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Se está na época, tem na feira
As feiras livres, orgânicas e agroecológicas são a ponte entre o campo e a cidade e garantem o acesso a alimentos frescos e saudáveis. Elas constituem um dos sete eixos do Experimenta! – Comida, saúde e cultura, projeto que discute o universo da alimentação em todas as unidades do Sesc, durante o mês de outubro. Saiba mais sobre o tema:
Um passeio pelas feiras livres mostra um pouco de toda a nossa riqueza alimentar. Entre uma banca e outra, em meio a cheiros, cores e estímulos sensoriais, caminhamos em espaço aberto e nos deparamos com uma grande variedade de frutas, verduras, legumes, carnes, pescados, grãos e toda sorte de produtos in natura. Se está na época, literalmente, tem na feira! Como define Ana Cláudia Minnaert, em seu artigo “A feira livre sob um olhar etnográfico” (2008), esses locais são mais do que espaços de comércio, e representam a dinâmica de uma sociedade em determinado momento, pois demonstram a produção local e a circulação de mercadorias.
Originária do latim, a palavra feira vem de feria, que significa dia de festa. Na nossa língua, a palavra remete a lugar público onde se expõem ou se vendem mercadorias. “É também lugar de encontro e conversa”, como define Ana Cláudia. Mais do que simples locais para realizar as compras do dia a dia, as feiras livres representam um ponto de troca de saberes variados, uma forma de desenvolver relações com o entorno. Afinal, o contato direto com o vendedor ou mesmo com o produtor permitem saber como preparar determinado alimento ou ainda como ele foi cultivado e qual foi o caminho percorrido até chegar ali.
São espaços de convívio intenso, onde é permitido e incentivado provar novos sabores e conhecer mais sobre os frutos da nossa terra, o que está na época e o que já está se despedindo das bancas, para voltar só na próxima estação.
Além do aspecto cultural e da partilha de conhecimentos e tradições, as feiras livres constituem também um espaço importante de valorização do produtor rural. Atualmente, paralelamente às feiras livres tradicionais, ocorrem as feiras exclusivas de orgânicos e agroecológicos, com uma aproximação ainda maior do consumidor com o agricultor. Essas modalidades são realizadas também em galpões e espaços fechados, mas com a mesma estrutura de barracas – e o mesmo apelo para a descoberta de novos sabores e ingredientes, em meio a uma boa conversa.
Novas formas de consumir:
Mapa de feiras orgânicas: neste mapa, elaborado pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), é possível encontrar as feiras de produtos orgânicos em todo o país.
O Instituto Chão e o Instituto Feira Livre, na capital paulista, são associações sem fins lucrativos que se dedicam a levar ao público produtos orgânicos a preços mais acessíveis.