pelo glamour e o brilho das estrelas da idade de ouro de Hollywood, Karina Raquel, dançarina de balé clássico, criou a personagem Fascinatrix, que trará ao ABC o resgate dos shows burlescos dos anos 30 e 40. MC Georgette é quem fica responsável por apresentar os artistas e comandar a noite; a personagem, criada pelo ator Kleber Montanheiro, é inspirada em Georgette Dee, cantora transexual que vive em Berlim, considerada diva do cabaré alemão.
Sobre Serge Gainsbourg
Filho de judeus russos que emigraram para a França fugindo da revolução de 1917, Serge foi um dos maiores sedutores de sua época – mesmo com características físicas não tão atraentes, bem como a sustentação de alguns vícios ilícitos. Sua lista de amantes inclui personagens como Brigitte Bardot, Catherine Deneuve, Juliette Gréco e Jane Birkin, verdadeiras beldades do seu tempo.
A complexa figura foi colecionadora de escândalos, polêmicas e fortes paixões, mas soube de forma talentosa utilizar esses recursos para enriquecer sua obra. Transitou pelas artes plásticas, literatura, cinema e poesia erótica, mas o talento como compositor é que o fez despontar e foi na música que ele deixou o seu maior legado. Sua produção compreende inúmeras canções, que trafegam por diversos ritmos e estilos.
Seu maior sucesso, Je t’aime, moi non plus é carregada de insinuações sexuais (comum em toda a produção do artista), o que causou censura em alguns países na época – inclusive no Brasil. Porém, seu sucesso foi inegável e a canção, gravada inicialmente por Gainsbourg e Jane Birkin (sua então esposa), ganhou várias versões e alcançou todo o mundo.
Em 1991, aos 63 anos de idade, sua vida de excessos é encerrada com um ataque cardíaco. Entretanto o artista deixou de herança canções como Bonnie and Clyde (cantada ao lado da amante da ocasião, Brigitte Bardot), Initials B.B. (composta para Bardot quando ela ainda era casada), a excêntrica e controversa Lemon Incest (em parceria com a filha Charlotte Gainsbourg), La Javanaise, Melody Nelson, Dieu Fumeur de Havanes, Les Sucettes, La Décadence, entre outras.
Primeira vez
Não é a primeira vez que o Sesc homenagea o Serge Gainsbourg; em 2009, na ocasião do Ano da França no Brasil, o então Sesc Avenida Paulista trouxe uma exposição (originalmente montada em Paris) que continha 24 instalações visuais e sonoras, que reuniam trechos de filmes e vídeos, entrevistas, fotos e outras documentações importantes sobre o artista. No mesmo ano, desta vez no Sesc Pinheiros, subiu ao palco a Orquestra Imperial, interpretando obras do artista acompanhada de Caetano Veloso, Jane Birkin e Jean-Claude Vannier, numa noite de casa cheia que resultou em um programa especial do Sesc TV. A seguir você pode assistir a alguns trechos:
o que: |
Noites de Cabaré |
quando: |
24 e 25/agosto |
onde: |
o que: |
Tem Circo no Sesc! |
quando: |
até 1/setembro |
onde: |