Sesc SP

De 27/julho a 11/agosto, acontece a 4ª Edição do Festival de Inverno do Sesc Araraquara. Teatro, música, artes visuais, artemídia, cinema e dança compõem a programação que promete estabelecer uma reflexão sobre a arte e o espaço urbano

Discussão mais ou menos recorrente na história da arte, o fim da arte, é um tema espinhoso que surge e se reapresenta quase sempre quando se tenta definir os limites da arte contemporânea.

Mais ou menos, o fim da arte, indicaria um esgotamento dos próprios significados possíveis da arte (a beleza, a mensagem, o incômodo, a cópia da natureza, etc.), mas vem quase sempre associada à noção de um fim da história (outro conceito também polêmico). Os acontecimentos sociais e artísticos recentes parecem estar justamente aí, às vistas de todos pra provar o quanto a arte não se esgota.

Se sair às ruas continua sendo um mecanismo de expressão, o que dizer dos artistas que há tempos buscam na rua, no contato com o público, um canal de comunicação e interlocução ainda mais direto e expressivo? Expressão artística e social têm o mesmo impulso ou energia.

Os tempos da arte em contato direto com o seu público nunca estiveram tão fortes: os museus se reinventam, deixam de ser locais de adoração da "Grande Arte" e passam a ser espaços vivos, que proporcionem sensações, descobertas e trocas. Esse é talvez o grande desafio contemporâneo: encontrar um tom que aproxime públicos (do mais interessado ao mais desavisado) a uma gama verdadeiramente enorme de possibilidades artísticas. É curioso notar como as instituições culturais tentam promover esse diálogo - com maior ou menor sucesso – abrindo suas portas a cada exibição, expandindo-se às ruas e avenidas em ocupações, lançando suas curadorias online para um público fisicamente intangível, mas acessível.

Em 2013, o Festival de Inverno apresenta mais uma dessas tentativas, mas ao invés de “quebrar a cabeça” para buscar o sentido ou orientação de um propósito curatorial, ou ainda a “delimitação” de um conjunto, o Sesc Araraquara resolveu escutar o que a própria arte tem a dizer com uma programação que flui em direções distintas, sem contudo, se opor.

De talentosos artistas com carreiras sólidas a novos projetos, com grande variedade de possibilidades de procedimentos artísticos e formas de apresentação, espera-se que o público se deixe levar por essas ideias e associações entre o sensível e o impulso criativo.
Cabe a cada um, procurar entender que a própria arte busca suas soluções e espaços, como uma espécie de éter que se derrama, preenche as fissuras e se volatiliza: a arte faz suas escolhas de acordo com seus espaços sociais, culturais e de sensibilidade. Você pode ser esses espaços.

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