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Carta ao leitor
Até agora, a principal estratégia do atual governo para tirar a educação brasileira do fundo do poço foi priorizar o ensino fundamental, que compreende os primeiros anos escolares. Hoje, quando começam a surtir algum efeito os esforços para levar à escola o impressionante contingente de crianças que estavam à margem da educação e da sociedade , talvez seja a hora de ampliar o campo de ação.
Antes de mais nada, é preciso garantir a continuidade desses estudos. De certa maneira, o governo está cuidando disso, ao reforçar os cuidados com o degrau seguinte da escolarização, o ensino médio. Mas isso evidentemente não basta. Supondo-se a aprovação de um número cada vez maior de estudantes nos ciclos fundamental e médio o que começa a se verificar , conseqüentemente aumentará em proporções inéditas a demanda pelo ensino superior.
É oportuno, portanto, voltar o olhar para a universidade, e saber como ela pretende enfrentar o desafio de atender a um público ampliado. Esse é o objetivo da nossa reportagem de capa, que traça um panorama do ensino superior no país.
Mas esta edição também destaca outro contingente de brasileiros que não pode ser esquecido pelo governo: os jovens e adultos que não tiveram chance de freqüentar a escola quando crianças. Sua inferioridade numérica em relação às crianças em fase escolar não pode ser motivo para que se adie a solução de sua inferioridade educacional, um obstáculo terrível à busca da cidadania.