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Ambientes de escutas, descobertas e curtições
O ano que encerra marca a primeira temporada de atuação contínua do Sesc SP nas plataformas de streaming de música, Spotify e Deezer. De consumo instantâneo e com muitos repertórios à disposição do ouvinte, esses ambientes são cada vez mais populares e substituem discotecas pessoais de todos os tamanhos e suportes (CDs e vinis), reafirmando que a música é a expressão artística mais consumida e disponível. É música pra tudo: pra acordar feliz, pra fazer reuniões produtivas, pra namorar numa segunda-feira, pra viajar com amigos ou, simplesmente, pra relaxar quando as contas chegam. Essas plataformas recuperam com força uma das características inatas da música: a música serve para alguma coisa.
Mas diferentemente da lógica das coletâneas de artistas, bandas ou temas surtidos que fizeram a festa da indústria fonográfica desde os anos 1950 - e que se reproduz em outra escala nas plataformas de streaming -, a experiência do Sesc SP encontra paralelo na lógica radiofônica, daqueles programas que contavam com equipes de produção e de pesquisa. Ouvir rádio era uma oportunidade de sacar novos sons, artistas e compositores. O espaço do Sesc SP no Deezer e no Spotify quer ser esse lugar, mas sem tom professoral ou doses de pedantismo: que o prazer de ouvir música seja uma porta para conhecer novos enredos, personagens e visões de mundo. Por isso, para a maioria das playlists, o ordenamento das faixas é tão importante. São narrativas, formas de contar uma história.
Exemplos não faltam. A playlist #Geek recentemente lembrou dos 35 anos da chegada do Atari no Brasil, com uma homenagem à estética sonora dos 8 bits do videogame. A seleta “Paulera!” fez um apanhado da produção brasileira do rock em suas vertentes mais pesadas com faixas lançadas após 2015. Ou ainda a pioneira “Só jazz não basta?”, que nessa edição traça um breve panorama da voz no jazz, com faixas gravadas entre 1930 e 1960.
Para a playlist #pracorrer, o Sesc SP propôs um treino de 40 minutos com o repertório de um dos reis do ritmo, Jorge Ben. De sua fase violão, anos 1960 e 1970, 14 faixas mostram que é possível se aquecer, engatar a terceira e desacelar com saúde e suingue.
Dezembro recebeu duas estreias: “Sonora latina” pinça a nova música produzida na América Latina, e Nós Mulheres reúne canções-representantes da luta e do ativismo das mulheres contra da violência de gênero, de Elza Soares e Rita Lee a Iza, Ellen Oléria e MC Carol.
Nesse astral de balanço 2018, o destaque foi o Mundial de Playlists, realizado entre junho e julho, paralelo à Copa do Mundo da Rússia. Um conjunto de 32 seleções musicais entraram na disputa do caneco mais concorrido do futebol-musical. Um prato cheio e divertido para se conhecer países e músicas que não estavam no gibi.
Para 2019, além das playlists construídas neste ano, o Sesc SP vai brincar ainda mais com a música e com suas combinações. Não é preciso dizer que é muito mais legal descobrir se divertindo. Uma ótima temporada para todos.