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A hora e a vez do antirracismo

A frase “não basta não ser racista, é preciso ser antirracista” está na ponta da língua de muita gente. Mas, para ajudar com que ela seja, de fato, exercida, o Sesc Sorocaba promove várias atividades com a temática Educação Antirracista 


O mês de novembro é sempre marcado por referências ao Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20, data do aniversário de morte de Zumbi dos Palmares, um dos maiores líderes negros do Brasil. Porém, assistimos, ao longo deste ano, diversas manifestações protagonizadas pelo movimento negro – muitas em resposta ao racismo cotidianamente vivido na pele por muitas pessoas. 

Para engrossar o coro que pede não apenas o fim do racismo, mas que também grita pela necessidade de atuações, posturas e atitudes antirracistas, o Sesc Sorocaba realiza mais uma edição do Iorubrá*, projeto que potencializa e valoriza as culturas negras, desta vez com o tema Educação Antirracista

Bruno Melnic, supervisor do núcleo socioeducativo da unidade, explica que a educação antirracista é essencial pois nosso país é ainda muito racista e passou por um processo de abolição apenas superficial. “Nós temos um contingente de mais da metade da população que sofre diariamente os efeitos nocivos, dolorosos e muitas vezes mortais do racismo, que acontece por meio de falas, atitudes e representações das pessoas no imaginário comum. Esta edição do Iorubrá busca combater essas atitudes e pensamentos, e mudar essa visão de mundo, mas, sobretudo, provocar atitudes e apresentar caminhos pra gente poder alterar esse cenário”.  

O grande diferencial desta 6ª edição é que a programação, totalmente gratuita, acontece exclusivamente online.

Para elaboração do projeto, funcionários negros de diversos setores do Sesc Sorocaba, que compõem a Comissão Antirracista Iorubrá, levantaram o assunto com o desejo de ampliar o diálogo e contribuir, assim, para a construção de uma sociedade antirracista. Como resultado, o projeto chega ao público com bate-papos,  apresentações de dança, lançamento de documentário, oficina sobre culinária afro-brasileira e outras atividades. 

Quer começar a fazer sua parte? Compartilhe a programação com mais pessoas e participe das atividades. A diferença começa sempre com um primeiro passo! 

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Programação 

Literatura

Bate-papo online: Clube de leitura “Quem tem medo do feminismo negro?”, de  Djamila  Ribeiro  
Com Ariani Teodoro, professora e militante do Movimento Feminista Negro  
Neste encontro, Ariane Teodoro se baseia em artigos e crônicas compiladas na obra “Quem tem medo do feminismo negro?”, da filósofa e militante Djamila Ribeiro, para exemplificar episódios cotidianos que envolvem racismo e silenciamentos, além de formas de lidar com eles.    
 
O bate-papo será transmitido via Microsoft Teams no dia 14/11, sábado, das 10h às 12h. Para participar, basta acessar o link: http://bit.do/clube-de-leitura-novembro. Vagas limitadas. Classificação livre.     

Ações para a Cidadania

Bate-papo online: João de Camargo e os Territórios Negros em Sorocaba  
Com Ademir Barros dos Santos, doutorando pela UFSCar; Leandro Toledo Piza, músico, pesquisador e produtor cultural; Carlos Carvalho Cavalheiro, historiador, e Marcelo Rei, ator e músico.   
Lançamento da série de vídeos sobre o patrimônio negro em Sorocaba, abordando os potenciais de visitação turísticas desses espaços e comentando o processo de pesquisa e produção desses registros.   

O encontro será transmitido via Microsoft Teams no dia 19/11, quinta, às 19h. Para participar, basta acessar o link: http://bit.do/territorios-negros-em-sorocaba. Vagas limitadas. Classificação livre.   

Dança

Aqualtune  - Movimentos do Existir Preto   
Curadoria de Magda Barbosa, produtora cultural e coordenadora da Lamparina Núcleo Cultural, e Lucas Moraes, artista da dança, bailarino e arte educador   
Dividido em três vídeos, o projeto apresenta, por meio da dança, a reflexão sobre os movimentos físicos, culturais e existências do corpo preto que, para além de movimentos coreográficos, performa sua herança cultural e ancestralidade no dia a dia.  Os vídeos serão publicados no dia 20/11, sexta, no canal do YouTube da unidade (youtube.com/sescsorocaba).    

Diáspora africana e racismo  - 14h
Com Marvena, Maria Mar Ubuntu Marciano, travesti preta, multi artista; Meriele Paulino de Moraes, educadora, capoeirista e percussionista na Cia de teatro Opinião, e Mario – Marolla, cabeleireiro  
Os enfrentamentos cotidianos dos corpos pretos, LGBTQIA+, conduzem a performance e o diálogo da construção desta obra que aborda questões como: assumir a natureza dos seus cabelos, se posicionar perante as estruturas sociais opressoras  e tomar para si sua posição em frente ao mundo e sua arte.      

Ancestralidade e intolerância    - 17h
Com Vanessa Soares, artista cênica, arte educadora, artesã. Mestra em educação pela Ufscar, pesquisadora das culturas tradicionais brasileira de matriz africana; Jaime Balbino, professor de capoeira, e Cristiane Janaine, artesã, costureira e Edeke de candomblé  
Para esta obra, três artistas convidados trazem suas reflexões e falam como suas artes se cruzam com suas ancestralidades e de que forma lidam com a intolerância.    

A solidão e resistência da mulher preta  - 20h
Com Jessika Moraes, coreógrafa auxiliar na Cia.Abayomi’n de Dança Afro Brasileira, integrante do Movimento de mulheres negras (MOMUNES), capoeirista e musicista; Thais Virginia – Pure Hemp, MC, preta, vocalista do grupo Sujeira Urbana, e Tarsila Alves de Lima Toti, produtora e gestora cultural, idealizadora do projeto “Raiz Preta”  
Sob constante enfrentamento étnico-cultural, ser mulher preta é enfrentar a estereotipação do corpo feminino, lidar com a solidão e com a idade, construindo a nova natureza do ser como remédio para suas próprias dores. Neste vídeo, três mulheres trazem suas compreensões e formas de como resistir aos estigmas sociais que caem sobre seus corpos.  

Crianças  - Com educadores infanto-juvenis do Sesc Sorocaba 

Vídeo -  Jogos e brincadeiras africanas na cultura brasileira   
Nesta atividade, Maria Angélica, educadora infanto-juvenil do Sesc Sorocaba, apresenta de maneira divertida a origem de diversas brincadeiras africanas que são muito presentes na cultura brasileira, como três marias, amarelinha e pega-pega.   

O vídeo será publicado no dia 14, sábado, às 10h, no canal do YouTube da unidade (youtube.com/sescsorocaba).    

Esporte


Foto: Futebol de Várzea - Antonino Visalli (Unsplash)


Bate-papo: Esporte em rede: futebol de várzea  
Nesta série, convidados apresentam ao vivo histórias do futebol varzeano e como o futebol pode ser um instrumento de transformação social. O primeiro episódio abordou as experiências vividas pelo jogador Vladimir Alexandre, o Vladi, multicampeão no futebol de várzea de Sorocaba. A atividade contou com mediação de Bruno Franco, educador de atividades físico-esportivas da unidade. O vídeo já está disponível no perfil do Instagram da unidade (instagram.com/sescsorocaba). Confira os próximos episódios:  

Dia 11/11, quarta, às 17h30   
Com Marcelo Santos, árbitro da várzea sorocabana, e mediação de Thiago Rey, educador de atividades físico-esportivas do Sesc Sorocaba  
Bate papo com sobre as experiências vividas pelo arbitro Marcelo Santos, que apita jogos do futebol de várzea de Sorocaba e região a mais de 20 anos.      
Transmissão ao vivo no Instagram do Sesc Sorocaba. Classificação livre.  

Dia 18/11, quarta, às 17h30   
Com Maria Amorim, idealizadora da liga feminina de futebol amador, e mediação de Flavia Cabral, educadora de atividades físico-esportivas do Sesc Sorocaba   
Transmissão ao vivo no Instagram do Sesc Sorocaba. Classificação livre.   

Dia 25/11, quarta, às 17h30     
Com Julio Ladeira, dirigente do time Guadalajara, e mediação Milena Romão, educadora de atividades físico-esportivas do Sesc Sorocaba  
Nesta conversa, o vice-presidente da equipa A.A. Guadalajara, Julio Ladeira, conhecido no meio como Julinho do Guadá, expões os bastidores dos diferentes níveis da várzea sorocabana e os desafios de gerir uma equipe amadora.     
Transmissão ao vivo no Instagram do Sesc Sorocaba. Classificação livre.  
 


Foto: Carla Natureza (Divulgação)
 

Capoeira em série  
Com Carla Natureza, capoeirista da escola Angoleiros do Sertão  
Dividida em quatro episódios, a série apresenta a capoeira angola enquanto prática esportiva de forte expressão cultural, histórica e artística. Os vídeos abordam a história da prática, a importância dos instrumentos que compõem a roda de capoeira e seus cânticos, além dos principais movimentos e golpes, convidando o público para uma prática mais consciente e autônoma.      
Os dois primeiros vídeos da série já estão disponíveis no canal do YouTube da unidade (youtube.com/sescsorocaba). Os demais episódios serão publicados nas terças, dias 17/11 e 24/11, às 18h.   

Alimentação 

A cozinha afro-brasileira
Com Mariana de Castro, chef de cozinha  
A cozinha brasileira é construída historicamente considerando diversas influências, com técnicas e ingredientes indígenas, portugueses e africanos. Os pratos elaborados e consumidos no cotidiano dos brasileiros são resultado da hibridez de povos, culturas, sabores e saberes culinários. Na oficina, serão apresentadas as contribuições de povos africanos para a cozinha brasileira, métodos de preparo e ingredientes, receitas que foram modificadas por suas influências e o processo de construção de uma identidade culinária do nosso país.  

O vídeo será publicado no dia 25/11, quarta, às 19h, no canal do YouTube da unidade (youtube.com/sescsorocaba) e distribuído nas redes sociais.   

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* Os iorubás iorubas, iorubanos ou nagôs (em iorubá: Yorùbá) constituem um dos maiores grupos étnico-linguísticos da África Ocidental, com mais de 30 milhões de pessoas em toda a região. Para saber um pouco mais, clique aqui (Fonte: Wikipedia).