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Durante todo ano, o Sesc é palco de diversos projetos teatrais para todo tipo de público. Este novembro concentra um grande número de estreias, temporadas e projetos experimentais com enfoques muito diferentes. A seguir apresentamos um breve panorama dessas produções.

Dois projetos, especialmente criados para representar o Brasil na Feira do Livro de Frankfurt, onde o Brasil foi o país homenageado este ano, chegam esta semana a unidades do Sesc em São Paulo. Puzzle (foto), com direção de Felipe Hirsch, é um verdadeiro quebra-cabeça. Em cartaz no Sesc Pinheiros entre 7 de novembro e 22 de dezembro, o projeto é composto por um espetáculo teatral homônimo e uma série de palestras, leituras e bate-papos que terão como pauta a palavra e suas diversas formas de expressão. A encenação é dividida em três partes, apresentadas em dias diferentes, compostas por fragmentos de textos de escritores nacionais e com encenação da companhia ultralíricos, que reúne nomes como Georgette Fadel, Rodrigo Bolzan, Isabel Teixeira e Marat Descartes, entre outros.

A diretora de teatro e cinema Christiane Jatahy apresenta o seu Utopia.doc, desenvolvendo o diálogo entre a cidade e as pessoas, através de um novo dispositivo de criação que transita entre a realidade e a ficção, elaborado a partir das respostas a diversas perguntas realizadas por e-mail. A instalação permanece de 9 de novembro a 22 de dezembro, nas unidades Santo Amaro e Carmo.


cena de Puzzel, com direção de Felipe Hirsch

No Sesc Santana, a Companhia Teatral Arnesto nos Convidou realiza a Imersão Samir Yazbek, que além do espetáculo inédito Frank-¹, traz apresentações de outras três peças de seu repertório, faz uma leitura de textos de Yazbek e workshops com integrantes do grupo; até 15 de dezembro.

Um proprietário rural, que troca de caráter para aprofundar sua condição de classe: sentimental e fraterno quando bêbado, impiedoso e distante quando sóbrio, é o personagem central de “O Patrão Cordial”, da Cia. do Latão. A montagem, apresentada entre 8 de novembro e 15 de dezembro no Sesc Belenzinho, é resultado de improvisações dos atores a partir de duas fontes literárias: o estudo teórico da obra Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda e a peça O Senhor Puntila, do dramaturgo alemão Bertolt Brecht, grande referência da companhia.

No Sesc Consolação, o Teatro Sesc Anchieta dá continuidade a temporada de Nossa Cidade, adaptado do texto original de Thorton Wilder, com direção de Antunes Filho, e o Espaço Beta recebe o espetáculo experimental Contato Mínimo, com a Cia de Teatro 1801, e texto, direção e iluminação de Alexandre França. Na peça, agressor e vítima se defendem e se confundem um com o outro, numa disputa por poder, através de diferentes linguagens, num jogo de desconstrução. Em 2012, quando o CPT – Centro de Pesquisa Teatral, também localizado no Consolação, completou 30 anos, a unidade recebeu a visita do pesquisador e dramaturgo francês Jean-Pierre Sarrazac, que na ocasião participou de uma leitura dramática de seu texto mais recente La Boule D'Or, que acaba de ser traduzido como Bola de Ouro, nome de um fictício Café Parisiense, que na história é palco do encontro um grupo de jovens "revolucionários" de 1968. Anos depois, três membros do grupo recebem uma convocação anônima para retornarem ao Café para uma reunião. Porém, o café não existe mais. Marco Antonio Braz acaba de montar a peça e a estreia acontece dia 15 de novembro no Sesc Santo Amaro.

Outros dois autores franceses também ganham os palcos do Sesc: o filósofo Jean-Paul Sartre, com o espetáculo Huis Clos (Entre Quatro Paredes), com direção de Sérgio Salvia Coelho, no Sesc Bom Retiro; e Georges Perec, com seu monólogo A Arte e a Maneira de Abordar seu Chefe para Pedir um Aumento, encenado por Marco Nanini (foto), no Sesc Vila Mariana. O primeiro, em cartaz entre 8 de novembro e 1º de dezembro, trata da história de três pessoas que não se conhecem, instaladas após a morte em um inferno não convencional, procuram entender qual o motivo de sua condenação. O segundo, marca os 25 anos de parceria entre Marco Nanini e o diretor Guel Arraes e apresenta pela primeira vez este texto ao público brasileiro. Na história, que fica em cartaz até 1º de dezembro, Nanini apresenta um organograma complexo e irônico sobre as possibilidades de sucesso e fracasso na angustiante missão de pedir um aumento no salário ao chefe.


Marco Nanini em A Arte e a Maneira de Abordar seu Chefe para Pedir um Aumento

No Sesc Pompeia, a partir de 23 de novembro, o ator e diretor Enrique Diaz apresenta Cine_Monstro, monólogo que encerra sua trilogia com textos do dramaturgo canadense Daniel MacIvor (precedido por In on It - vencedor dos prêmios Shell e APTR nas categorias direção e ator, em 2010 -, e A Primeira Vista, também encenado na unidade). Diaz dá voz a uma espécie de mestre de cerimônias, que recebe a plateia para narrar histórias que se cruzam e em que a crueldade e a violência caminham ao lado do humor e da mais fina ironia.

Monga, com direção de Juliana Sanches, é um espetáculo solo baseado na vida da mexicana Julia Pastrana (1834-1860), apontada por alguns como possível inspiração para criação do número de transformação da mulher gorila. A peça traça um paralelo entre a história da mexicana e a relação da imagem na sociedade contemporânea. No Sesc Santo André, até 11 de dezembro. Também na unidade, em curtíssima temporada, entre os dias 7 e 10, a Mundana Companhia, em parceria com a atriz Camila Pitanga, encena O Duelo, trabalho baseado na novela homônima do escritor russo Anton Tchékhov. O grupo é conhecido por levar aos palcos autores russos, tendo já apresentado no Sesc espetáculos como O Idiota, de Fiódor Dostoiévski, e Pais e Filhos, de Ivan Turgenyev. 

Por último, e não menos importante, o teatro do Sesc Ipiranga recebe, de 9 de novembro a 8 de dezembro, Circo Negro, com a Cia Senhas e direção de Sueli Araújo. Com uma narrativa conduzida por criaturas/personagens que se alternam entre seres reais e imateriais, criam-se atmosferas cênicas em que a realidade se revela estranha, porém reconhecível em sua crueldade.

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