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"Jovens Artistas" abre espaço para a produção cultural da juventude nos canais digitais do Sesc Bom Retiro

Série de vídeos apresenta a produção cultural de jovens residentes ou que transitam no centro de São Paulo e a relação de suas produções com o meio em que estão inseridos. 
 

Sesc Bom Retiro realiza em suas redes sociais, a partir do dia 17 de abril, o projeto audiovisual “Jovens Artistas no Centro”, com vídeos quinzenais, sempre aos sábados, às 17h, apresentando a produção de artistas nas áreas de dança, cinema, música, circo, desenho, arte multimídia teatro. Os sete episódios, cada um apresentando um jovem ou uma jovem artista, contam com depoimentos sobre a história dos criadores e a relação do centro de São Paulo com sua produção artística. 

Debora Carvalho, animadora cultural do Sesc Bom Retiro que participou da curadoria do projeto juntamente com as educadoras e educadoras do programa Juventudes da unidade, conta que a ideia surgiu a partir do convívio com estas e estes jovens durante os encontros do programa Juventudes: “É uma juventude informada, que acompanha e elabora os acontecimentos diversos em nosso país e no mundo, que tem conteúdo e vontade de se expressar. Quando há o encontro com a arte, então, esta expressividade vem com muita potência e sensibilidade", conta. “O projeto tem por objetivo abrir um espaço para que os diferentes públicos, jovens ou não, apreciem essas criações e também reflitam sobre como a arte nos impacta e pode ser determinante em nossa formação humana", complementa. 
 
Com o fechamento dos espaços culturais devido à pandemia de COVID-19, meios digitais como os canais do Sesc Bom Retiro são fundamentais para a divulgação e promoção de conteúdos oriundos de uma juventude que segue criando e produzindo mesmo em condições pouco favoráveis. Elas expressam nas artes os seus anseios, angústias e desejos, atrelados às suas condições sociais e culturais. 

“Neste momento difícil pelo qual passamos, com um distanciamento físico prolongado e muitas dores deixadas pela pandemia, esperamos poder contribuir com momentos de suspensão do cotidiano, de provocação, de beleza, de inspiração, enfim, de alimento da alma, coisa que a arte é capaz de fazer, permeada pela paixão, criticidade, irreverência e esperança que as Juventudes nos trazem”, completa Carvalho. 

Lilian Martins, que participa do Episódio Dança: Meu Refúgio e Resistência, destava que a arte muda a realidade e que o projeto “abriu espaço para que nossos pensamentos e criações circulem, chegando em outras pessoas com diferentes realidades". "É um encontro de diversas culturas de pessoas e de linguagens. Toda vez que transito pelo centro tenho a percepção desse espaço com grande registro de arte", completa a jovem que, com a sua arte, abre a série de publicações. 

Para Amaya, que participa do projeto no Episódio Arte Multimídia - Artista Multi, Jovens Artistas no Centro vem para conectar artistas e estudantes de arte: "É uma enorme oportunidade para espalhar arte e lazer de forma acessível às minorias. Pensar em como fazer que todo esse serviço oferecido chegue à periferia e aos artistas talvez seja a melhor maneira de democratizar esse espaço tão rico de conteúdo e cultura". 
 

SOBRE OS ENCONTROS
 

 
Marcela Jesus: Iniciou sua formação artística em 2016 com a peça ROZÁ. Participou das ocupações estudantis de 2015 e 2016 contra o projeto de reorganização escolar do governo do Estado de São Paulo. Em 2016, entrou para a ColetivA Ocupação, dirigida por Martha Kiss Perrone. Em 2017, apresentou-se na MIT - Mostra Internacional de Teatro de São Paulo - com a performance “Só me convidem para uma revolução onde eu possa dançar” e em 2018 integrou como atriz e dançarina a peça “Quando Quebra Queima”, que é seu atual trabalho com a ColetivA Ocupação.

Amaya: Paulistana, tem 26 anos, é designer gráfica, fotógrafa e produtora artística. Participou de projetos de audiovisual como diretora de arte, designer de cenário e roteirista. Passou pelo Teatro Vocacional nos anos 2000, pelos Teatros Martins Penna e Flávio Império. Em 2019, formou-se em Comunicação Visual pela ETEC José Rocha Mendes e Fotografia pelo Senac SP. Brinca ser “artista multimídia”, se permitindo abrir espaço para experimentações em diversas linguagens, como cenografia, direção de arte, dublagem e sonoplastia, e performance.  

Liliam Martins: Nascida e criada no bairro Pedreira, na Zona Sul de São Paulo. Quando criança, gostava de Passinho, e iniciou sua trajetória nos bailes funk de rua. Ingressa, por intermédio de sua mãe, nas aulas de dança afro-brasileira, no projeto Batuque Artes, com o intuito de se afastar dos bailes, e os compreende hoje como importante expressão cultural e espaço para sua formação enquanto artista. Para ela, a dança tem papel importante de ressignificação enquanto mulher negra. Acredita em seu papel de transformação e afirmação da liberdade, e espera compartilhar sua experiência, a partir do impacto que a linguagem trouxe em sua vida. 

Marite Torres Solorzano: Venezuelana, nascida numa terça-feira de carnaval. Filha única, que quando criança gostava de transformar as manchas formadas no chão de granito em desenhos figurativos, como uma senhora com um chapéu alado ou um alienígena com um vestido. Na faculdade, estudou Cinema e Fotografia, mas se apaixonou mesmo pela Animação, como as histórias do Studio Ghibli, o trabalho de Jam Svankmajer, o stop motion, a escultura de fantoches e a direção de arte. Trabalhou na ChannelTV e em uma produtora de cinema, como montadora e editora, ainda na Venezuela. Com a crise dos últimos anos, migrou para Brasil e trabalhou em alguns projetos audiovisuais. A pandemia do novo coronavírus interrompeu seus projetos e, por isso, começou a fazer entregas de bicicleta. De alguma forma, voltou às suas raízes como uma criança selvagem, com cicatrizes e hematomas nas pernas. Ela gosta disso.

Adriano Ferreira de Senna: Jovem de 19 anos nascido em Feira de Santana, na Bahia. Cursa o terceiro ano do ensino médio na escola E.E. João Kopke, no bairro do Bom Retiro. É morador da Comunidade do Parque do Gato desde 2017. Estudou Desenho Artístico em 2018 no SENAC Santana. É desenhista, reconhecendo no surrealismo e futurismo suas influências. Busca sua expressão subjetiva a partir do aprimoramento constante de sua técnica. 

True Mob: Grupo musical de trap, criado no final de 2019 por amigos, em uma comunidade no centro da cidade de São Paulo. Conta com 6 integrantes, todos cantores: Travor, Guss, Dexnem, Xicó, Shiro e Cofee. Criado recentemente, possui apenas um show em sua carreira, o mesmo realizado na Comunidade Favela do Gato. Atualmente, tem uma parceiria com uma loja de acessórios e tênis, a Drip.co. O grupo já possui em seu canal no YouTube mais de 1K views em todos os seus lançamentos oficiais, dentre eles sua última música True Mob - Survive. A True Mob não possui vínculo com nenhuma produtora, sendo assim um grupo independente no meio artístico, sem apoio financeiro ou de marketing. 

Jack Terra: Nascida na cidade de Euclides da Cunha na Bahia, com imenso orgulho em ser dessas terras sertanejas. É artesã, dread maker, trabalha com a terra, artista circense e em breve futura mãe. O circo entrou em sua vida através da rua, começou em 2018 a conhecer o bambolê e logo já estava trabalhando nos semáforos. Vivendo da arte circense, viajou por muitos lugares, e nesse caminho começou a malabarear com bolinhas também. Trabalhou em praças, escolas, na frente de bares, deu oficinas e compartilhou o que sabia. Apesar de todas as dificuldades de ser mulher, preta e viajando sozinha, se virou muito bem e o circo na rua lhe abriu vários horizontes. Quer levar isso adiante, principalmente em sua terra, onde pouco se vê dessa arte. Quer fazer com que pessoas se interessem e principalmente as crianças tenham vontade de aprender e praticar.
 

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