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O encontro de Hélio Ziskind, o Coral Curumim, a Orquestra de Cordas do Sesc e o Centro de Música

Na foto Hélio Ziskind, as crianças do Curumim e a Orquestra de Cordas do CEM no palco do Anchieta
Na foto Hélio Ziskind, as crianças do Curumim e a Orquestra de Cordas do CEM no palco do Anchieta

Hélio Ziskind, um dos mais importantes compositores brasileiros de música para crianças, comandou em 2004 um espetáculo inesquecível no Teatro Anchieta, do Sesc Consolação, chamado “O Gigante da Floresta”.

Era um concerto infantil, baseado em seu álbum homônimo de 2000, que conta a história verídica de um jequitibá, árvore nativa da Mata Atlântica, vítima de um incêndio criminoso na cidade de Carangola (MG) em 1997. Com 54 metros de altura e 12,5 metros de circunferência, ele queimou por 11 dias, mas, enfim, foi salvo pelos bombeiros. 

O elenco era formado por cerca de 60 integrantes do coral do Programa Curumim, que dividiram o palco com o Hélio Ziskind e sua banda, com a Orquestra de Cordas do Sesc e integrantes do Centro de Música. “Algumas canções, o Hélio cantava só com a banda dele. Outras, nós cantávamos todos juntos: coral e banda. Algumas tiveram participação da Orquestra de Cordas. Em outros momentos, fazíamos brincadeiras com o público, então foi um espetáculo muito divertido”, lembra Sheila Ferreira, educadora musical do Centro de Música do Sesc Consolação.

"O Gigante da Floresta" foi um espetáculo plural, que reuniu, além de música, outras linguagens artísticas, como o teatro, a dança e as artes visuais. O cenário era feito de projeções: um teatro de sombras realizado pela Cia. Karagöz - K, que interagia com os coralistas e músicos, projetando elementos que compunham as canções. Enquanto a árvore gigante era projetada, Hélio, as duas vocalistas de sua banda e a criançada do Curumim cantavam em coro: “Até para os cortadores de árvores, o jequitibá era gigante. Cortaram toda a mata em volta e só o gigante escapou”. Todos erguendo os braços para representar a árvore, que sobreviveu ao ataque, virou ponto turístico e ganhou amigos que passaram a ajudar na sua recuperação.

O processo de criação e montagem do espetáculo levou um semestre inteiro. O tema foi trabalhado intensamente junto aos educadores do Curumim, do Centro de Música e do próprio Hélio. Fez parte do processo uma série de estudos biológicos e ambientais, como ir conhecer mudas de jequitibá. Ampla também foi a busca por referências. “O Hélio trouxe um repertório vasto de apreciação musical de outras partes do mundo. Com isso, criou-se um ambiente para as crianças cantarem”, afirma Sheila Ferreira.

A educadora, que participou ativamente do processo, diz que a equipe do Centro de Música do Sesc Consolação fez um intenso trabalho vocal e corporal com as crianças do Curumim, especialmente com Solange Assumpção, educadora de canto coral. “Foi um momento de união entre o Centro de Música e o Programa Curumim, uma aproximação valiosa e produtiva."

Além disso tudo, segundo Sheila, o Hélio “deu um show sobre como trabalhar com as crianças”, porque foi “muito didático e envolveu o grupo de maneira brilhante” em suas idas semanais ao Centro de Música. “As letras do Hélio são longas e narrativas. Mesmo assim as crianças se envolveram muito. Decoraram todas."

O resultado foi muito aplaudido: uma bela festa da música infantil para toda a família, que fez a plateia se divertir, se emocionar e se conscientizar sobre os sérios problemas ambientais do nosso planeta.

 

Créditos

Crianças do Programa Curumim
Grupos Prática de Conjunto e Orquestra de Cordas
Hélio Ziskind e grupo
Cia. Karagöz - K Teatro de Sombras
Direção: Marcelo Lazzaratto
Cordas: Leonel Dias
Voz: Sheila Ferreira e Solange Assumpção
Banda: Fábio Tagliaferri
Educador do Curumim: Márcio Gomes Pires