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3º Dia - Uma Nova Invenção

Irene (de verde) mostra sua ocarina feita na oficina O Som do Barro<br>Foto: Julia Parpulov
Irene (de verde) mostra sua ocarina feita na oficina O Som do Barro
Foto: Julia Parpulov

Uma experiência nova pode proporcionar encantamento em uma pessoa idosa, mesmo depois de aprender tantas coisas na vida?

"VOCÊ ME PERGUNTA PELA MINHA PAIXÃO, DIGO QUE ESTOU ENCANTADA COMO UMA NOVA INVENÇÃO."

Inspirada na música de Belchior, a EOnline foi atrás de alguém que se encantasse com algo novo no Festival da Integração e nos relatasse a sua experiência.

A vivência O Som do Barro, com o ceramista Mestre Nado, parecia ser uma ótima pedida para o tema. Ele apresenta instrumentos confeccionados com barro e fala sobre o trabalho de arte e música que desenvolve na comunidade de Caixa D'Água, em Olinda. Por fim, os participantes vivenciam a modelagem com barro e fazem suas próprias ocarinas (instrumento da família das flautas e um dos mais antigos do mundo).

"Não vai bater na minha flautinha...Ela vai chorar? Não? Então pode bater!", brinca Irene Ferreira, de 82 anos. Uma simpática e divertida senhora que faz piada com tudo, mas tão doce, que dá vontade de tê-la como avó. "Eu sou assim mesmo, fora da casinha...".

Mineira de Uberlândia, tinha o sonho de conhecer o Sesc Bertioga desde 1971, mas por trabalhar como enfermeira e sempre ter plantões, não era possível. Morando em Santos e frenquentando o Sesc da cidade, em 2015 Irene finalmente conseguiu participar do Festival da Integração e realizar seu sonho. "Em todos os caminhos que cruzei, cruzo ainda e cruzarei, eu não tenho medo. Eu espero, tenho paciência. Não perco o meu sonho, que eu sei que um dia vou realizar ele de alguma forma", conta emocionada.

Fazer a oficina encantou Irene, que se impressionou ao saber como era possível sair som desses furinhos no barro e para ela, que gosta de fazer artesanato, foi um aprendizado enorme. Disse até que, agora que já sabe, vai criar mais flautinhas em casa.

"Eu já estou com a saudade da saudade quando eu for embora", finaliza a conversa relembrando um fado.

RAPIDINHAS DO FESTIVAL NO SÁBADO

ATIVIDADES FÍSICAS: Fez sol e choveu de manhã, mas a caminhada é sempre um sucesso. A Ginástica Geral que ocorreria na praia teve que ser na lanchonete e bombou.

OFICINAS: Recorde de público hoje foi a oficina de origami. A vivência de Microrroteiros está aumentando a quantidade de lambe-lambes, que são colados no tapume de proteção da reforma na área de convivência do Sesc Bertioga.

MÚSICA E BADALAÇÃO: O violoncelista Dimos Goudaroulis fez uma belíssima apresentação na capela; mais tarde o grupo Prana Teatro trouxe a intervenção "O Anagrama de Leonardo" e o Grupo Sensus falou ao ouvido dos participantes pelos "Polvos Poéticos". Fechando a noite, muita empolgação e samba no pé com Martinália, que cantou músicas suas e clássicos como "Mulheres", de seu pai Martinho da Vila.

Ah! Além do já mencionado baralho na matéria anterior, as palavras cruzadas também estão presentes nos momentos de relax.

Fotos de tudo isso e mais um pouco você vê abaixo:

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O Festival da Integração é um evento que acontece duas vezes no ano, reunindo idosos frequentadores das Unidades do Sesc em São Paulo, com a finalidade de consolidar as ações permanentes desenvolvidas através do Programa Trabalho Social com Idosos – TSI. Durante os dias do Festival, é oferecida uma programação especial que fortalece os objetivos da ação do Sesc junto a esta população. Além de usufruírem das instalações e ambientes do Sesc Bertioga, os idosos têm a oportunidade de participar de atividades de várias modalidades e linguagens, tanto esportivas, de lazer, como artísticas. No ano de 2015, o objetivo central é a reflexão sobre os papéis assumidos por nós ao longo da vida, percebendo se eles ainda nos cabem, se fazem sentido e refletem o que de fato somos.