Postado em
Terra em transe
Matéria de Margarida Maria Knobbe, publicada na edição nº 302, de março/abril de 1994
Tremores precedidos de estrondos como se fossem trovões. Copos tilintando e garrafas dançando nas prateleiras. Paredes rachadas, desabamento de casas. Abertura de fendas na terra. População em fuga. Medo e pânico.
Essa poderia ser a descrição de uma cena de filme ou fato ocorrido em qualquer canto do mundo sujeito a terremotos, como Japão, Estados Unidos ou algumas regiões sul-americanas. Mas não é. Esses e outros depoimentos, desconhecidos da maioria da população brasileira, foram recolhidos em recentes pesquisas sobre ocorrências sísmicas no Brasil, mais especificamente na região nordeste.
O trabalho, pioneiro no país, deve-se à perseverança e curiosidade científica de uma equipe de professores do grupo de geofísica do Departamento de Física Teórica e Experimental da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) (ver abaixo texto "Teoria e prática").
O objetivo de três dos primeiros especialistas formados em sismologia no Brasil Mário Takeya, João da Mata Costa e Joaquim Mendes Ferreira , juntamente com o geofísico Ronaldo Teixeira e a professora Sandra Maria (da área de estatística), que vieram depois completar a equipe, não se limita, porém, aos deveres acadêmicos. Sua maior preocupação é auxiliar populações, governos e iniciativa privada no árduo processo de desenvolvimento social e econômico da região nordestina, através do conhecimento científico do solo em que vivem.
Para os técnicos, o maior mérito dos estudos será criar um intenso vínculo de colaboração entre autoridades e os habitantes das localidades afetadas, minimizando o risco sísmico e suas implicações.
No rastro dos abalos
Até o momento, os fenômenos sísmicos não causaram grande destruição, pois se verificaram em cidades de baixa densidade populacional, e não há indícios de que possa ocorrer atividade sísmica mais intensa no Brasil (como na Califórnia, EUA, por exemplo, onde chegou à magnitude 7 ver texto abaixo, "Ondas sísmicas"). O problema mais grave tem sido a falta de informação e a superstição, causas maiores do pânico que alimenta lendas e crenças absurdas.
A colaboração dos técnicos adquire importância maior quando se trata de obras de infra-estrutura e edificações (barragens, gasodutos, indústrias, escolas, hospitais, etc.), que exigem adequações aos parâmetros sísmicos. Além desses cuidados, os pesquisadores fazem outro alerta: a questão educacional deverá ser seriamente encarada para que as populações saibam como agir. E recomendam um sistema de defesa civil ágil e preparado para situações inesperadas.
Tendo em vista esse objetivo, os professores da UFRN procuram realizar um trabalho completo. A estratégia é envolver-se em todas as fases do processo, que vai desde a coleta dos dados científicos, firmando convênios com governos municipais e estaduais e outros órgãos públicos para emitir boletins diários de atividades sísmicas, até o envolvimento na organização de entidades de defesa civil, passando pelo esclarecimento à população.
Em uma dessas atuações, a equipe da UFRN realizou estudos para detectar as razões do rompimento da recém-construída adutora ItaiçabaPacajus, projetada em situação de emergência pelo governador Ciro Gomes, para melhorar o abastecimento de água na capital do Ceará. A análise concluiu que, além de ter sido realizada em condições precárias para qualquer terreno, a obra passava pela região (Pacajus) que tinha sido o epicentro do maior terremoto já ocorrido no nordeste (em 1980, de magnitude 5,3). Por infelicidade, exatamente logo após a conclusão do canal, houve a reativação das atividades sísmicas no local. Os técnicos apresentaram, então, ao governo e à construtora responsável (Omar O'Grady) um relatório contendo sugestões para consertar e reforçar a obra.
Esse pequeno desastre no canal de água, no entanto, assustou o professor Takeya, coordenador da equipe de sismologia da UFRN: "Imagine se isso tivesse acontecido com um oleoduto ou gasoduto da Petrobras". O fato, porém, não desanima o pesquisador. "Sabemos que pode ser um trabalho demorado, mas, para evitar esse tipo de problema, estamos fazendo o mapeamento sísmico do nordeste, começando pelo Rio Grande do Norte e pelo Ceará, para subsidiar qualquer planejador ou construtor, seja ele público ou privado, e orientar o desenvolvimento dos estados", explica.
No entanto, o tempo não favorece todo esse empenho. Mário Takeya acredita que para ter o levantamento completo e seguro só dos dois primeiros estados (RN e CE) serão necessários cerca de 30 anos. Diante dessa constatação, outra preocupação vem à tona: a dificuldade de formar sucessores que continuem esses estudos.
Enxames sísmicos
Segundo o coordenador da equipe de sismologia, "embora não seja comparável ao de outras partes do mundo, o nível de atividade sísmica no Brasil não é desprezível". De 1980 para cá, 55% dos abalos mais intensos (magnitudes maiores ou iguais a 5) ocorreram no nordeste brasileiro, especialmente nos estados do Ceará e Rio Grande do Norte.
Joaquim Ferreira, também pesquisador da equipe, em trabalho concluído em 1983, listou 253 sismos ocorridos no nordeste entre os anos de 1666 e 1980, cujas magnitudes variaram de 1,6 a 4,7. Desses, 80 aconteceram no Ceará, 71 na Bahia, 52 no Rio Grande do Norte, 30 em Pernambuco, nove no Maranhão, sete em Alagoas, três na Paraíba e um em Sergipe. O próprio autor reconhece que esse quadro não é completo. As fontes disponíveis para que se realizasse esse levantamento são insuficientes. Por esse motivo, foram coletados e analisados os chamados "dados macrossísmicos" (descrição dos efeitos exercidos pelas ondas sísmicas sobre pessoas, animais, objetos e o ambiente natural e da sensação vivida pelos habitantes do local afetado), tentando suprir a precariedade dos dados instrumentais. Nesse trabalho, os jornais se revelaram importantes documentos de consulta.
Mas não é só a quantidade de fenômenos que importa. Atividades persistentes numa mesma região, mesmo com magnitudes relativamente baixas, fazem com que a sismicidade do nordeste seja hoje a mais relevante do país. Essa característica, explica Takeya, é chamada de "enxame sísmico", que acarreta mais preocupações à defesa civil, pois mantém a população em constante sobressalto.
Os pesquisadores da UFRN revelam que a partir de 1968 o número de enxames sísmicos tem-se ampliado no nordeste. Para eles, as atividades que iniciaram esse processo ocorreram nos municípios de Doutor Severiano (RN) e de Pereiro (CE), e duraram mais de seis meses. Foram sismos que alcançaram a magnitude máxima de 4,6, fazendo-se sentir em uma área de 84 mil quilômetros quadrados. Algumas de suas conseqüências foram desastrosas: desabamento de casas, paredes rachadas ou queda de telhas; pessoas desabrigadas; medo, pânico e grande parte da população em fuga.
Depois disso, e a partir dos anos 80, os técnicos identificaram as quatro regiões sismicamente mais ativas do nordeste: a) o contorno da bacia Potiguar, a mais importante dessas áreas, com cerca de 100 quilômetros de largura, que abrange os estados do Rio Grande do Norte e Ceará (municípios de Doutor Severiano, Parazinho, Chorozinho, João Câmara e Palhano); b) o Recôncavo Baiano; c) o Agreste Pernambucano, compreendendo a zona de Caruaru, Toritama e Tacaimbó; d) o oeste do Ceará, a mais recente, podendo ser entendida como uma região sismicamente ativa independente ou o prolongamento da região sísmica da bacia Potiguar, pela bacia costeira do Ceará (municípios de Groaíras e Irauçuba).
As causas de todos esses eventos, porém, "não são totalmente determináveis", esclarece Takeya. "Temos apenas idéias e não queremos cair na especulação. Para explicar a causa última dos fenômenos, teríamos que voltar no tempo geológico e não há como comprovar nossas suspeitas." O especialista admite, porém, que na região de João Câmara (RN), as atividades sísmicas são causadas por uma falha geológica, parecida, ainda que menor, com a falha de San Andreas, na Califórnia, EUA.
Nesse local aconteceu, em 30 de novembro de 1986, um dos abalos sísmicos mais graves, estudado pelos professores da UFRN, que atingiu a magnitude de 5,2. A propagação das ondas sísmicas fez com que o tremor fosse sentido até na capital do estado, Natal. Nas cidades mais atingidas (João Câmara e Poço Branco), mais de mil casas foram totalmente destruídas, o que motivou a colaboração do exército na reconstrução de moradias e prédios públicos, utilizando tecnologia desenvolvida pelas próprias Forças Armadas brasileiras. A obra foi um sucesso. Nos tremores seguintes, apenas parte do reboco ficou prejudicada.
Outro trabalho que orgulha a equipe da UFRN foi realizado na cidade de Palhano (CE), e diz respeito ao aspecto educativo. Após um surto de atividade sísmica de menor intensidade na região, os técnicos se reuniram com a população da cidade para esclarecer o que estava ocorrendo. Alguns dias depois, em 19 de outubro de 1988, verificou-se um terremoto de magnitude 4,2, mas não houve pânico. Apesar do susto, todos sabiam o que fazer.
Mas não só as forças naturais ameaçam o nordeste e outras regiões. Algumas ações humanas ocasionam terremotos induzidos. Embora seja um fenômeno mais raro, a formação de lagos artificiais e barragens, por exemplo, podem ser um perigo em potencial.
Foi o que aconteceu no Reservatório da Barragem de Açu (RN), construído no rio do mesmo nome, na tentativa de perenizá-lo. Concluída em 1983, a barragem foi preenchida de água três anos depois. A partir daí chegou a provocar uma média de 20 eventos sísmicos por mês (ano de 1992). Esses tremores foram sentidos também pela população da cidade de Nova São Rafael (RN).
Os técnicos revelam que nessas circunstâncias criação de novos lagos são alteradas as condições mecânicas (peso da massa de água) e hidráulicas (infiltração, causando pressões internas nas camadas rochosas profundas) do terreno. A combinação desses fatores mecânicos e hidráulicos é que pode desencadear os distúrbios sísmicos.
Medo do futuro
No que se refere à educação propriamente dita, a professora Maria Cristina Dal Pian, pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UFRN, tem fornecido colaboração preciosa à equipe de sismologia. É de sua autoria o estudo "Living with seismicity", que busca uma nova orientação no ensino de ciências para crianças moradoras em locais sujeitos a abalos sísmicos. Baseada na filosofia da educação de Paulo Freire (que incentiva a visão crítica do educando em relação à sua realidade), a idéia da professora é incluir no currículo de ciências um módulo sobre terremotos. Essa prática, segundo Maria Cristina, "possibilitará, dentro do possível, diminuir a ansiedade e o medo quanto ao futuro" dessas populações.
Se depender, porém, das previsões e estudo de probabilidades, felizmente o futuro próximo não reserva para o Brasil grandes catástrofes na área sísmica. De acordo com Mário Takeya, a probabilidade de ocorrer um sismo catastrófico no nordeste (de magnitude maior ou igual a 6), nos próximos cem anos, é de apenas 13%. Mas, cauteloso, ele completa: "No entanto, nada nos garante que isso não possa ocorrer. Sismos dessa ordem já ocorreram no Brasil, porém em regiões desabitadas, ambos em 1955: um na serra do Tombador (MT) e outro no mar, a 400 quilômetros de Vitória (ES)".
Mesmo com relação a sismos de baixa magnitude e intensidade, a preocupação dos técnicos se volta para os possíveis efeitos sobre cidades mais populosas: "Não sabemos como as construções de Natal (RN), por exemplo, poderiam reagir a reflexos de vibrações mais fortes", afirma Takeya. Esse temor também começa a angustiar os habitantes da capital do Rio Grande do Norte, principalmente pelo fato de existirem reservatórios de produtos inflamáveis da Petrobras encravados na área urbana da cidade.
Como os avanços da tecnologia mundial mesmo os da mais adiantada, de japoneses e norte-americanos ainda não permitiram prever a ocorrência de terremotos (a exemplo do que fazem as previsões meteorológicas, que apesar de tudo nem sempre são corretas), cresce a importância do trabalho da equipe de sismologia da UFRN. São esses profissionais que fornecem subsídios científicos, com seu empenho pessoal, para que novas tragédias sejam evitadas no nordeste brasileiro.
Teoria e prática
Para que se entenda melhor todo o empenho dos pesquisadores e os resultados conseguidos com seu pioneirismo, é necessário voltar no tempo e conhecer as razões que os levaram a essas descobertas.
A história tem início nos idos de 1976, quando a educação brasileira foi sacudida pela criação de inúmeras universidades espalhadas pelo país e pela carência crescente de mestres. Nessa época, o Rio Grande do Norte recebeu muitos professores de outros estados, principalmente de São Paulo e do Rio de Janeiro. Esse foi o caso de Mário Takeya, físico paulista.
Acostumado com os laboratórios e experiências acadêmicas das universidades do sudeste, viu-se sem qualquer infra-estrutura para ensinar no nordeste. "Estávamos isolados e sem recursos, mas não desanimamos. Através de discussões com os colegas e consultas aos jornais, procuramos encontrar referências do tipo de trabalho que poderíamos realizar na região", conta Takeya. Foi assim que os professores da UFRN se depararam com as notícias dos tremores de terra, até então fenômenos inexplicáveis para a maioria dos habitantes e autoridades locais. Aliás, nem havia especialistas no Brasil a quem pudessem recorrer.
A descoberta aguçou a curiosidade científica dos professores e a vontade de ajudar a população a enfrentar esses desafios. Takeya e dois colegas (João da Mata Costa e Joaquim Mendes Ferreira) decidiram estudar mais o assunto e em 1979 começaram o curso de mestrado em sismologia no Instituto Astronômico e Geofísico (IAG) da Universidade de São Paulo, orientados por um doutor nessa especialidade recém-chegado ao Brasil, o peruano Jesús Berrocal.
Terminado o mestrado, Takeya, João da Mata e Joaquim, os primeiros especialistas em sismos formados no Brasil, retornaram ao Rio Grande do Norte em 1982.
Em 1986, com a ocorrência de atividades sísmicas em João Câmara (RN), começaram a colocar em prática toda a teoria que tinham aprendido.
Ondas sísmicas
O vocábulo "terremoto" vem do latim terra (terra) mais motus (movimento) e caracteriza qualquer vibração da superfície da crosta terrestre.
Os sismos podem ser naturais ou induzidos (causados pela ação do homem) e são medidos quanto à magnitude (tamanho) e quanto à intensidade (efeitos causados pelas vibrações). A magnitude é apurada utilizando-se uma escala desenvolvida pelo sismólogo norte-americano Richter. Essa escala é logarítmica, o que quer dizer, por exemplo, que um terremoto de magnitude 5 produz efeitos dez vezes maiores do que outro de magnitude 4, e assim por diante.
Já a intensidade medida geralmente pela Escala de Intensidade Mercalli Modificada, de 12 graus revela a violência das vibrações em um determinado lugar e as sensações causadas nas pessoas.
Os abalos podem ser classificados também de acordo com a profundidade de sua origem. Os superficiais originam-se a menos de 60 quilômetros abaixo do solo; os intermediários entre 60 e 300 quilômetros e os profundos, a mais de 300 quilômetros.
As atividades sísmicas de fraca intensidade são registradas apenas por instrumentos especiais (sismógrafos) muito sensíveis. Nessa categoria, os tremores são denominados microssismos.
Dá-se o nome de foco, centro ou hipocentro ao ponto no interior da crosta em que ocorre a primeira liberação de energia elástica de um terremoto. O local situado na superfície da Terra, acima do foco, é designado epicentro.
No foco geram-se ondas elásticas que se propagam através da Terra a grande velocidade em todas as direções. São as ondas sísmicas. O estudo da propagação dessas ondas, bem como dos terremotos e respectivos efeitos, é assunto da sismologia.
As ondas sísmicas que se propagam em profundidade sofrem fenômenos de reflexão e refração nas camadas internas da Terra, propiciando aos sismólogos informações preciosas sobre a estrutura do planeta. As ondas de poder destrutivo são aquelas que se propagam na superfície.
Calcula-se que anualmente registrem-se, nas diversas estações sismológicas do mundo todo, cerca de 1 milhão de abalos sísmicos, sendo que, desses, apenas 5 mil são perceptíveis ao homem. Dos 5 mil, de 20 a 30 são capazes de produzir danos, caso afetem zonas ocupadas.
Os terremotos podem ter causas diversas (como fenômenos vulcânicos, desmoronamento do teto de grutas e acomodação subterrânea de camadas geológicas, ou certas atividades desenvolvidas pelo homem, como a construção de represas ou explosões, por exemplo). Os mais comuns estão relacionados a falhas (rachaduras) na camada mais superficial da Terra a litosfera. Ao longo dessas falhas, as placas tectônicas se movimentam de um lado e de outro, procurando acomodar-se para restabelecer o equilíbrio. Muitas vezes o acomodamento é repentino, gerando uma determinada carga de energia, com uma vibração da camada rochosa transmitida a vários milhares de quilômetros. Como o Brasil está assentado em rochas pré-cambrianas estáveis (muito antigas), felizmente não ocorrem movimentos tectônicos de grande intensidade.
A ciência que estuda as propriedades e as condições físicas da Terra é a geofísica, que possui uma metodologia única entre as ciências. Por definição, a geofísica consiste na aplicação dos princípios e métodos da física aos problemas relativos à Terra, porém não mantém fronteiras muito nítidas nem com a geologia, nem com a física. Essa ciência agrupa as seguintes disciplinas, além da sismologia: meteorologia, hidrologia, oceanografia, vulcanologia, geodésia, tectonofísica ou tectônica.
Plano Nordeste
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) vem tentando estimular seus vários segmentos no esforço acadêmico e prático da pesquisa científica. Nesse sentido, desenvolve ações internas, na área de pós-graduação, e externas, pelo intercâmbio de trabalhos e informações com outras universidades, conforme conta Maria Helena de Freitas Macedo, doutora em geologia e diretora de Pesquisa e Pós-Graduação.
Não é tarefa fácil. As dificuldades vão desde a crônica falta de recursos até a complexidade de realização de estudos mais completos, compreendendo a idéia da abertura da universidade ao mundo exterior, com a colaboração de equipes multidisciplinares de pesquisadores.
Nesse contexto, a equipe de sismologia pode servir de parâmetro, já que trabalha diretamente com e para a comunidade e agrega profissionais de outras áreas (estatística, educação) ao pessoal de física, geofísica e sismologia.
Quanto à interação entre os diversos estabelecimentos de ensino superior existentes no nordeste, Maria Helena explica que 26 escolas se reuniram para discutir "uma nova política para a ciência e tecnologia da região". Das discussões, surgiu o Plano Nordeste de Pesquisa e Pós-Graduação, destinado a apoiar a formação de recursos humanos em todas as áreas do conhecimento.
Refletindo a realidade nordestina, o projeto enfatiza a avaliação de toda a estrutura acadêmica, sugerindo áreas prioritárias para a formação de profissionais, de acordo com as carências da região e do país. Entre as áreas sugeridas estão ciência e tecnologia ambientais, energias alternativas, biotecnologia, agroindústria e agropecuária, saúde coletiva, química e farmacologia de produtos naturais, ciência e engenharia de materiais, informática e automação, engenharia industrial, estudos sociais rurais e urbanos, educação para a ciência e a matemática e arqueologia.
Espera-se, dessa forma, um melhor aproveitamento dos ainda insuficientes recursos, humanos e materiais, que permita operacionalizar um desenvolvimento mais firme e sustentado no nordeste brasileiro.
![]() | |