Postado em
Bate forte o tambor
É no Nordeste do Brasil que ele é mais conhecido. Nessa região, ganhou notoriedade e, desde então, tem adeptos país afora. Misto de dança, ritmo e homenagem religiosa, o Tambor de Crioula – festividade típica do Maranhão e Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, desde 2007 – ganha extensa programação no Sesc 24 de Maio nos próximos meses.
Sua origem africana é notável. Praticado por descendentes de escravos, o Tambor de Crioula é expressão cultural de matriz afro-brasileira que envolve dança circular, canto e percussão de tambores. A grande quantidade de movimento dos brincantes e a descontração são suas marcas fortes.
A alegria das rodas é garantida pelas coreiras, nome dado às dançarinas. Também essenciais num grupo de Tambor de Crioula, os cantadores e tocadores são os responsáveis por conduzir o canto e o ritmo ininterrupto dos tambores. O ponto alto fica por conta da punga ou umbigada – particularidade que funciona como um convite para se dirigir ao centro da roda.
Com coreografia livre, a dança da festividade é marcada por vibrantes formas de expressão corporal e toadas já existentes ou improvisadas. Os temas podem ser variados e vão da exaltação à autorrepresentatividade e divindades protetoras a sátiras, desafios cantados, homenagens às mulheres, fatos do cotidiano e despedidas.
Os sotaques próprios (oriundos de diversas localidades maranhenses), as regionalidades, os modos de dançar ou de cantar e as origens devocionais diferenciam os grupos que atuam e fazem durar essa manifestação cultural. Capital do Maranhão, São Luís conta com aproximadamente 80 agrupações oficialmente cadastradas.
No ritmo dessa batida, o Sesc 24 de Maio preparou intensa programação para homenagear o Tambor de Crioula. Com a participação do Coletivo Na Trilha do Tambor, as atividades ocorrem entre os meses de fevereiro e julho e contam com seis encontros. Oficinas, rodas de bate-papos, exibição de documentários e, claro, rodas de Tambor de Crioula são abertos a todos os públicos.
Quem comanda a roda de estreia do projeto são integrantes da nova geração do Tambor. Taina Redondo e Baé Ribeiro, junto do coletivo Na Trilha do Tambor e convidada/os, abrem a roda no dia 16 de fevereiro, a partir das 19h30.
Não perca esta e outras Rodas de Tambor e confira a programação!