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5º e Último Dia - Fala Véio! e os Esportes Inusitados
No penúltimo dia de Festival, o programa Fala Véio!, com Tadeu Jungle, trouxe idosas praticantes de esportes inusitados, como surfe e bambolê.
O dia 27 de abril nem parecia ser uma segunda-feira. O Sol brilhava, as atividades estavam cheias de participantes desde às 7h da manhã. Bem o pique do Festival. Mas à tarde teve uma proposta diferente de programação, o Fala Véio. Um divertido e bem humorado programa piloto de Auditório, neste caso na Lanchonete, com música e entretenimento voltado para os idosos.
Ao lado de uma banda cover dos Beatles (que deixou a plateia doida), o apresentador Tadeu Jungle recebeu, para uma conversa, personalidades que fazem a diferença em suas comunidades, como Samara Fautisno, presidente da Associação dos Cortiços do Centro; Jorge Raimundo dos Santos, coordenador da ONG Onda Sonora e Dona Reiko Konno, aluna de surfe em Santos.
"Tenho 86 anos. É a gente que faz o que quer e ainda tenho muito tempo! Me sinto como uma rainha em cima da prancha.", disse Dona Reiko, a primeira participante do programa. Incentivado pelo tema, Tadeu perguntou à plateia quem mais praticava algum esporte diferente e muita gente levantou o braço. Teve uma que disse jogar futebol, vôlei; outra, já conhecida nossa, a Vera, assumiu que ama fazer sexo, namorar e dançar; uma terceira, de 91 anos (prestes a completar 92), contou que corre e ainda trabalha! Já finalizando esse bloco, surge a Ivonilde Monteiro Alves, 60 anos, a mulher-bambolê. Ah, todos quiseram comprovar tal técnica! Tadeu pediu que trouxessem um bambolê da praia (o Sesc Bertioga empresta aos hóspedes) e a mulher começou a fazer mágica. Rodava no pescoço, descia para a cintura, subia para os braços, dedos, rodava ela inteira com o aro de plástico e tudo numa facilidade tremenda.
O programa ainda teve outros temas abordados e convidados, mas a EOnline quis saber mais sobre a paixão de Ivonilde pelos bambolês. Descobrimos que já faz 25 anos que a enfermeira aposentada voltou a "rodar" bambolê e que se tornou uma profissional da modalidade. Voluntária na Paróquia Nossa Senhora Achiropita, em São Paulo, há anos representa a personagem Zazá na festa da padroeira, na qual fica bambolenado por 30 minutos direto! Também já fez voluntariado em algumas Unidades do Sesc, ensinando pessoas de todas as idades; já participou de campeonatos com concorrentes de 15, 18 anos e "todo mundo quando dava 10 minutos o bambolê caía. Aí diziam: chega em 500 e ela ainda não caiu o bambolê!", contou orgulhosa. Lembrou de quando ficou um dia todinho com as crianças no Sesc Pompeia, mas ficou triste ao dizer que percebeu que hoje em dia as pessoas gostam mais é do computador. "Mas eu não vou deixar parar a minha dança do bambolê", enfatiza.
Ivonilde fazendo suas manobras com o bambolê, na tenda da praia | Fotos: Julia Parpulov
A entrevista foi feita numa tenda do Sesc Bertioga na praia, onde Ivonilde, durante os dias de Festival, passou as manhãs ensinando as colegas de evento a bambolear. "Bora aprender, garota? O bambulê", desprendeu-se da conversa e foi fazer o que mais gosta.
"Os novos velhos são os grandes agentes transformadores desse mundo, pessoas com saúde, que pensam para frente.", bem disse Tadeu Jungle durante o seu programa.
RAPIDINHAS DO FESTIVAL NA SEGUNDA (E NO INÍCIO DA TERÇA)
ATIVIDADES FÍSICAS: Pela manhã, a "tenda da Ivonilde" ficou cheia de gente aprendendo a bambolear. À tarde, com o sol que estava, o sucesso foi a aula de surfe. Os participantes tiveram primeiro uma parte teórica, na areia, depois caíram na água. Tudo bem que ninguém conseguiu ficar de pé na prancha, mas a maioria se divertiu com a nova experiência e desceu deitado pelo menos uma onda. Teve até torcida organizada para uma das alunas! Na terça, antes de todos irem embora, ainda teve hidro, caminhada, GMF e esportes na praia. O pessoal aproveitou até o último minuto.
Uma das alunas "pegando" uma onda na aula de surfe | Foto: Julia Parpulov
MÚSICA E BADALAÇÃO: A capela recebeu à tarde o grupo Conversa Ribeira e lotou, como todos os dias. Para a última noite, todos foram convidados a virem fantasiados ou mascarados. Não foi todo mundo que aderiu, mas quem topou, caprichou! Os Anjos Voadores trouxeram a intervenção "O Circo Chegou", com direito a perna de pau, música e palhaçadas. O Daniel Viana trocou causos por contos, numa emocionante partilha de histórias e delicadezas. Teve também a intervenção/dança "Jam Session 1MM", que transformou o ambiente numa festa dos anos 1980, com coreografia de Christian Duarte e participação do público mais animado. Fechando a noitada e o Festival, a Orquestra Voadora fez um show dançante e agitado.
PS: Terça após o almoço, os ônibus vieram buscar seus passageiros para voltar às suas cidades. Bertioga fechou o tempo e chorou a partida destas pessoas, afinal, a energia que elas têm traz vida e alegria para qualquer lugar.
Fotos de tudo isso e mais um pouco você vê aqui:
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O Festival da Integração é um evento que acontece duas vezes no ano, reunindo idosos frequentadores das Unidades do Sesc em São Paulo, com a finalidade de consolidar as ações permanentes desenvolvidas através do Programa Trabalho Social com Idosos – TSI. Durante os dias do Festival, é oferecida uma programação especial que fortalece os objetivos da ação do Sesc junto a esta população. Além de usufruírem das instalações e ambientes do Sesc Bertioga, os idosos têm a oportunidade de participar de atividades de várias modalidades e linguagens, tanto esportivas, de lazer, como artísticas. No ano de 2015, o objetivo central é a reflexão sobre os papéis assumidos por nós ao longo da vida, percebendo se eles ainda nos cabem, se fazem sentido e refletem o que de fato somos.