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Artistas de Rio Preto se preparam para o BREU
Além de trazer a Rio Preto olhares de artistas vindos de diversas cidades do país, o BREU - que acontece de outubro a dezembro de 2015 - também se atenta à produção local. Entre as mais de 100 atrações que compõem o evento, 42 são produzidas por grupos da cidade. Os rio-pretenses integram ainda o Laboratório de Auto-curadoria da exposição Cidade Inquieta, um dos destaques da programação, além de ministrarem algumas atividades formativas.
A fatia da programação protagonizada pelos conterrâneos traz espetáculos, intervenções, performances e shows criados especialmente para o BREU ou que dialogam com seu conceito: ativar a discussão sobre as inquietudes urbanas e o relacionamento do homem com a cidade. “O momento, que é de reflexão por meio de trabalhos que aguçam o senso crítico e questionam o lugar comum, também é de celebração. Estamos revisitando a cidade junto aos seus protagonistas, através da arte e do diálogo. O encontro desses artistas na mesma proposta apresenta um rico panorama da produção local, com pesquisas maduras, trabalhos bem apurados tecnicamente e muitas questões lançadas ao público”, afirma Graziela Nunes, coordenadora de programação do Sesc Rio Preto.
Para Lawrence Garcia, integrante da Cia. Apocalíptica, os processos de reflexão, instigados pelas atividades preparatórias para o BREU durante o ano todo, são destaques. “O evento contribui para o fomento de arte local, se propondo a isso ou não, mas não apenas com apresentações de obras prontas, e sim com uma provocação para que nos experimentemos em algo novo", afirma. A Cia. Apocalíptica participa do BREU com dois projetos: a reformulação do espetáculo Homem do Princípio ao Fim (foto), que se transforma em uma intervenção; e o Ab Urbe Condita, uma parceria inusitada com o grupo literário Sarau Urbano. “É uma iniciativa inédita para nós da Apocalíptica. Vamos transpor para uma ocupação cênica o espírito do Sarau”, revela.
Outros nomes já bastante conhecidos dos rio-pretenses também estão confirmados, como Jorge Vermelho (Cia. Azul Celeste), Andrea Capeli (Grupo Terra) e Ricardo Matioli (Cia. Palhaços Noturnos). Um dos diferenciais do BREU é a presença de articuladores culturais, como Alexandre Kaldera, idealizador da Casa Kenty; e iniciativas populares, como a de Kaciane Caroline Marques, que, com apenas 10 anos de idade, criou a Biblioteca Comunitária do bairro Lealdade e Amizade. Enquanto Kaldera traz uma discotecagem embalada pelo espírito underground que fez a fama de sua casa; a pequena Kaciane transporta sua biblioteca para uma temporada no Sesc Rio Preto, com direito a leituras em grupo conduzidas por ela.
Também integram a grade do BREU artistas de Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, entre outras cidades. O evento, que acontece de 15 de outubro a 20 de dezembro, tem a sua programação completa divulgada no site sescsp.org.br/breu.