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Sons da América

Foto: Roger Nelson CC BY-SA 2.0
Foto: Roger Nelson CC BY-SA 2.0

*Por Amauri Martins

 

Quando você pensa em música latina, o que vem à sua cabeça? Boleros antigos cantados pela sua avó? Mambos calientes tocados com maracas e roupas coloridas? Mariachis com violinos estridentes e sombreiros? Tangos melancólicos sobre os subúrbios argentinos? As flautas andinas dos imigrantes nas praças de São Paulo? Bem, a música latina é tudo isso e mais. Essas cenas mentais e estereotipadas integram nosso imaginário tupiniquim e nos aproximam dessas sonoridades, que são ao mesmo tempo familiares e enigmáticas.

Muitos não sabem, mas, de maneira direta e indireta, nossa música alimenta e é alimentada por essas relações culturais aparentemente invisíveis. Vez ou outra, ecos sonoros vindos de além da nossa fronteira com sotaques variados invadem o cotidiano musical do país, como a guarânia paraguaia e a ranchera mexicana que chegaram às nossas rádios nos anos 1970 e 80 “disfarçadas” sob arranjos de legítimos sertanejos de raiz, ou então sucessos estrondosos como a hispano-venezuelana “Macarena” (Los Del Rio, 1995) ou, ainda, em hits da cantora e compositora colombiana Shakira.

Mas nem só dessas ondas comerciais vive essa relação. Fora do mainstream existem muito mais vínculos do que os radiofônicos. A exemplo da cena brasileira, os movimentos culturais contemporâneos desses países são efervescentes e diversos. Com o olhar – e os ouvidos – cada vez mais voltados ao passado e às manifestações folclóricas e populares, a nova música produzida nas nações latinas não têm rótulo ou fronteiras.

A playlist Sonora Latina oferece aos ouvintes dos perfis do Sesc São Paulo uma curadoria periódica que pretende lançar uma luz sobre essa produção moderna e telúrica.

 

*Amauri Martins é programador de música do Sesc SP e curador da playlist Sonora Latina
 

Você pode escolher onde escutar: a mesma playlist está disponível no Spotify e no Deezer: