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Música feminina e indígena no Sonora Brasil

Com os temas Líricas Femininas - A presença da mulher na música brasileira e A Música dos Povos Originários do Brasil, o Sonora Brasil chega à sua 22ª edição.

Promovido pelo Sesc, o maior projeto de circulação musical do país já alcançou 750 mil pessoas, com 6.098 concertos, de 85 grupos, em mais de 150 cidades brasileiras. Ao todo, 431 músicos já se apresentaram no circuito, que a cada biênio aborda duas temáticas diferentes e promove a circulação dos artistas por todas as regiões brasileiras.

O lançamento, que acontece no dia 23 de abril, no Sesc Bom Retiro, conta com apresentação dos grupos Líricas Modernas e Wiyae.

Uma curadoria formada por profissionais do Sesc de todo o país é responsável pela escolha dos temas e grupos que integram a programação do Sonora Brasil. O tema A Música dos Povos Originários do Brasil será apresentado por meio de quatro circuitos, com dois grupos diferentes em cada, mostrando um pouco da diversidade musical e estética dos povos indígenas. Os circuitos são compostos pelos grupos tradicionais: Teko Guarani, do povo Mbyá-Guarani (RS) e Nóg gã, do Kaingang (RS); Dzubucuá, do povo Kariri-Xocó (AL) e Memória Fulni-ô, Fulni-ô (PE); Opok Pyhokop, do povo Karitiana (RO) e Wagôh Pakob, do Paiter Surui (RO); e pelo grupo Wiyaé que reúne os trabalhos da artista indígena Djuena Tikuna (AM) e da cantora e pesquisadora Magda Pucci (SP).

Já o tema Líricas Femininas – A presença da mulher na música brasileira busca dar visibilidade à produção das mulheres, que por muito tempo foi pouco reconhecida. Ao todo serão 14 artistas, compositoras e intérpretes que apresentarão ao público em quatro circuitos os programas compostos exclusivamente por obras de compositoras e letristas brasileiras reunidas especialmente para o Sonora Brasil.

Os circuitos serão divididos em: Líricas Modernas, Líricas Negras, Líricas Transcendentes e Líricas Históricas. Entre as artistas escolhidas estão Badi Assad, violonista, cantora e percussionista, conhecida por um estilo marcado pela versatilidade de linguagens - vocal, instrumental, cênica e corporal; Cátia de França, cantora, compositora e multi-instrumentista, cujas composições já foram gravadas por grandes nomes da MPB, como Elba Ramalho, Amelinha e Xangai; Gabriela Geluda, soprano, mestra em música antiga pela Guildhall School of Music and Drama – Londres; e Rosa Reis, cantora maranhense, que apresenta a música da tradição popular caminhando pelos palcos, dialogando entre os ritmos dos terreiros e das festas populares.

Até o fim de 2019, os 63 artistas dos dois temas farão 350 apresentações, em 97 cidades. O tema Líricas Femininas circulará pelas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste enquanto o tema Música dos Povos Originários do Brasil seguirá pelas regiões Norte e Nordeste. No ano seguinte, os grupos invertem as regiões fazendo com que todos circulem por todo o país.

Sobre os temas:

Líricas Femininas - A presença da mulher na música brasileira

Por meio de uma abordagem cronológica, as Líricas Históricas apresentarão repertório com a obra e a história de compositoras representantes de várias fases da música brasileira. O grupo é formado por Gabriela Geluda, Anastácia Rodrigues, Priscilla Ermel e Vanja Ferreira.

Líricas Modernas abordarão repertórios da atualidade, com estética próxima da música popular, valorizando a experimentação e o uso de recursos expressivos inovadores, especialmente na voz. O grupo é formado por Lucinah, Badi Assad e Regina Machado.

Líricas Negras apresentarão repertório ligado às tradições afro religiosas e obras que remetam aos elementos estéticos da cultura africana, somando vozes de resistência a elementos percussivos. O grupo é formado por Geórgia Câmara, Negravat, Rosa Reis e Vanessa Melo.

Líricas Transcendentes apresenta repertório relacionado às tradições musicais do meio rural, considerando o uso da música como meio de comunicação com as divindades. O grupo é formado por Déa Trancoso, Ceumar e Cátia de França.

Música dos Povos Originários do Brasil

A música é um dos elementos mais ricos da cultura e arte indígena. O tema Música dos Povos Originários do Brasil será apresentado por meio de quatro circuitos, com dois grupos diferentes em cada, mostrando um pouco da diversidade musical e estética dos povos indígenas. Com instrumentos de sopro e percussão, os artistas falam sobre o cotidiano dos povos indígenas nas colheitas, nos dias atuais, trazem sincretismos religiosos e remetem ao tempo da colonização quando eram obrigados a praticar seus rituais em segredo.

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