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Quarentena intensa
Muito mais que lives e shows drive-in, a música brasileira está se reinventando neste período de reclusão social
Colaboração de Alexandre Matias
Se o período da quarentena pegou a todos desprevenidos, a música não apenas assustou-se com a possibilidade de perder seu principal canal de difusão e sustento como prontificou-se a sacrificá-lo em prol do bem comum. Antes de quaisquer outras atividades públicas ou mesmo do pronunciamento de quaisquer autoridades, produtores, músicos e empresários cancelaram shows, festas e outras apresentações ao vivo com dor no coração mas cientes de seu papel. Desta forma, a música foi a primeira classe social a demonstrar a gravidade da pandemia para o Brasil num momento em que restaurantes, shoppings, hotéis, academias, lojas, salões de beleza e parques públicos sequer cogitavam parar suas atividades.
Sem shows, a música parecia fadada ao fracasso. Por mais que a internet seja uma alternativa viável e sustentável, ela não chega aos pés do contato físico tanto no sentido de difusão musical quanto no departamento financeiro. Mas a privação dos shows não foi o suficiente para sufocar o setor, que está passando por um período de reinvenção pesado, atualizando suas atividades extrapresenciais para a realidade digital deste novo século.
As lives foram as primeiras manifestações artísticas deste período - mesmo porque além de ser a ferramenta mais fácil e mais disponível (afinal, poderia ser feita através das redes sociais) requeria o mínimo de tecnologia que qualquer artista tem atualmente: uma câmera (embutida no computador ou no celular) e conexão com a internet. A partir desta primeira constatação, as lives se tornaram regra, criaram um horário nobre (a partir das sete da noite, quase sempre no Instagram) e ainda seguem firmes, mesmo tendo passado por uma fase mais massificada, quando incluiu grandes patrocinadores e duplas sertanejas e parecia fadada à overdose.
Passado este período, lives se transformaram em algo além de um substituto para um show e os artistas cada vez mais a entendem como a melhor forma de manter contato com seu público. O melhor exemplo desta nova forma de apresentação é a live da cantora Teresa Cristina, que já se tornou um dos grandes acontecimentos musicais do ano, quando ela recebe pesos pesados da música brasileira para encontros diários em sua conta no Instagram, sempre às 22h. O evento é ainda mais saboroso por finalmente coroar a importância de uma cantora e pensadora brasileira que agora sim é reconhecida como um fenômeno popular - sem precisar forçar a barra, só na finesse.
As lives também ganharam outros caráteres: há quem as transformou em workshop, em discussões sobre o mercado ou criatividade, quem aproveitou para destrinchar suas próprias discografias e arrecadar fundos para os heróis invisíveis que tornam o espetáculo possível - a turma da técnica, mais conhecida como “graxa”. Mas há um nível de conexão entre público e artista (e entre artistas entre si) cuja intensidade era improvável antes da pandemia, mesmo com as redes sociais se tornando tão centrais em nossas vidas. Com a quarentena, os artistas se expuseram mais, abriram suas cabeças, temores e casas para serem abraçados pelo público.
Rumo ao cinema
Enquanto não há previsões para a volta de shows, outras alternativas vão surgindo e uma delas veio do mundo do cinema: os drive-ins. Mas se já é estranho (e elitista) assistir a um filme em um telão dentro de um carro com várias outras pessoas estacionadas por perto, imagine ver um show. Pior: dentro daquelas bolhas metálicas, a única forma de manifestar satisfação com as músicas é… buzinando. Além da visão bizarra que o artista deve ter, entender buzinas como aplauso mostra o tamanho da distopia em que nos metemos.
Mas outro encontro entre música e cinema na quarentena parece que vai render frutos mais interessantes - que é quando diretores de cinema assumem a condução das transmissões pela internet. Fenômeno que também vem acontecendo no exterior, ele começa a ser percebido no Brasil ainda no começo da quarentena, quando Ava Rocha, nascida em uma família de cineastas, entende que o celular é uma câmera e que pode ser movida, fazendo lives dinâmicas e com muito movimento, enquadrando-se de formas inusitadas e transformando o show em cinema. Outra novidade neste mesmo encontro aconteceu quando a clássica Casa de Francisca, casa de shows no centro de São Paulo, convidou a cineasta Laís Bodanszky para dirigir as lives que fariam em suas dependências. Outros movimentos nesta mesma direção estão sendo armados nos bastidores neste exato momento.
E por mais longo que estes quatro primeiros meses de quarentena possam parecer - e por mais longa a quarentena parece ser a médio prazo -, a quantidade de artistas produzindo e pensando em novas ideias é intensa. Ninguém desistiu, largou a carreira ou resignou-se frustrado. Músicos de todo o Brasil estão reinventando a cena musical brasileira e lançando trabalhos que haviam sido compostos no período anterior. Separamos alguns exemplos - mas a lista é bem maior que essa.
ÀIYÉ
Ex-baterista do fenômeno indie que foi a banda Ventre, Larissa Conforto se reinventou misturando seu talento como compositora à versatilidade instrumental e suas qualidades de produtora eletrônica, misturando tudo num projeto batizado com o nome que o mundo material, em contraponto ao espiritual, é referido no candomblé. O projeto foi gestado durante todo o ano passado e metamorfoseou-se em seu primeiro álbum solo, Gratitrevas, que ganhou outra conotação a partir do isolamento social.
Àiyé - Gratitrevas
AVA ROCHA
No ano passado, depois de lançar o arrebatador disco Trança, Ava passou uma temporada em Bogotá, onde viveu seus anos de formação, e aproveitou a quarentena para lançar o material que registrou quando esteve lá. O EP Sal Gruesa reúne as faixas “Caminando Sobre Huesos” e “Lloraré, Llorarás”, em que foi acompanhada pela banda colombiana Los Toscos.
Ava Rocha - Sal Gruesa EP
BACO EXU DO BLUES
O rapper baiano estava prestes a fechar a trilogia de álbuns em que se apresentava para o Brasil a partir de partes de seu pseudônimo. Depois de Esu (2017) e Bluesman (2018), ele iria lançar Bacanal, mas a quarentena o obrigou a adiar os planos, fazendo-o gravar um disco-relâmpago, um dos primeiros materiais compostos e publicados após a notícia da pandemia recair sobre nós: o EP Não Tem Bacanal na Quarentena.
Baco Exu do Blues - Não Tem Bacanal na Quarentena
BAIANASYSTEM
O coletivo soteropolitano terminou 2019 fazendo um histórico show ao lado de Gilberto Gil em sua cidade-natal, o que poderia culminar em uma turnê em 2020 ao lado do mestre. Com a suspensão dos shows, resolveu lançar o show como um disco ao vivo, batizado apenas de Gil + Baiana ao vivo e colocar em prática um projeto em que já vinha pensando e que seria executável à distância: pedir ao produtor pernambucano Buguinha fazer uma versão dub do disco mais recente do grupo, O Futuro Não Demora, que transformou-se em Futuro Dub.
BaianaSystem + Futuro Dub
GIANCARLO RUFATTO
O cantor e compositor folk paranaense também foi um dos primeiros artistas a produzir e lançar material após o início da quarentena, lançando ainda em abril não apenas um disco, mas uma série de EPs chamada Canções de Distanciamento Social. Entre versões de músicas dos Cascavellettes, dos Waterboys, do Roxette e dos Mutantes, também lançou canções inéditas, com títulos autoexplicativos, “Não Pretendo Me Embrutecer Nem Me Transformar em Uma Ilha” e “Hey, Este é o Meu Jeito de Suportar os Nossos Dias”. E o volume 3 vem aí.
Giancarlo Rufatto - Canções do Distanciamento Social - vol.1
Giancarlo Rufatto - Canções do Distanciamento Social - vol.2
GILBERTO GIL
Além do disco ao lado do BaianaSystem, gravado num show em Salvador no final de 2019, o buda baiano foi um dos artistas mais atuantes neste período. Participou de lives e comemorou seu aniversário de 78 anos num parabéns à distância que reuniu nomes como Fernanda Montenegro, Alcione, Zeca Pagodinho, Chico Buarque, Djavan, Marisa Monte, Ivete Sangalo, Caetano Veloso, Iza e até Stevie Wonder para cantar a clássica “Andar com Fé”. Ressuscitou uma regravação ao lado de Chico Buarque para a sua imortal “Copo Vazio”. Além de tudo isso, ainda foi o condutor da única festa junina possível na quarentena, quando comemorou seu aniversário em uma live em que passeou por xotes, xaxados e forrós de seu repertório e além.
Gilberto Gil | #FiqueEmCasa e cante #Comigo
GIOVANI CIDREIRA + JOSYARA
Dois novos baianos talentosíssimos, Josyara e Giovani Cidreira se uniram num dueto maravilhoso no EP Estreite, a partir da provocação do produtor Zé Pedro, do selo Joia Moderna, em que misturam referências modernas e arcaicas. Cidreira também meteu-se em outro EP de dueto, o projeto Mano Mago, concebido e executado ao lado do produtor Mahal Pita, ex-produtor do BaianaSystem.
Josyara e Giovani Cidreira - Estreite
GUILHERME HELD
O guitarrista herdeiro do legado do mago Lanny Gordin vem reunindo material próprio sob os auspícios do cantor e compositor Rômulo Froes, que tornou-se diretor artístico do primeiro disco solo de um músico que já tocou com quase todo mundo. Corpo Nós foi gravado antes da quarentena e reúne um time de artistas de tirar o fôlego - Criolo, Maria Gadu, Lanny Gordin, Letieres Leite, Rodrigo Campos, Simone Sou, Cuca Ferreira, Daniel Gralha, Thalma de Freitas, Iara Rennó, Douglas Antunes, Thomas Harres, Tulipa Ruiz, Juçara Marçal, Rubel, Curumin, Mariana Aydar, Ná Ozzetti, Péricles Cavalcanti, Fernando Catatau, Rômulo Froes, Felipe Catto, Juliana Perdigão, Beto Bruno, Kika, Thiago França, Sérgio Machado, Décio 7, Felipe Roseno, Dustan Gallas, Fabio Sá, Bruno Buarque, Marcelo Cabral, Rômulo Nardes, Maurício Badé... e muito mais! A quarentena foi o período de apresentar os primeiros singles, entre eles o ótimo “Sorongo”, arranjado pelo maestro Letieres Leite. O disco deve chegar às plataformas digitais em breve.
Guilherme Held + Letieres Leite - “Sorongo”
JULIANA PERDIGÃO
Depois de lançar o ótimo Folhuda, em que musicava poemas de autores brasileiros de diversas épocas, a cantora e compositora mineira começou 2020 com dois projetos em mente: o primeiro, Juper, dedicado a versões de compositoras lésbicas brasileiras, estreou com o single “Essa Tal Criatura”, de Leci Brandão, e ainda terá versões para músicas de Sandra de Sá, Vange Leonel, entre outras. O segundo, já lançado, é o projeto de spoken word Dúvidas, em que, ao lado do baterista Thomas Harres, do tecladista Dudu Tsuda, do guitarrista Maurício Tagliari e do baixista Fábio Sá (com overdubds de sax feitos posteriormente por Thiago França), descarregava verborragias intensas em sessões de improviso descrevendo cenas como “o quase imperceptível peso da capa dura do dicionário durante a procura de um verbete que sacie meu ímpeto de explodir em seguidas voltas no quarteirão aos berros ou o aroma do ramo de tília em infusão na porcelana pintada por minha bisavó em ocasião de sua visita à campos dos goytacazes, quando a chuva intensa que ali precipitava a permitiu liberar, sem que fossem percebidos, discretos gases intestinais na presença do primo Alberto?” e “a vibração parassimpática da corda de um alaúde estimulada pela respiração asmática do afghan hound já em idade avançada repousando sobre o tapete da sala em frente à televisão onde passa o cidade alerta em modo mute OU no ponto do ônibus despertar do sonho em meio às imagens vertiginosas de geometrias sagradas em preto e branco ao sentir respingos quentes da água do carrinho do milho que passa ao lado quando por fim chega o 7272-10 mercado da lapa?”.
Juliana Perdigão - Dúvidas
LETRUX
A compositora e cantora carioca vinha numa escalada ascendente após lançar seu primeiro disco solo Em Noite de Climão, em 2017, e as expectativas para seu próximo trabalho eram altíssimas. O problema foi a pandemia: o magnífico e dramático Aos Prantos saiu exatamente no meio de março, na sexta-feira 13 que antecipou a quarentena e, com isso, perdemos seu ápice artístico, quando seria apresentado ao vivo. Por mais que o disco carregue um élan próprio, é nítido que ele ganharia uma dimensão extra ao ser trazido para o palco. Mas, se por um lado os não-shows deste disco deram uma sensação de coito interrompido à obra, por outro ela ganha uma profundidade bizarra ao ser superposto com as más notícias que atravessam 2020.
Letrux - Aos Prantos
MAURÍCIO TAGLIARI
O capo da gravadora YB Music encerrou 2019 mudando-se do clássico estúdio na Vila Madalena para um novo endereço perto da Avenida Paulista, cuja sessões de estreia deram origem a dois discos lançados durante a quarentena: o já citado Dúvidas, de Juliana Perdigão, e o quarteto de improviso que o próprio Maurício criou ao lado do trompetista Guizado, do baixista Pedro Dantas e do baterista Thomas Harres, num grupo que batizou de Tanino. Ele aproveitou o momento de reclusão e lançou também seu segundo disco solo. Em comparação com o Maô, que lançou no ano passado com dezenas de participações especiais, este novo Maô é explicado pelo subtítulo Falta de Estudo e traz apenas gravações caseiras do próprio guitarrista.
Tanino - “Cravo”
Maô: Falta de Estudo #1
MILTON NASCIMENTO + CRIOLO
O encontro entre estes dois mestres já havia acontecido nos palcos, mas o maestro Daniel Ganjaman, produtor de Criolo, queria consagrar este momento no estúdio e conseguiu fazer este registro antes da pandemia, usando este período de reclusão como época de lançamento do EP Existe Amor, que traz Milton e Criolo juntos cantando músicas um do outro, acompanhados e arranjados por outro mestre, o pianista Amaro Freitas. Um afago em forma de música.
Milton Nascimento e Criolo feat. Amaro Freitas - Cais
Milton Nascimento e Criolo feat. Amaro Freitas - Não Existe Amor em SP
MOMBOJÓ
O grupo pernambucano passou 2019 lançando um clipe por mês, todos dirigidos pelo cineasta Luan Carvalho, e aos poucos seu público começou a perceber que alguns personagens, cenários e diálogos nos vídeos tinham alguma conexão. O segredo foi contado poucos dias antes da quarentena, quando o grupo lançaria os três últimos clipes e o disco Deságua, revelando que os clipes eram partes do filme de Luan que, com o lançamento do disco, seriam colocadas na ordem correta. O disco conta com participações especialíssimas, de Guilherme Arantes a Lenine, passando por Hervé Salters (maestro da banda General Elektriks) e Fernando Haddad, e seu show de lançamento seria o início de uma turnê que levaria a banda a tocar em salas de cinema enquanto o filme estivesse sendo exibido. O grupo vai retomar os trabalhos do novo álbum neste início de semestre e já está pensando em ações online ao redor do trabalho.
Mombojó - Deságua (Trilha Sonora Original do Filme)
Mombojó e Lenine - Nunca Vai Embora
NEGRO LEO
O prolífico compositor maranhense finalmente lançou seu nono disco, quase três anos depois de concebê-lo, no maior período de sua carreira a ficar sem lançamentos. Composto com o baixista Fábio Sá, o tecladista Chicão Montorfano e o baterista Sérgio Machado - este último é quem assina a produção -, o disco quase foi lançado em março, mas a quarentena veio antes, postergando-o para o meio do ano. E como tudo que Leo faz, Desejo de Lacrar é uma provocação pesada ao encerramento ríspido de discussões na internet, uma defesa acadêmica à chamada “lacração”, num disco torto inspiradíssimo.
Negro Leo - Desejo de Lacrar
PEDRO PASTORIZ
O compositor gaúcho quase lançou seu terceiro disco no ano passado, quando ele ainda chamava-se Replay, mas preferiu deixar o lançamento para abril deste ano, sendo atingido de frente pela notícia da quarentena. Criou um programa semanal de humor em sua conta no Instagram como uma forma de manter o contato com o público ao mesmo tempo em que apresentava o universo mais multimídia do disco, que se concretizaria no palco e foi para a internet, misturando humor, personagens, animações em stop-motion, piadas infames e exercícios de linguagem que conversavam diretamente com o novo disco, finalmente lançado em julho e rebatizado com o nome de Pingue-Pongue com o Abismo.
Pedro Pastoriz - Pingue-Pongue com o Abismo
RICO DALASAM
O rapper paulistano propôs-se deixar os beats pesados, os graves ganchudos e a bateção de cabelo para trás e mergulhou em sua própria sensibilidade em busca de um disco soul, cantado, com beats discretos e timbres eletrônicos. Amparado por teclados, guitarras e pedal de distorção nos vocais, ele lançou Dolores Dala Guardião do Alívio, um disco ímpar no hip hop nacional, que caminha entre o R&B e o trap, a música brasileira e a música eletrônica.
Rico Dalasam - Dolores Dala Guardião do Alívio
RINCON SAPIÊNCIA
Quando ia começar a colher os frutos do disco que lançou no ano passado, Mundo Manicongo, veio a quarentena e o rapper paulistano precisou se entocar em casa, como todo mundo. O que deu origem a mais um de seus versos livres, batizado apenas de "Quarentena", que lhe obrigou inclusive a dirigir o próprio clipe, trancafiado em casa. Mas, logo em seguida, deixou a pandemia como assunto para voltar-se à pesquisa que tem feito na África, ao conectar músicas de países como Nigéria, Gana, Congo e Angola para criar a ótima "Malícia", que se conecta imediatamente com seu disco de 2019.
Rincon Sapiência - “Malícia”
Rincon Sapiência - “Quarentena (Verso Livre)”
TATÁ AEROPLANO
Quinto disco solo do cantor e compositor paulista, Delírios Líricos é outro destes discos que ganha nova conotação com a quarentena. É um disco introspectivo, para dentro do violão, e, como diz o título, lírico, o que o torna uma espécie de bálsamo tranquilizador para esta época em que vivemos - antes da pandemia. Neste novo contexto, o que era acalentador torna-se distante, o que era delicado torna-se triste, o que era contemplativo parece desesperador, neste que é o disco mais maduro de Tatá.
Tatá Aeroplano - Delírios Líricos
THIAGO FRANÇA
O saxofonista do Metá Metá e capitão do bloco carnavalesco Charanga do França já estava pensando em gravar um disco sozinho há um tempo, quando resolveu executar este projeto no final do ano passado, num disco cru e direto, só ele com seu instrumento, sem efeitos, pedais, truques de gravação ou participações especiais. Tudo gravado em takes únicos. Batizou o disco de Kd Vcs como uma referência a como mandava mensagens para os amigos quando chegava em algum lugar muito cheio. Com a quarentena, a pergunta embutida no título ganha uma conotação desesperadora, bem como o clima solitário do disco.
Thiago França - Kd Vcs
ZÉ MANOEL
O pianista pernambucano está finalmente terminando seu segundo disco, sucessor do aclamado Canção e Silêncio, que foi produzido por Carlos Eduardo Miranda. Ele vem trabalhando neste álbum desde o ano passado e, em 2020, mostrou seu primeiro single, a tocante “História Antiga”.
Zé Manoel - “História Antiga”
Alexandre Matias
O jornalista brasiliense Alexandre Matias cobre cultura, comportamento e tecnologia há vinte anos e colaborou com os principais veículos de comunicação no Brasil. Sua produção está centralizada no site Trabalho Sujo, que mantém desde 1995. Também atua como curador, tradutor, DJ e produtor de festas, palestrante e coordena cursos voltados para música. Atualmente é curador de música do Espaço Cultural Centro da Terra e criou e dirigiu o espetáculo Professor Duprat - Maestro da Invenção, no Sesc Pompéia, em homenagem a Rogério Duprat.
Radar Sonoro
No momento em que o Brasil e o mundo vivem a pandemia do Covid-19, a música feita no País não foi interrompida totalmente. Para apresentar novas produções musicais, tanto inéditas, quanto em gestação, surgiu o projeto “Radar Sonoro”, uma série de vídeos e textos que traçam um panorama da produção musical brasileira no contexto de pandemia e distanciamento social.
A cada edição, jornalistas, pesquisadores e músicos são convidados a discutirem novos trabalhos musicais e refletirem sobre os impactos desse tempo atual no fazer artístico. A curadoria do projeto é de Sarah Degelo, Assistente de Música do Sesc Pinheiros.
A primeira edição convida o vocalista da banda Mombojó (Recife – Pernambuco), Felipe S, para conversar sobre álbum “Deságua (Trilha Sonora Original do Filme)”, lançado em 10 de março de 2020, nas plataformas digitais. A conversa é conduzida pelo jornalista e curador Alexandre Matias do site Trabalho Sujo e está disponível no canal do Youtube do Sesc Pinheiros.
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