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De supercâmeras a robôs: conheça as tecnologias envolvidas nos jogos olímpicos e paralímpicos

Washington Assis em teste de velocidade no CT Paralímpico, em São Paulo. Foto: Ale Cabral/CPB
Washington Assis em teste de velocidade no CT Paralímpico, em São Paulo. Foto: Ale Cabral/CPB

Por Carolina Belizário*

Os jogos olímpicos e paralímpicos têm o poder de nos comover e fazer com que desejemos acompanhar de pertinho cada movimento em cada disputa entre tantes atletas, não é? São histórias de dedicação, vontade e superação de limites pessoais e, muitas vezes, dificuldades estruturais. E, pra que pessoas ao redor de todo o mundo possam realmente acompanhar os jogos, uma aliada é fundamental: a tecnologia. Ainda mais nesta edição, em Tóquio, realizada sem público presencial, em meio à pandemia de Covid-19. Então vamos conhecer um pouquinho sobre essas tecnologias?

Pra começar, a abertura (que é sempre um show à parte, diga-se de passagem, já que cada país que se torna sede dos jogos busca deixar sua marca). Na abertura dos jogos olímpicos em Tóquio, vimos um globo terrestre luminoso em meio ao estádio, flutuando no ar, imenso acima dos seres humanos no chão. O efeito é impressionante e encantador - e somente possível de ser realizado por meio da tecnologia. O que tornou a mágica possível, neste caso, foram drones!
(Se você perdeu, veja aqui os destaques da abertura dos Jogos Olímpicos e assista aqui à transmissão da abertura dos Jogos Paralímpicos.)

Fotografia da abertura dos Jogos Olímpicos em Tóquio mostra projeção gráfica do planeta Terra em pleno ar, no meio de um estádio.
Fotografia da abertura dos Jogos Olímpicos em Tóquio mostra projeção gráfica do planeta Terra em pleno ar, no meio de um estádio. Créditos: Comitê dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio

Para conseguir transmitir as disputas segundo a segundo e não perder nenhum lance decisivo para os atletas e suas comissões desportivas, a cobertura dos jogos utiliza precisão milimétrica com câmeras 4k e visão 360° - isso para checar instantaneamente cada movimento e o replay dos atletas. Os equipamentos ficam extremamente próximos aos competidores e têm acoplados monitores de sinais vitais. A transmissão é feita por uma emissora de TV pública em 8k. Na prática, isso significa imagens deslumbrantes. ✨

 25.08.21 - atleta do ciclismo ANA RAQUEL MONTENEGRO BATISTA LINS durante prova de perseguição individual de 3.000 mts WC5 que acontece no IZU VELÓDROMO. Foto: JB Benavent/CBC
25/08/2021: atleta do ciclismo Ana Raquel Montenegro Batista Lins durante prova de perseguição individual de 3.000 metros WC5 que acontece no Izu Velódromo. Foto: JB Benavent/CBC

Outra curiosidade tecnológica é o uso de robôs que executam tarefas dentro dos jogos, como buscar equipamentos e utensílios dos esportes, além do uso da inteligência artificial para direcionar e orientar atletas e visitantes: alguns robôs foram programados para carregar bagagem dentro dos centros olímpicos, por exemplo.

Os mesmos parâmetros de inteligência artificial podem ser observados nos softwares de reconhecimento facial (mesmo com o uso de máscara de proteção) para check-in em aeroportos e acesso às arenas, o que torna a entrada mais rápida e segura. O transporte para quem chega de avião até a vila olímpica é feito por veículos elétricos e autônomos.

A tecnologia também pode ser encontrada no desempenho de cada competidor: empresas investiram muito estudo em próteses, cadeiras e outros equipamentos que aumentam o conforto e a performance do atleta, e que podem também fornecer análise de dados por meio de tecnologias vestíveis, com roupas e gadgets que são dispositivos eletrônicos móveis, a exemplo dos relógios (ou smartwatches). Essa tecnologia é capaz de fornecer cálculos de distância, lançamento e altura, variáveis em modalidades como natação, vôlei, triatlhon e ciclismo.

25/08/2021: Nadador paralímpico brasileiro Daniel Dias usa uniforme, máscara facial e uma medalha de bronze no peito enquanto é filmado por duas câmeras nas finais da natação no Tokyo Aquatic Center. Foto: Ale Cabral/CPB. 25/08/2021: Nadador paralímpico brasileiro Daniel Dias usa uniforme, máscara facial e uma medalha de bronze no peito enquanto é filmado por duas câmeras nas finais da natação no Tokyo Aquatic Center. Foto: Ale Cabral/CPB. 

Jogos paralímpicos: conheça essa história

Para contar a história dos jogos paralímpicos, precisamos voltar algumas décadas no tempo. Existem algumas versões sobre o seu surgimento que contam que jogos foram criados para reabilitar, homenagear e estimular soldados que haviam voltado da guerra com algum tipo de trauma físico; outra possível origem é o primeiro local e data de realização dos jogos: Londres, 1948. Na época, um jogo coletivo foi organizado para a reabillitação de pessoas com problemas na medula óssea.

Porém, a primeira edição oficial dos jogos paralímpicos ocorreu em Roma, no ano de 1960, com cerca de 400 atletas. De lá pra cá, muita coisa aconteceu, novas regras e modalidades foram definidas e o número de atletas aumentou consideravelmente: para Tóquio estão previstos 4400 atletas de 153 países. Atualmente, existem 22 modalidades nos jogos de verão e outras cinco nos jogos de inverno.

Ao todo, em 12 participações em Jogos paralímpicos de verão, o Brasil já acumulou 302 medalhas, sendo 87 de ouro, 112 de prata e 103 de bronze. Agora, só falta somar as medalhas desta edição no Japão. 🇧🇷

24.08.21. Evelyn Vieira de Oliveira e Petrúcio Ferreira dos Santos carregam bandeira brasileira na abertura dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020.
24/08/2021: Evelyn Vieira de Oliveira e Petrúcio Ferreira dos Santos carregam bandeira brasileira na cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020.
Foto: Wander Roberto.

 

Carolina Belizário é educadora do Espaço de Tecnologias e Artes do Sesc Interlagos. Formada nas áreas de tecnologia e educação, atualmente Carol mergulha de cabeça na tecnologia.

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Fontes consultadas:

Comitê Paralímpico Brasileiro
Exame
Brasil Escola
Revista Casa & Jardim
Technomotion
Deutsche Welle