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As consequências do desastre de Chernobyl

Narrativa do desastre radioativo em Prypiat é contada pelos olhos de uma boneca | Foto: Duca
Narrativa do desastre radioativo em Prypiat é contada pelos olhos de uma boneca | Foto: Duca

Sempre que acompanhamos grandes tragédias – acidentais, naturais ou criminosas – temos, por hábito, olharmos o todo e, consequentemente, nos chocarmos com a grandeza e com a quantidade de vítimas: Brumadinho, 249 mortos identificados até o momento; Tsunami no Oceano Índico, 230 mil mortos; Hiroshima e Nagasaki, 246 mil mortos; Furacão Katrina, 1.836 mortos; 11 de Setembro, 2.996 mortos. Mas como seria se, por um período (ou por toda história), acompanhássemos o percurso de uma família que sobreviveu a um destes desastres? Como seria ver, de perto, o sofrimento humano individualizado, longe da dor coletiva, tão explorada pelos veículos de comunicação?

Em Chernobyl, espetáculo que estreia no Sesc Consolação dia 9 de setembro, somos inseridos no seio de uma família comum, moradora da cidade de Prypiat (Ucrânia), devastada pela explosão de um reator nuclear, ocorrida em 1986. Em 48 horas, todos são obrigados a deixarem suas casas, seus bens e suas histórias para trás, com uma única concessão: as crianças poderiam escolher um único brinquedo para acompanhá-las no exílio. A menina Hanna, obrigada a fugir de sua própria história, escolhe a boneca Antonia - e é por meio do olhar dela que a narrativa se desenvolve, dando sentido à dor mais íntima do outro.

Extraindo beleza poética de um universo mergulhado no horror, Chernobyl reflete sobre as consequências da irrefreável sede humana por poder, lucro e supremacia, capaz de destruir pessoas, famílias, cidades e histórias, tão recorrentes no progresso humano (ou seria regresso?).
 

Chernobyl
Direção de Bruno Perillo
Com Carolina Haddad, Joana Dória, Manuela Afonso e Nicole Cordery
De 9/9 a 22/10, segundas e terças, às 20h
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