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O Choro pede passagem
Em 1965, o poeta Vinicius de Morais causou polêmica ao escrever que o samba nasceu na Bahia. Afinal, os cariocas sempre reivindicaram a criação do ritmo que se tornou sinônimo de brasilidade.
Mas a origem de outro ritmo musical, que se tornou um símbolo da nossa cultura, está acima de qualquer polêmica: todos concordam que o Choro nasceu no Rio de Janeiro.
E seu “pai” é um exímio flautista chamado Joaquim Callado Jr, que em 1870 organizou um grupo de músicos chamado “Choro do Callado”.
O Choro ganhou adeptos em todo o território nacional e acabou se tornando um dos símbolos da nossa cultura.
A simplicidade na formação básica dos grupos, com a flauta solando, o violão fazendo o baixo e o cavaquinho no centro, contribuiu para sua popularização e as rodas de Choro conseguem agradar a boêmios e eruditos; tanto que existem composições específicas para conjuntos de câmara e orquestra, como algumas peças do compositor Heitor Villa-Lobos.
O gênero está tão presente na vida do brasileiro, que até mesmo quem não conhece nada de choro já se pegou assoviando as notas de “Brasileirinho”, composição de Waldir Azevedo e que já foi utilizado em trilhas sonoras diversas: desde peças publicitárias até apresentações de ginástica artística.
Você sabia?
Que não existe um consenso sobre a origem do nome “Choro”?
Há pesquisadores que afirmam que ele pode derivar da maneira chorosa como as músicas estrangeiras eram executadas no final do século XIX, cujos apreciadores chamavam de “música de fazer chorar”.
E outros associam à sensação de melancolia transmitida pelas linhas de baixo executadas nos bordões do violão.
Que dia 23 de Abril é o dia Nacional do Choro?
A data foi escolhida em homenagem ao nascimento de Pixinguinha, um dos maiores nomes do gênero. E que nessa data, no ano de 2002, nas dependências do Sesc Santos foi fundado o Clube do Choro da cidade?
Em outubro, o Choro pede passagem no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc em São Paulo.
Nos dias 05 e 06, a compositora, cantora, violonista e pesquisadora Anna Paes realiza a oficina "O choro na canção popular brasileira”.
A atividade é voltada para cantores profissionais e/ou amadores e compreende duas etapas: a primeira voltada para a apreciação musical e a segunda voltada para a prática vocal.
E no mesmo dia, o grupo Choronas lança seu mais recente trabalho, em homenagem à São Paulo.
Já no dia 13, um bate-papo musical com um dos grupos de choro mais tradicionais da cena brasileira: Izaias e seus chorões é o destaque sobre o tema. O grupo surgido em 1974, em reuniões informais entre amigos, amantes e estudiosos do choro tem a finalidade de divulgar este gênero no seu modo mais puro, como fora concebido há mais de cem anos, procurando dessa forma conservar suas raízes.
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Sesc ao pé do ouvido
Playlists criadas especialmente por artistas convidados e outras inspirações estão no perfil do Sesc SP.
Bom para acompanhar você quando estiver correndo, com saudade do Angeli e do Laerte dos anos 80 e outras cositas más. Chega mais!