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Corpo Feminino: Um mês de celebração às mulheres nos esportes
*Por Lu Castro
“O mundo está precisando de uma vibração mais feminina. Tudo o que estamos vivendo ou apenas observando dos acontecimentos está bastante influenciado pela energia yang, portanto, vibrar o yin neste momento é importante para buscarmos o equilíbrio”.
Foi com essas palavras, em meio ao agradecimento feito aos presentes, que a professora Fernanda Perlatti encerrou a vivência de yogaterapia hormonal. Por meio da síntese oportuna de Fernanda e com uma atividade de yoga diferenciada e altamente potente, a importância da atividade física para as mulheres no contexto do conhecimento do próprio corpo, ficou não só evidente como sublinhada na minha mente.
A mudança, as oportunidades, a construção de laços e o crescimento no campo humano são alguns dos benefícios oferecidos na prática dos mais variados esportes e, às mulheres, esses mesmos benefícios são potencializados em razão de todo o afastamento da prática esportiva culturalmente imposto.
Ao ouvir as atletas da ginástica rítmica, evidenciou-se o caráter de crescimento nos mais variados sentidos para a mulher que pratica alguma atividade física, em especial para as de alto rendimento e toda gama de conhecimento que se acumula ao competir.
Exemplo maior de conquistas para além da prática esportiva, Maria Esther Bueno, a homenageada no mês especial das mulheres, é a prova de que a participação feminina no esporte amplia perspectivas, abre caminhos e constrói pontes importantes.
Para reverenciar a tenista, a roda de conversa com Patrícia Medrado, José Nilton Dalcin e Aline Cabral, mediada por Maria Luiza Souza Dias, trouxe histórias de uma das maiores atletas brasileiras e agradecimentos cheios de emoção. Maria Esther é ícone incontestável e poder ouvir as palavras de quem participou de seu convívio, foi enriquecedor.
Das quadras aos campos, do tatame à piscina, da dança como cultura à dança aliada à ginástica para competição olímpica, as mulheres arrepiaram e mostraram que protagonismo também se dá fora do espaço competitivo.
Regiani Ritter, uma das pioneiras no jornalismo esportivo, é bibliografia indispensável para qualquer mulher que pretenda trabalhar reportando o futebol. Em um bate-papo que poderia durar muitas horas, ela contou momentos interessantes de sua carreira e sobre os obstáculos superados de maneira muito talentosa. Com muita personalidade e sabedoria, prendeu a atenção da plateia, arrancou risadas e mostrou sua notória habilidade com as palavras.
Fechando o mês de atividades e com o sol deixando o deck mais bonito e movimentado, a vivência de jiu jitsu com as atletas Marcinha Souza e Michele Nicolini contou com boa participação das mulheres interessadas nas técnicas de defesa pessoal que a modalidade proporciona.
Ares femininos envolveram o Sesc Pompeia de modo sublime e contundente, fortalecendo a proposta de ocupação dos espaços esportivos pelas mulheres que fizeram ou estão fazendo história. Mulheres que se tornaram ícones de gerações dentro ou fora das linhas. Mulheres que suplantaram todos os obstáculos por amor ao esporte.
*Lu Castro, jornalista esportiva com vivência intensiva no futebol feminino brasileiro. É parceira do Museu do Futebol e do Sesc SP fazendo a curadoria e produção de conteúdo de exposições temporárias sobre futebol, curadoria de festivais de cinema de futebol e roteiro e produção de curta documentário. É membro da Rede de Pesquisa sobre Futebol, Mulheres da América Latina e Grassroots Sports Diplomacy e colabora quinzenalmente com o portal Ludopédio.