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Rota das águas: ela voltou!
 
					A partir de uma vivência com óculos de realidade virtual, o público pode visualizar a transformação das paisagens e sua relação com os córregos, rios e mananciais da cidade de Birigui. O “vôo” de aproximadamente dois minutos leva o participante a mais alta superfície, podendo visualizar paisagens deslumbrantes e de ângulos impressionantes.
	Todo o passeio é acompanhado de um poema da escritora Rita Zuim Lavoyer, da cidade de Araçatuba e retrata a mesma visão dos pássaros sobre a terra.
	
	A atividade é gratuita e acontece até o dia 25/03, todas sextas, das 13h30 às 21h30; sábados e domingos, das 10h às 18h no Espaço de Tecnologias e Artes (ETA) do Sesc Birigui. A vivência faz parte de uma programação que celebra o Dia Mundial da Água (22 de março) – que segue durante todo o mês. Saiba mais em: www.sescsp.org.br/birigui.
Confira o texto na íntegra de Rita Zuim Lavoyer.
	Na minha condição de Pássaro – privilégio que a Natureza me proporcionou –,
	aprendo que a Mãe Terra provê-nos do que é necessário à nossa
	sobrevivência.
	Uma necessidade de bater asas invadia-me, e quando o milagre do vôo
	apoderou-se de mim pus a vida em minhas asas e saí do ninho. Descobri-me
	imensamente pequeno diante de tanta beleza que se exibia sob as copas das
	árvores. Daquela sabedoria silenciosa que se apresentava graciosamente aos
	meus olhos, ouvi uma aeróbica sonora e minhas asas obedeceram àquele
	ritmo úmido. Vi serpenteando as matas, os campos e a cidade o que a graça
	do momento proporcionou-me conhecer: rios com suas propriedades maiores:
	as águas.
	Do alto, desci em espiral e a natureza borrifava-me gotas, refrescando
	minhas penas. Meus olhos fizeram-se peixes na profundeza daquele universo e
	nadaram em companhia das espécies que constituem aquela biodiversidade.
	Senti-me parte integrante daquela grandeza.
	Percebi que há uma imensidão de vidas que se sustentam só, mas que
	precisam de proteção para continuarem interagindo e amparando toda essa
	paisagem natural. Sobrevoando-a, cheguei ao destino daquelas águas: o nosso
	rio maior.
	Sobre uma ponte repousei minhas asas e apoiei meu espírito na acústica que
	se estende por todo aquele conjunto de fenômenos. Entendi que cada gota,
	composta pelo universo que nos deseja, encontrada por muitas outras que ali
	chegaram, serão organismos únicos naquela represa: um Tietê de
	possibilidades.
	Refeito, retorno ao meu ninho, dando rasante no passado, experimentando as
	novas águas que fluem sem desistirem de suas pelejas. Suas rotas sobrevoarei
	tantas vezes quantas forem necessárias, plantando meu sonho, colhendo
	novas asas e, assim, ajudar a firmar o milagre das belezas necessárias que
	somente nosso Planeta consegue oferecer.
 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									