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2ª Mostra de Criadoras em Moda: Mulheres Afro-latinas beleza, atitude e reflexão

Encerramento da 2ª Mostra de Criadoras em Moda<br>Foto: Lúcio Érico
Encerramento da 2ª Mostra de Criadoras em Moda
Foto: Lúcio Érico

Entre julho e agosto, aconteceu no Sesc Interlagos a 2ª Mostra de Criadoras em Moda: Mulheres Afro-latinas.  A programação contou com atividades que discutiram e protagonizaram a mulher negra. “Não estamos pensando no padrão tradicional: corpos do mesmo tamanho, modelos sempre brancas. Nesta Mostra, queremos desconstruir o padrão hegemônico de beleza feminina”, relatou Bárbara Esmenia, animadora cultural do Sesc Interlagos e idealizadora do projeto.

A atividade Café com Papo: Moda Afro no Plural, realizada no dia 2 de agosto, reuniu os ateliês Cynthia Mariah, Abayomi, Xongani, África Plus Size Brasil e Manifesto Crespo para um bate-papo com o público.  O objetivo foi compartilhar as trajetórias de empreendedorismo e as barreiras vencidas por eles, além de trocar inspirações para novas criações estilísticas. “Na segunda edição ampliamos as atividades. No ano passado, realizamos somente o desfile e para esse ano estamos realizando um ciclo de vivências em moda, onde o público também participa com as oficinas de preparação corporal; conversas com os ateliês contando sobre sua criação; oficinas de tranças e turbantes, transição capilar e desenho de moda. As oficinas são importantes  para quem tem interesse em ingressar na moda afro-latina e para o público conhecer mais de perto os trabalhos dos ateliês”, declarou Thays Quadros, do coletivo Manifesto Crespo .

A atividade Autoestima e Preparação Corporal, do dia 15, teve como objetivo preparar as modelos para o desfile de encerramento. Para muitas delas era a primeira vez na passarela. “É a minha primeira vez desfilando. É bem legal esse projeto, pois estou sendo representada e vendo outras mulheres com quem posso me identificar”, disse Agata Oiase, uma das modelos. 

O encerramento da programação aconteceu no dia 22 de agosto, contando com trilhas exclusivas criadas pela DJ Luana Hansen, alternadas com poemas e textos contundentes, que ressaltaram o que era mostrado nas passarelas para o público frequentador do Sesc. “Achei interessante a Mostra, eu gostei. Nunca tinha visto algo assim, não esperava tanta coisa diferente”, relatou Caio Tavares, de 27 anos. Para Camila Rosa, 33 anos, “é muito importante esse espaço para mostrar a moda afro, como também levantar a questão dos corpos plurais. Eu achei bastante interessante e importante essa abertura e possiblidade de mostrar essa moda”.

Em sua primeira edição, uma das principais repercussões  foi o reconhecimento público do trabalho dessas profissionais. “Ano passado nós trouxemos um vestido de noiva que acabou saindo em várias mídias. O Martinho da Vila viu o vestido e ficou interessado. Então Maira (filha do sambista) veio fazer o vestido. Depois dela vieram outras pessoas famosas como a Sabrina Nonato e Sheron Menezes. A partir dessa experiência que o Sesc proporcionou, tivemos um retorno e um alcance muito maior para nós”, declara a estilista Ana Paula Xogani, do ateliê que leva o seu sobrenome.

Esta ação compõe o Programa de Valorização Social que proporciona espaços de troca de saberes e fazeres tradicionais e contemporâneos, além da ampliação do universo de possibilidades no campo do trabalho e participação cidadã.