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Olhares subjetivos

Foto: Jean Paz
Foto: Jean Paz

Em uma tarde chuvosa desse outono que mal começou, fomos até o bairro de Pinheiros para bater um papo com a escritora Silvana Salerno. E foi no número 71 da rua que leva o nome da capital portuguesa que nosso encontro aconteceu.

No aconchegante apartamento localizado em uma das áreas mais arborizadas do bairro fica o Estúdio Sabiá, reduto criativo de Silvana e do seu marido, o também escritor e jornalista Fernando Nuno.

Enquanto montávamos o equipamento, tomamos um café e aproveitamos para bater um papo com Fernando, que nos mostrou a inspiradora vista da sua varanda e os cômodos do estúdio, um lugar repleto de livros e de histórias para contar.
Ainda tivemos tempo para conversar sobre os Beatles, Syd Barret, Pink Floyd e as diferenças entre o Gênesis de Phil Collins e de Peter Tosh.

Luz, câmera e Raios.

Tudo pronto para o início da conversa e a chuva que compunha a trilha sonora da entrevista deu lugar a uma raivosa tempestade, repleta de raios e trovões.

Mas assim que apertamos o rec, a preocupação com a captação de som e imagem ficou em segundo plano, graças ao encantamento causado pelas histórias contadas por ela.

Silvana é uma pessoa atenciosa, que esbanja simpatia e que mesmo após tantos anos de carreira ainda é capaz de se emocionar com o contato com o leitor.
(Durante a entrevista a escritora fez uma pausa para nos mostrar uma caixa cheia de cartas que costuma receber dos participantes das oficinas que ministra Brasil afora).

Uma apaixonada pelo Brasil e pela nossa cultura.

A cultura popular é uma forma de conhecer o seu país e conhecer a sua cultura. Ajuda a compor nossa memória, que nos dá segurança e autoestima. O Brasil não costuma investir em sua memória. Ao contrário, importa muita coisa e acaba destruíndo seu patrimônio. Costumamos conhecer um monte de movimentos estrangeiros. E os nossos significados? E a nossa história, onde ela está?

Com essa reflexão começamos nossa entrevista, conforme podemos conferir no vídeo abaixo.

“A crônica é uma forma subjetiva de ver um fato”.

Silvana trabalhou como jornalista e redatora. Durante um período sentiu-se “incomodada” com seu trabalho. Logo encontrou a paz, ao descobrir-se mais cronista do que repórter.

Entre os dias 4 a 25 de abril Silvana Salerno estará no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc misturando a Oficina Escrita Criativa: Crônica.


E as Oficinas Criativas não param por aqui. Em breve, Fernando Nuno também realiza uma atividade imperdível.
Mas aí, já é outra história.