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Saúde bucal na pandemia: especialistas do Sesc SP alertam para a importância e os cuidados com a saúde da boca

Atendimento odontológico em unidade do Sesc SP, registrado antes da pandemia. Foto: Marco Antônio.
Atendimento odontológico em unidade do Sesc SP, registrado antes da pandemia. Foto: Marco Antônio.

A pandemia da COVID-19 perdura no Brasil e no mundo há mais de um ano. Ao longo desse período, muitos temas, questões e soluções já foram discutidas e apresentadas. Nunca se falou tanto sobre medidas preventivas e de higiene.

Higienizar as mãos e usar máscaras tornaram-se fundamentais para evitar a disseminação do novo coronavírus. O mundo despertou um novo olhar para a importância da saúde de modo geral. A pandemia provocou mudanças bruscas nos hábitos e costumes de toda sociedade. Mesmo quem não teve sua rotina de trabalho afetada, sofreu e sofre com as incertezas do momento, com o fechamento das escolas, aumento descontrolado dos preços de itens básicos, como combustível, alimentos ou gás de cozinha. Empresas de médio e pequeno porte fechando as portas, o crescimento acelerado do desemprego e, consequentemente, a fome assustando diariamente parte da população que vive em vulnerabilidade social - e que a pandemia só colaborou para agravar. Sem falar em todas as vidas perdidas para a Covid-19, que já é um marco histórico no país. 

Diante de tantos enfrentamentos, as preocupações relacionadas à saúde bucal da população também tornam-se pauta de discussões no contexto pandêmico. Afinal, estar com a saúde bucal em dia é muito importante. Para o coordenador de Odontologia do Sesc Interlagos, Cyro Garone Morelli, a necessidade de isolamento social causou alterações nos hábitos alimentares que podem gerar prejuízos futuros à dentição. “Ficar mais tempo em casa, por exemplo, pode ajudar no aumento da frequência da ingestão de alimentos cariogênicos, como doces e processados”, comenta

Neste sentido, Cyro sinaliza para o reforço dos cuidados da boca, como:
• manter a periodicidade na escovação;
• uso de fio dental e
• reduzir o consumo de alimentos processados para evitar danos como cárie e doença periodontal.
 


O QUE SÃO ALIMENTOS CARIOGÊNICOS?
São alimentos ricos em carboidratos fermentáveis, capazes de reduzir o PH ao salivar e, consequentemente, provocar a desmineralização da estrutura que protege o dente, chamada de esmalte. Esse processo pode levar à formação de lesões de cárie.


O QUE É DOENÇA PERIODONTAL?
É uma inflamação da gengiva provocada pelas bactérias presentes na placa que se forma sobre os dentes sempre que nos alimentamos. Em casos graves, pode prejudicar o osso, amolecer os dentes e até levar à perda dos mesmos, caso não seja tratada. É ainda um fator de risco para outras doenças, como problemas cardíacos e pulmonares, por exemplo. A melhor forma de prevenção é a correta higiene bucal.
 

O QUE É BRUXISMO?
É a condição involuntária de apertar os dentes ou serrar a mandíbula normalmente associada a situações de estresse. Afeta adultos e crianças e pode ocorrer de dia ou à noite. Quem tem bruxismo pode ou não sentir dores de cabeça, dor no maxilar, dor de dente ou problemas dentários.

 

Para a assistente técnica da Gerência de Saúde e Odontologia do Sesc São Paulo (GSO), Fabia Uccelli, o estresse provocado pelo excesso de tarefas também pode provocar impactos que resultem em prejuízos para a saúde bucal. Ela explica que estar em casa, muitas vezes fazendo mais de uma tarefa ao mesmo tempo, faz com que as pessoas "pulem" algumas das etapas da rotina, como a higiene bucal, por exemplo. No entanto, a assistente enfatiza a importância no zelo pessoal, principalmente nesse momento de isolamento social: “o cuidado com a saúde bucal está associado ao autocuidado e à sensação de limpeza e higiene. Escovamos os dentes do mesmo modo que tomamos banho”.

Levando em consideração que saúde bucal não se restringe apenas aos cuidados com escovação e fio dental, Fabia pede - nesse período de pandemia - atenção ao acúmulo de tarefas que afetam principalmente as mulheres com filhos que, em sua maioria, acabam sendo responsabilizadas (de forma injusta), por todos os cuidados do lar, junto ao trabalho remoto, em muitos casos associadas às condições pouco ergonômicas de trabalho como cadeiras e mesas improvisadas. “Essa junção pode provocar uma sobrecarga emocional, que desencadeia em bruxismo (apertamento de dentes) causado pelo excesso de estresse”.

Neste contexto, o jornal New York Times publicou em setembro do ano passado, 2020, uma matéria falando sobre a incidência de fraturas nos dentes dos pacientes durante a pandemia. A condição foi denominada pelo jornal como Pandemia dos Dentes Quebrados




Higiene bucal feita durante a Conferência Curumim realizada em abril de 2019, no Sesc Interlagos. Foto: Mariana Lins Prado.

 

"Não devemos limitar os cuidados com os dentes a algo estético. Se pensarmos assim, não haveria necessidade de escovarmos os dentes pra dormir", provoca Fabia Uccelli.
 

Durante toda a pandemia, mesmo nas fases mais restritivas, os pacientes em tratamento no serviço de odontologia do Sesc São Paulo tiveram disponível atendimentos de urgências, evitando maiores agravos. “O nosso atendimento nunca parou durante a pandemia. Priorizamos as urgências em um primeiro momento, e seguimos com um número reduzido de atendimentos, adotando rigorosos protocolos para proteção de equipes e pacientes contra a Covid-19”, afirma Cyro.

Com o retorno gradual dos serviços nas unidades do Sesc  São Paulo, as orientações em relação à higiene e cuidados relativos à pandemia foram intensificadas e disponibilizadas com o intuito de promover um maior acolhimento durante o retorno aos atendimentos presenciais. “Aliado a tudo isso, adotamos rígidos protocolos de higiene para a segurança de todos: pacientes e equipe de profissionais envolvidos, visando garantir um retorno tranquilo e seguro”, completa a assistente da GSO. 



Carreta de atendimento Odontológico do Sesc Interlagos. Foto: Cyro Garone Morelli.

 

MITOS E VERDADES SOBRE A SAÚDE BUCAL NA PANDEMIA

MITO:

Ao contrário do que foi divulgado em certo momento da pandemia, o uso de enxaguatório bucal não é eficaz no combate ao coronavírus. Mesmo que ele tenha qualquer ação em relação ao vírus, esta será somente momentânea, e a boca estará sujeita à presença do vírus momentos após o seu uso.


VERDADES:
O vírus é transmitido por gotículas de saliva, então, falar próximo de outras pessoas, sem máscara, pode espalhar o vírus, caso você esteja doente. 

O compartilhamento de talheres, copos ou outros objetos que tiveram contato com saliva pode ser um meio de transmissão do coronavirus.

Beijo na boca transmite o vírus de forma direta, no entanto, mesmo o beijo no rosto ou em pele íntegra é capaz de deixar saliva e vírus no local beijado, que pode então ser levado ao olho, boca ou nariz por meio do toque, por exemplo.

 

A saúde bucal é foco de atenção do Sesc SP dentre as ações que visam a promoção da saúde, valorizando processos que estimulam a autonomia e o autocuidado. Para saber mais sobre o tratamento odontológico e as ações educativas de nosso programa de saúde bucal, clique aqui.