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5 dicas para cuidar de plantas de interior no verão

Fotos: Oficina Dicas de Jardinagem no Verão - Créditos: Mirella Ghiraldi
Fotos: Oficina Dicas de Jardinagem no Verão - Créditos: Mirella Ghiraldi

Por Lilian Ambar*

Desde que passei a morar sozinha, decidi cultivar plantinhas em casa. O meu caso de amor com a natureza começou com a compra de uma samambaia, a única sobrevivente depois de pouco mais de um ano e meio. Já matei diversas suculentas e cactos, das que comprei às que ganhei de amigos. Depois da samambaia, que sobrevive entre erros e acertos, achei que era hora de arriscar mais e ver no que dava.

Quando fiquei sabendo da oficina com dicas de jardinagem no verão no Sesc Sorocaba, resolvi participar e, mais do que isso, colocar a mão na massa. Replantei três plantas, levei duas para casa e uma dei de presente. Saí da oficina com um desejo imenso de compartilhar o que aprendi com tantas outras pessoas que enfrentam o mesmo dilema: como cuidar das plantas que levamos para dentro de casa?

Foi assim que surgiu esta conversa com o Marcos Bravin, agente de educação ambiental do Sesc Sorocaba, e as cinco dicas bastante úteis que ele compartilhou. Quem sabe assim nossas plantinhas não consigam viver por muitos e muitos anos e encher nosso lar de verde e vida? 


_ Sol. Cuidado com o excesso de sol. Plantas de interior não gostam de sol direto. Como elas têm o tecido muito sensível, não suportam sol muito forte. O ideal é tomar sempre o sol da manhã, que é mais fresquinho, mais agradável. E, se no local onde você deixa sua planta bater sol à tarde, você tem que tirá-la de lá e colocá-la num lugar mais fresco.
 

_ Água. Nem de mais, nem de menos. Plantas recebem a quantidade que elas estão preparadas para absorver e regulam a quantidade que entra e que sai, ou seja, tudo que você colocar em excesso vai aparecer: ou vai ter sobra no pratinho ou vai começar a aparecer fungo ou alguma coisa do tipo. Molhe de manhã, porque a água está mais fresca. E, se puder, pegue água da torneira e deixe da noite para o dia, porque aí evapora o cloro e ela fica livre de produtos químicos - além de ser uma água mais fresca. O dedo também pode ajudar a ter uma sensação de excesso ou de falta de água na terra. Só de você enterrar o dedo vai perceber se precisa ou não de água. Nas folhas que transpiram muito mais rápido, dependendo do tamanho dela, você pode colocar entre 250 e 300ml por dia, que é uma quantidade razoável para a planta não murchar. Outra coisa é perceber se a folha começa a desidratar, a murchar, a ficar mais caidinha, aí precisa de água.

_ Limpeza. Faça regularmente uma limpeza na planta, ou seja, retire a parte que está amarela, que está seca. Se você viu algum bichinho, um cochonilha (um tipo de inseto branco), pode passar a mão, tirar com um pincel, borrifar e lavar mesmo, porque, se você não tirar, pode atrair algum tipo de doença. Esta planta pode começar a murchar e você acha que é agua, mas não é.

_ Adubação. Avalie como está a planta e como está a terra que você coloca nela, que pode estar molhada, mas sem nutrientes. Então é legal usar um composto que vende em qualquer loja de jardinagem.

Eu não recomendo nada químico, porque você consegue conversar com as plantas de interior e ver o que está acontecendo. Às vezes, você percebe que a planta está estacionada, mas nesta época do ano [o verão] ela tem que multiplicar muito, soltar muita flor, dar muita folha, tem que dar coisas novas”, explica Bravin.

A dica é: pegar o seu vaso, dar uma olhada e até mesmo fazer uma reposição com produtos que vendem em lojas de jardinagem: compostos a base de húmus de minhoca ou de resíduo orgânico. Ao trocar metade da terra que tem no vaso por uma metade de composto, você vai renovar o seu vaso.

_ Sentir a planta. Tentar entender se a planta gosta do espaço, se ela se adapta àquele cantinho, se bate lá muito ou pouco vento.

Esta talvez seja a dica mais enigmática que vou dar, que é: preste atenção. Não precisa ser todo dia, mas a planta sempre vai te falar alguma coisa: preciso de água, tem muito vento, está muito calor, está muito abafado. Não tem uma regra, vai muito da sua sensibilidade. Quando a gente começa a cuidar e observar as plantas em casa, vai ver que elas são como os animais, que gostam mais de um cantinho, que é mais sossegado, mais tranquilo. Você coloca num lugar, ela começa a crescer, dar um monte de flor ou broto novo. E você fica feliz, porque aquilo te dá uma sensação de plenitude, porque você está conseguindo cuidar”, ressalta o agente de educação ambiental.

É importante, segundo ele, observar estas coisas todas e ver como a planta se adapta. E não precisa ter culpa. Se você colocar num lugar e não der certo, você tentou, então pode mudar de local. Seja persistente. Crie um vínculo, uma relação com a planta. Não deu certo uma vez, tente de novo. “Vai ajustando, porque é um universo muito diferente. A gente traz para dentro de casa algo que está fora. Estamos aclimatando, tentando adaptar algo que é da natureza. Estamos tentando trazer a natureza pra dentro de casa”, finaliza.

*Lilian Ambar é editora web do Sesc Sorocaba.

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